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É PRECISO MAIS QUE ÓDIO, PAIXÃO E LOUCURA
Publicado em 28 de março de 2020
Por Jornal Do Dia
* Rômulo Rodrigues
Um período de 100 anos na história é um curto período, embora para a vida do ser humano seja maior que sua existência. Há cem anos surgiu a gripe espanhola, que pegou de cheio na Primeira Guerra mundial, matando milhões no mundo, e no Brasil dezenas de milhares.
Nações, Países e populações perderam muito, ou quase tudo, mas o Capital, não. Só ele ganha nas crises profundas e ganha muito .Na gripe espanhola morreu o presidente do Brasil, Rodrigues Alves e quase morre o dos Estados Unidos da América.
No Covid-19, os presidentes dos dois países estão no olho do furacão com o agravante de que o do Brasil foi aos EUA e importou o vírus.
Se há 102 anos o palco era de uma Guerra Mundial pelas armas militares, hoje o cenário é de uma intensa Guerra Híbrida, na sequência da grande crise econômica de 2007/08.
O capitalismo é assim, sempre foi e será não importa quantos morram; ele se reinventa e a "massa" – ê ô ô vida de gado… – não percebe; os capitalistas, que não têm Pátria, buscam qualquer solução para preservarem seus lucros.
Há um ano e cinco meses houve uma eleição no Brasil e o ódio derrotou a razão, com a grande contribuição de milhões que lavaram as mãos, não como proteção ao vírus, mas, para dar razão à Fábula: "A Cigarra com raiva da Formiga votou no Inseticida e todos morreram, inclusive o Grilo, que ficou neutro".
O primeiro caso do Covid-19 foi diagnosticado em novembro de 2019 na China e chegou ao Brasil em 26 de Fevereiro, quase três meses depois, vindo da Europa, direto para São Paulo.
O detalhe mais estarrecedor como resultado daquela eleição é que, os vencedores não tomaram nenhuma medida protetiva, nem construíram nenhuma estratégia de defesa.
Isso prova que eles foram eleitos com a missão de destruírem o Brasil e o Covid-19, chegou, como chegaria, está fazendo estrago porque encontrou um organismo debilitado, propositadamente, desprovido de anticorpos, cujo objetivo é matar por inanição.
Caso o resultado eleitoral de 2018 tivesse sido outro, hoje o Brasil teria um cenário diametralmente oposto.
Haddad como presidente, poderia ter Arthur Chioro como ministro da Saúde e o Covid-19, com certeza, teria um ambiente bem desfavorável para desembarcar nos aeroportos.
Criteriosos e responsáveis como já demonstraram, a dupla teria protegido o povo brasileiro dos ataques do Covid-19, sem terem ido aos EUA, como Lula e Mantega protegeram das consequências danosas da crise do Sub Prime, com toda a certeza.
O Governo Bolsonaro, como um todo, com ele à frente zombou do perigo e mergulhou o País no olho do furacão da pandemia.
Alargaram o caminho para que 25% dos royalties do Pré-Sal fossem cortados da Saúde, fizeram coro ao famigerado teto dos gastos públicos, sacaram U$ 9 bilhões do SUS para comprar um ferro velho de Porta-Aviões inglês que ia ser alienado ao lixo, sucatearam o SUS e, além de não terem uma estratégia de defesa foram aos EUA e voltaram com 23 membros infectados.Portanto, não é sem razão que São Paulo e Rio de Janeiro lideram o caos. Foi lá que esse projeto ganhou com mais força.
No Rio de Janeiro, cidade, o caso ficará incontrolável, resultado do abandono dos milhões de vulneráveis que vivem nos grandes centros sem água para lavarem as mãos, isolados em pequenos cômodos de casas, sem as mínimas condições de higiene e alimentação, sem dinheiro algum e impossibilitados de comprarem álcool-gel.
Os recentes gestos da família Bolsonaro atacando a China, suas autoridades e Embaixada, abriram uma crise sem paralelo para a respeitada Diplomacia brasileira, fazendo com que a emenda saísse pior que o soneto; Bolsonaro ligou para Xi Jipping e ele não atendeu. Isso não aconteceria nunca com Haddad Presidente do Brasil, ligar para outro Chefe de Estado e ser ignorado.
O respeito da China, nosso maior parceiro comercial, pelo Brasil está preservado na leitura da carta que lula escreveu para Xi Jipping e ele leu em rede nacional para todo o povo chinês. Eis o caso: o ex-presidente enviou na sexta feira uma carta ao Presidente da China pedindo desculpas, em nome do povo brasileiro, pelas ofensas proferidas pela família Bolsonaro ao País.
A ação pode ser considerada como uma das maiores humilhações de Bolsonaro até agora. Lula assume de vez o papel de líder brasileiro na atualidade, conforme foi visto na recente viagem à Europa, onde visitou o Papa, recebeu honrarias e debateu saídas para a crise social que abala a humanidade. A China, a Rússia e Cuba têm concentrado esforços de solidariedade no combate ao vírus, notadamente na Itália, e os governadores do Nordeste entenderam e agiram – isso se chama estratégia.
Ângela Merkel diz que é a pior crise desde 2008; Boris, da Inglaterra diz que é a pior crise de uma geração; Emannuel Macron diz que é a maior crise de saúde dos últimos 100 anos; Bolsonaro diz que é fantasia, histeria, uma gripezinha.
Fiquemos em alerta: "O mercado já está construindo a saída de Bolsonaro e construindo um substituto com simpatia popular, Mandetta, muito mais perigoso, e para isso, vem a tentativa de suspender as eleições e usar o fundo eleitoral no combate à Pandemia para alegria dos canalhas e dos imbecis".
* Rômulo Rodrigues é militante político