Sábado, 18 De Maio De 2024
       
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DO DESEMPREGO DE HOJE AO BOM SINAL DO FUTURO


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Publicado em 18 de novembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

Gostando-se ou não de Dilma, e a grande maioria dos brasileiros não a aprecia,  gostando-se ou não de Cuba, e a grande maioria dos brasileiros é simplesmente indiferente aquele país, assim, de uma forma ou de outra, terá de ser reconhecido que esses quase dez mil médicos cubanos que para aqui vieram, deixaram um sentimento de respeito , gratidão e reconhecimento nos mais longínquos pontos deste país onde foram postos a trabalhar.
Substituí-los não será tarefa fácil, e em consequência de um viés ideológico que o presidente eleito diz combater, mas que ele próprio o alimenta, numa posição diversa e extrema, os médicos estão retornando à Cuba. Por aqui não temos médicos disponíveis para substitui-los, muito menos dispostos a morar  nos ¨cafundós do Judas ¨ onde os cubanos estavam .
Contra os médicos cubanos levantaram-se toda sorte de preconceitos. Eram mal treinados porque a medicina em Cuba seria velha, atrasada, eram, o que é pior, comunistas, e poderiam vir subverter a nossa paz, a nossa convivência cristã e civilizada. Tão cristã, tão  civilizada, que estaria vulnerável ao contágio perigoso do discurso ideológico marxista, de solertes agentes do comunismo internacional, envergando jalecos brancos, e com o vermelho nas suas almas.
Parece até que ainda estamos nos tempos da Guerra Fria, que o império comunista soviético ainda existe, que o Muro de Berlim não desabou sob o impacto da ânsia de liberdade , de viver, e de se exprimir, e fazer na vida as próprias escolhas.
 Seriam os médicos comunistas, socialistas, anarquistas, esses ismos, que, ressuscitados agora, continuam a despertar paixões, e fanatismos absurdos e anacrônicos. Ressuscitam também o fascismo, um    outro ismo, entre aqueles que marcaram desastrosamente o século passado.
Na verdade, o grande ISMO que nos deforma, que nos faz insensatos,  que altera os padrões de vida das sociedades em todo o mundo, é o consumismo, aquela exacerbação da vontade incontida de ter, mais e mais, todo tipo de produto, toda moda novidadeira que surja, toda inovação tecnológica que aparece e causa o frêmito de comprar, de possuir, de usar, de gozar dos deformados prazeres que nos proporcionam, como o de ter a cada anos o novo celular com virtualidades anunciadas, das quais nem tomaremos conhecimento, até que surjam outras novas, entupindo as lojas, gerando enormes filas, despertando as ânsias das Black Fridays. É por isso que será difícil levar médicos, mesmo recém  formados ao interior desassistido.  Todos eles, como de resto as sociedades da pós-modernidade, ou  das inconformadas com a pré-modernidade, como é o nosso caso, não querem ficar distantes do alcance do consumismo.
 Enfim, é sobre esse ismo, que devemos mesmo começar a meditar.

A noticia foi péssima. Sergipe figura em segundo lugar no país em volume de desemprego. A cifra decepcionante anda pela casa dos dezessete por cento, algo alarmante, capaz de fazer acender todas as luzes vermelhas de alerta, diante do que vem a ser, com certeza, o pior item no rol das mazelas a compor a tragédia das disfunções sociais.

Os ultraliberais, agora tão em moda, prescrevem a receita do emprego, inclusive, à custa dos direitos trabalhistas, como o único remédio capaz de curar todos os males sociais. Não é exatamente assim. O emprego é, sem dúvidas, o mais eficiente dos remédios, todavia, a receita deverá incluir, além dele, outras fórmulas que se completam.

No Brasil tivemos alguns períodos mais longos e alternados de quase pleno emprego, isso, nos governos de Lula, de Juscelino, e em períodos dos mandatos autoritários de três dos cinco últimos generais, entre 1964 e 1985. Mas, em nenhum momento desses interregnos de euforia, seria possível afirmar que o Brasil teria vencido o drama da desigualdade social, que nos persegue desde quando ainda colônia portuguesa.

A cifra do desemprego em Sergipe seria desalentadora, caso não se faça uma análise minuciosa das circunstancias adversas, que nos levaram ao castigo dos braços cruzados de dezenas de milhares de sergipanos, e, sobretudo, se não houver sensibilidade  para os sinais promissores que já se enxergam com  alguma nitidez, desenhando uma reversão das expectativas pessimistas.

Temos causas político-administrativas e climáticas a considerar, para entender melhor o impacto da crise sobre a nossa ainda frágil economia.

No semiárido a seca chega aos sete anos, neste, a estiagem alcançou todo o estado, quase não tivemos safra de milho, hoje, a maior fonte de geração de emprego no campo, depois da agroindústria canavieira, que, junto com a citricultura, também foram fortemente afetada. De um modo geral a atividade econômica no campo foi reduzida.

A crise internacional alcançou, no Brasil, uma escala devastadora, pela inépcia de Dilma, e tornou-se mais aguda ainda, como decorrência das canalhices praticadas contra o Brasil por uma organização criminosa, onde se incluíram Temer, Eduardo Cunha, Geddel, e outros do mesmo naipe.   Sergipe foi mais duramente atingido quando iniciou-se o desmonte da PETROBRAS, e vieram as retaliações mesquinhas, movidas pelo novo poder instalado em Brasília.

A construção civil, maior geradora de emprego, quase estagnou, e as obras públicas foram pesadamente reduzidas.

Hoje, todavia, quem conversa com o engenheiro elétrico e professor José Augusto Carvalho, Secretário do Desenvolvimento Ciência e Tecnologia, e dele recolhe uma visão sobretudo realista e técnica, sai, absolutamente convencido que, a depender  da estratégia ainda a ser complementada, Sergipe começará a viver uma outra fase, comparável às duas revoluções econômicas que atravessamos, com a descoberta do petróleo em Carmópolis, tornando Sergipe em 1963, o segundo produtor no Brasil, e a primeira localização de óleo e gás no mar, ocorrida em frente à  praia da Atalaia, em 1968.

Essa terceira revolução a qual aqui temos nos referido, já começa a ser delineada, e chegará ao clímax, quando, por volta de 2022 estivermos produzindo, por dia, dezessete mil metros cúbicos de gás, e cerca de 500 mil barris diários de petróleo.

Os campos produtores marítimos de Sergipe, não cansa de repetir o mais entusiasmado técnico petroleiro, Aguinaldo Vilela, estão entre os maiores do mundo. Agora aposentado, Vilela não perdoa duas coisas: A roubalheira que ocorreu na sua empresa, a PETROBRAS, e a entrega a preço vil dos campos do pré-sal à petroleiras multinacionais. Vilela, por conta do seu oficio desbravador, percorreu a ¨amazônia verde¨ e a ¨amazônia azul¨, terra, e mar, e não conhece nada que se compare ao que começa a ocorrer no mar sergipano.

Com o petróleo e gás em rara abundancia que teremos, para aqui já começam a  ser despertadas as atenções de grandes grupos nacionais e estrangeiros, interessados em montar refinarias, industrias petroquímicas, e de fertilizantes, exatamente iguais à nossa FAFEN, que a direção da Petrobras, teima em desativar, numa atitude que não é apenas administrativa, mas é, sobretudo, criminosa.

BODE BITO A JUSTIÇA O  TEMPO E O CONTEXTO

Em Riachão do Dantas um personagem caprino alcançou fama, e mereceu tanto carinho que até causava inveja  no meio da sociedade humana onde vivia. Bode Bito  era bicho inteligente, sagaz, oportunista,  também carinhoso, e entendia de marketing. Soube promover-se a tal ponto  que, morto,  viu-se transformado em estátua. E não é uma estátua comum, dessas que as pessoas passam e nem as enxergam, ou, pior ainda, lhes lambuzam com tinta ou lhes tiram pedaços. 

Bode Bito ia a Igreja, e todo contrito assistia missa, dizem até que um dia ajoelhou-se, quando o Padre fez a elevação do santíssimo sacramento.

Como deve ter sido esse ajoelhar quadrúpede ?

Bode Bito sabia o horário da chegada dos ônibus, e ia até a rodoviária recepcionar,  pinotando,  aos que chegavam. Também acompanhava procissões, e os cortejos fúnebres.  No cemitério, ao baixar os caixões à terra, um dia, juram alguns, que o viram verter furtivas lágrimas caprinas.

Bito tinha personalidade própria, fez sozinho a sua história, construiu livre de interferências humanas o seu currículo pessoal, onde estão as suas habilidades, por ele mesmo descobertas e exercitadas.

Outros bichos famosos devem a  notoriedade alcançada à fama e gloria dos seus donos.  Incitatus, foi o cavalo que Calígula transformou em Senador, numa ¨deferencia ¨especial aos vetustos e nobres integrantes do Senado Romano.  Bucéfalo, o cavalo que montou Alexandre o Grande. Ainda o ¨cavalo branco ¨  de Napoleão,   guardado em estrutura envidraçada nos Invalides , o museu das glorias militares francesas. É um acanhado equino q bem servindo às pernas curtas do ¨Pequeno Corso ¨que o montava, e deu-lhe o nome de Vizir. Bonaparte, conquistador, era também globalizante, mente avançada em muitos aspectos para a sua época.   Na palavra árabe que designa uma grande autoridade,  ele foi encontrar, na cultura sarracena, a raiz etimológica que  também significa carregar fardos, ajudando ao povo. Um simbolismo  sempre a ser lembrado e meditado.

No turbilhão desses desencontros  politico -partidários que têm marcado a infeliz vida pública do Riachão dos Dantas , o prefeito interino, aguardando o retorno ou cassação definitiva de uma polêmica prefeita, resolveu mexer na escultura metálica ou pétrea, eternizando Bito, e no seu lugar entronizou a imagem da santa padroeira do município. Houve  discordâncias, acaloradas divergências, e uma representante do Ministério Público resolveu meter a colher da autoridade na querela popular.  Lembrou, enfática, que o prefeito era apenas eventual, transitório, passageiro,  e pôs em duvida a sua competência para envolver-se em assunto tão controverso. Recomendou a volta de Bito ao seu lugar de origem, e o mesmo a fazer com a santa.

 Ainda há controvérsias.

Mas, indo um pouco além da questão caprina, e ousando alcançar o cerne do protagonismo promotorial,  envolvendo bípedes inteligentes, e um só quadrúpede, dito irracional, caberia a pergunta: Onde estariam aquelas imperceptíveis fronteiras a delimitar competências, atribuições, responsabilidades, legitimidades, entre a abrangência do Parquet e os  eleitos para governar, sendo até mesmo interinos, porque a interinidade delimita o tempo, mas mantem a integralidade da competência .

Saindo do bode Bito,  vamos até o Tribunal Superior Eleitoral em Brasília, apenas, para constatar um desses episódios da Justiça que nos leva a meditar sobre a perda da racionalidade, que, segundo o sempre sensato e atualizado ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é um dos graves problemas do momento vivido pelo Brasil.

Luciano Bispo, ainda deputado , cumpriu na sua administração da Casa como seu presidente, um mandato exemplar. Reconstruiu a imagem devastada do nosso Legislativo, deu-lhe protagonismo, presença, refez o sentimento popular sobre a característica democrática da chamada Casa do Povo. Levou ao  debate temas relevantes da nossa conjuntura presente, e deixou os escândalos recentes quase inteiramente esquecidos, pela mudança de rumos, pela forma como se relacionou com todos os poderes. Fez mais ainda, arejou a politica sergipana, dela retirou-lhe os ranços que ainda a contaminavam, e especificamente na sua terra, Itabaiana, tão polarizada, abriu perspectivas para uma convivência respeitosa. O momento mais marcante foi quando, no ato simbólico de devolução de mandatos cassados pelo regime autoritário, entregou, ele mesmo,  o diploma recuperado aos filhos do ex-deputado Francisco Teles de Mendonça, o Chico de Miguel, seu adversário, e naquela época até inimigo. Enfim, Luciano é um politico que ajuda a civilizar o cenário da vida publica sergipana.

Mas ele agora está cassado, direitos políticos suspensos por oito anos, apenas terminará o seu atual mandato, e já tendo sido reeleito para o próximo, e também reeleito para presidir a Assembleia.

Em Brasília entenderam que ele deveria ser punido por crimes eleitorais cometidos na eleição em que conquistou o atual mandato, que termina este ano.

Que lentidão, que ritmo é esse que guarda num baú aquela decisão que deveria ter sido proferida  há quatro anos passados e a profere agora, punindo a conquista de um novo mandato legítimo sem contestações, e fazendo letra morta da decisão  quase unanime da Assembleia Legislativa ao reeleger Luciano Bispo, que deveria, por decisão soberana da casa continuar no próximo biênio a dirigi – la.

De que valerá então a independência e harmonia entre os poderes, a legitimidade do voto,  se a Justiça brasileira, pela sua arrastada  e preguiçosa pratica,  a tudo isso ignora,  a tudo isso despreza, e até afronta ?

Que tal trocar da frente dos tribunais aquela imagem da Justiça, cega, muda e surda, pela do Bicho Preguiça, aquele lento, pachorrento, pesadão, e ignorando o mundo frenético em volta dele?

A do bode Bito não serviria.

 Ele era lépido, cabriolante, leve, ligeiro, e tão sensato, que ao ser servido nos bares, limitava-se a  sorver, elegantemente, apenas um copo de cerveja.

BELIVALDO E O CAVALO SELADO NA SUA FRENTE

Entre outubro e este novembro, em meio ao clima de urgência para que se encontrem saídas, e seja evitado o fechamento da fábrica de fertilizantes nitrogenados, a FAFEN, houve duas boas noticias para Sergipe. Uma, a reativação da portentosa indústria vidraceira instalada em Estância pela Saint Gobin francesa, em parceria com o dinâmico grupo sergipano Constâncio Vieira.

A fábrica começara a funcionar, foi em seguida fechada em consequência de rompimento de cláusula contratual, com a transferência do controle para um fundo de investimentos americano. O grupo sergipano reagiu. Finalmente, chegou-se a um consenso com a venda da empresa para o grupo Vidro-Porto de Santa Catarina. A indústria começa a funcionar, e mais de 200 empregados demitidos retornam. A outra notícia, foi a ampliação da fábrica de chuveiros elétricos Corona, e o grupo também catarinense, transferindo para Sergipe outras atividades em grifes de materiais de construção, como a Hidra e a Deca.

Isso não aconteceu por acaso. Resultou de muitos contatos, análises técnicas, troca de informações entre os grupos privados e o governo.

Ainda em outubro estiveram em Aracaju alguns dos principais executivos da Exxon, que é a terceira maior petroleira do mundo. Aquela empresa começa a atuar em águas, digamos assim, sergipanas, embora fiquem a distancias entre 80 e 100 quilômetros das nossas praias, mas, aqui ficará a sua base logística, e aqui viverão parte dos seus trabalhadores. Os executivos analisam a possibilidade de instalar em Aracaju a sua sede, e isso requer um mundo de informações, que começaram a ser oferecidas após encontros com o governador, com os técnicos da SEDETEC, da Secretaria da Segurança e outros setores. A partir de agora terá de ser mantido um fluxo constante de dados, de respostas a questionamentos. A sede da Exxon em Aracaju significará maior consumo de pessoas com alto poder aquisitivo, com efeitos diversos, entre eles no setor imobiliário. Além da Exxon há outras empresas, e a necessária ¨redescoberta¨ de Sergipe pela PETROBRAS.

A CELSE, Centrais Elétricas de Sergipe, ramo de um grupo multinacional que investe mais de cinco bilhões de reais numa usina termelétrica na Barra dos Coqueiros, emprega quase dois mil trabalhadores, e trouxe um notável dinamismo para o município. A usina, a ser inaugurada em janeiro de 2020, é a primeira de um total de três, que levará o nome de Complexo Energético Governador Marcelo Déda, homenagem dos empresários ao governador que iniciou os entendimentos bem-sucedidos.

 Como se observa, tudo depende do protagonismo, e da visão de futuro do governo do estado, para que o ¨cavalo ajaezado¨, passando à nossa frente, não deixe de ser montado. Belivaldo parece disposto a dar o salto sobre a sela, e cavalgar rumo ao futuro. No caminho, existem os labirintos do nosso provincianismo, e da política tantas vezes miúda.

O salto exige a formatação de um perfil técnico, a busca de cabeças arejadas, a construção de elos com o poder central, em resumo, teremos de ter uma politica de desenvolvimento sintonizada com o instante que começamos a viver, para que, das circunstancias favoráveis, façamos uma portentosa base produtiva em Sergipe, capaz de nos retirar definitivamente  da pobreza, que as vezes resulta da mediocridade.

Talvez precisemos mesmo contratar uma Consultoria renomada, com trânsito empresarial e institucional, para que tenhamos maiores chances de sucesso. Temos os atrativos locacionais pelos insumos disponíveis, principalmente, mas, não seremos o único e exclusivo local para os empreendimentos possíveis.

Existe a necessidade de ampliar a capacidade do nosso terminal marítimo, e temos a vantagem, única no Nordeste, de um retro- porto com espaço largo para o armazenamento de cargas, e isso consolida a nossa vocação para sermos um centro distribuidor de produtos por todo o nordeste, com foco maior no eixo Salvador-Recife.

É preciso consolidar a cadeia produtiva que se formará, inicialmente, a partir do gás excedente da CELSE, que virá do Qatar, e poderá alimentar diversas indústrias. Precisaremos dialogar intensamente com empresas brasileiras e internacionais, da mesma forma com os futuros ocupantes do poder central. A estratégia para que tudo isso aconteça, apenas está sendo esboçada, mas deverá ganhar consistência. Teremos de elaborar um modelo de desenvolvimento onde todos os setores da economia se entrelacem, e nesse sentido torna-se imperioso o surgimento de uma nova visão sobre o nosso setor primário, o campo.

Belivaldo já anunciou durante a campanha essa visão, especificando ações como a modernização da citricultura, e a transformação do semiárido em área privilegiada para a pecuária leiteira. Nesse aspecto, há duas vertentes: A ampliação da cultura da palma e outras forrageiras, e a ação já iniciada de melhoramento genético dos rebanhos, além da adequação dos pequenos laticínios, e ainda a base de recursos hídricos indispensável ao projeto. Ações nesse sentido   ganharam dimensão com a chegada de perfuratrizes, e a ampliação de barragens antigas, trabalho que se revelou mais barato e eficiente. Há em tudo isso a quase insuperável carência de recursos, e encontrá-los será o maior desafio.

O governo do estado dispõe de uma excepcional ferramenta para esse salto tecnológico na agricultura, que é a Biofábrica do SERGIPTEC, o Centro Tecnológico engenheiro Rosalvo Alexandre, anexo ao campus da UFS, em São Cristóvão. Foi iniciativa de Déda, e por ele iniciado, dando sequência a um projeto nascido no governo anterior de João Alves. Jackson deu sequência às obras, inaugurou, e pôs em funcionamento o SERGIPTEC.

O engenheiro agrônomo Manoel Hora, dirigente do SERGIPTEC, com o respaldo técnico e responsabilidade profissional dos engenheiros Ronaldo Fernandes, gerente da Biofábrica de mudas, e do engenheiro Cláudio Antunes, gerente de infraestrutura, assegura que será possível, no próximo ano, produzir mais de quinhentas mil mudas de palma, geneticamente imunes aos fungos. Com essa garantia, um programa de disseminação da palma e outras forrageiras no semiárido, formaria a base sustentável da expansão do rebanho leiteiro.

Alvos preferenciais para esse projeto, poderiam ser os assentamentos do MST, que no semiárido não conseguiram até agora produzir quase nada.

É indispensável que percam a sintonia improdutiva com práticas que a moderna agricultura superou, como essa insistência boba de produzir o feijão crioulo, cujas sementes deveriam estar bem guardas num banco genético, ou utilizadas em restritos plantios de sobrevivência, em quintais, e apenas isso. Sem dispêndio de recursos preciosos e de tempo inútil.

A convivência harmoniosa e interativa entre a agricultura familiar e o agronegócio, é um objetivo pragmático a ser alcançado, com base, por exemplo, na bem-sucedida experiência no campo catarinense.

Dessa forma, atividades como a pecuária e a agroindústria terão de entrar com mais ênfase nessa pauta de inovações transformadoras do nosso empobrecido e dependente meio rural.

Em suma, o cavalo selado passa aqui, bem junto, e vai correr em direção ao futuro, e ao decidir-se por essa cavalgada, Belivaldo estará aproveitando este, que ficará sendo o grande momento da história econômica de Sergipe.

OS MAIS MEDICOS E OS MENOS MÉDICOS

Gostando-se ou não de Dilma, e a grande maioria dos brasileiros não a aprecia,  gostando-se ou não de Cuba, e a grande maioria dos brasileiros é simplesmente indiferente aquele país, assim, de uma forma ou de outra, terá de ser reconhecido que esses quase dez mil médicos cubanos que para aqui vieram, deixaram um sentimento de respeito , gratidão e reconhecimento nos mais longínquos pontos deste país onde foram postos a trabalhar.
Substituí-los não será tarefa fácil, e em consequência de um viés ideológico que o presidente eleito diz combater, mas que ele próprio o alimenta, numa posição diversa e extrema, os médicos estão retornando à Cuba. Por aqui não temos médicos disponíveis para substitui-los, muito menos dispostos a morar  nos ¨cafundós do Judas ¨ onde os cubanos estavam .
Contra os médicos cubanos levantaram-se toda sorte de preconceitos. Eram mal treinados porque a medicina em Cuba seria velha, atrasada, eram, o que é pior, comunistas, e poderiam vir subverter a nossa paz, a nossa convivência cristã e civilizada. Tão cristã, tão  civilizada, que estaria vulnerável ao contágio perigoso do discurso ideológico marxista, de solertes agentes do comunismo internacional, envergando jalecos brancos, e com o vermelho nas suas almas.
Parece até que ainda estamos nos tempos da Guerra Fria, que o império comunista soviético ainda existe, que o Muro de Berlim não desabou sob o impacto da ânsia de liberdade , de viver, e de se exprimir, e fazer na vida as próprias escolhas.
 Seriam os médicos comunistas, socialistas, anarquistas, esses ismos, que, ressuscitados agora, continuam a despertar paixões, e fanatismos absurdos e anacrônicos. Ressuscitam também o fascismo, um    outro ismo, entre aqueles que marcaram desastrosamente o século passado.
Na verdade, o grande ISMO que nos deforma, que nos faz insensatos,  que altera os padrões de vida das sociedades em todo o mundo, é o consumismo, aquela exacerbação da vontade incontida de ter, mais e mais, todo tipo de produto, toda moda novidadeira que surja, toda inovação tecnológica que aparece e causa o frêmito de comprar, de possuir, de usar, de gozar dos deformados prazeres que nos proporcionam, como o de ter a cada anos o novo celular com virtualidades anunciadas, das quais nem tomaremos conhecimento, até que surjam outras novas, entupindo as lojas, gerando enormes filas, despertando as ânsias das Black Fridays. É por isso que será difícil levar médicos, mesmo recém  formados ao interior desassistido.  Todos eles, como de resto as sociedades da pós-modernidade, ou  das inconformadas com a pré-modernidade, como é o nosso caso, não querem ficar distantes do alcance do consumismo.
 Enfim, é sobre esse ismo, que devemos mesmo começar a meditar.

 

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