É PRECISO SABER O QUE É INSTITUIÇÃO
Publicado em 13 de junho de 2024
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
É muito comum nas polêmicas e conceituações sobre personagens que povoam ou habitam núcleos sociais, majoritariamente quando há desvios de condutas e de caráter, para proteger e amenizar os erros ou crimes, a pronta desculpa; o elemento citado cometeu um crime ou deslize, mas, a instituição à qual pertence é seria e livre de qualquer vinculação.
É claro que o conceito incrustado pelos poderosos nas mentes dos pobres coitados, é que tal grupo social é composto por gente pura e santa e que apenas uns poucos impuros saíram da curva e basta enxotá-los para preservar o composto social.
Ao procurar no pai dos burros uma explicação sobre a questão encontra-se a seguinte explicação, nada explicativa.
Vamos lá, então: “Instituição é uma estrutura ou mecanismo de ordem social que regula o comportamento de um conjunto de indivíduos dentro de uma comunidade; ou então, identificada com uma função social que transcende os indivíduos e as intenções, mediando as regras que governam o comportamento vivo”.
Ou seja; duvido que alguém não a classifique além de um Regimento Interno qualquer ou, quando muito, um intocável Conselho de Ética.
Ocorre que, no Brasil, um país que não tira 4 décadas corridas de continuidade democrática, tem seus ciclos de normalidade civilizatória interrompidos por traidores protegidos por argumentos canalhas de que as instituições as quais pertencem os bandidos têm que ser preservadas porque os desvios criminosos são dos seus habitantes e não delas.
O raciocínio vem a debate devido a fatos noticiados nos últimos dias, onde consta no noticiário que a instituição exército brasileiro, gasta R$ 20 milhões por ano com pensões de 238 mortos fictícios.
A lista é composta por 38 oficiais e 200 praças que perderam os postos e as patentes por terem cometidos crimes ou infrações graves cujas penas somam mais de 2 anos de reclusão e as pensões são pagas a 310 familiares.
Um dos considerados mortos vivos é o coronel Ricardo Couto Luiz, preso em 2014 com 351 kg de maconha prensada no fundo falso de um furgão de sua propriedade, no Rio de Janeiro.
Segundo a PF o coronel ostentava a farda pendurada num cabide no interior do veiculo, mesmo sendo da reserva, para inibir eventuais revistas policiais.
Mesmo condenado pelo Superior Tribunal Militar, STM, e perdido o posto, a filha recebe R$ 13, 4 mil por mês. “Lembremos Nelson Rodrigues; a ocasião não faz o ladrão. A ocasião faz o furto, ladrão o sujeito já é”.
Os crimes de roubo e lesa-pátria praticados pela gang que se apoderou do pode r a partir do golpe de 31 de agosto de 2016, avalizado pelo comandante do exército, general Villas Boas, com seu séquito de generais como Braga Neto, Augusto Heleno, Eduardo Pazzuello, Hamilton Mourão, todos suspeitíssimos de traição e corrupção, além de brigadeiros e almirantes, todos pertencentes a uma dita instituição, chamada forças armadas, que fazem a plebe ignara aceitar como sagrada e acima do bem e do mal, mas que o histórico é tramar golpes contra a nação em subordinação aos EUA.
A consequência do discurso moral aliado aos ideários fascista foi a derrubada de uma presidenta honesta e a prisão de um Estadista impedido de vencer as eleições de 2018, que resultou na vitória de um escroque saído de um instituição que veneram e que, sequer, controla seus integrantes para evitar que roubem, contrabandeiem joias e cocaína e cobrem propina para adquirir as vacinas contra a Covid-19.
É urgente que esteja na pauta dos que querem a paz e o desenvolvimento econômico de volta, que construam uma frente de luta para que o Banco Central retorne ao que era antes de ser entregue aos especuladores do mercado financeiro, onde foi catalogado como instituição.
Na linha de frente das narrativas nefastas está um tripé formado pelos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão que divulgam Fakes e factoides que só interessam ao grande capital, que tem como ditador pleno o Dr. Roberto Campos Neto, neto do maior entreguista que serviu fielmente aos generais ditadores do golpe de 1964.
Aqui cabem esclarecimentos para quem ainda não cerra fileira no idiotismo; o jornalismo patronal não é e nunca foi uma instituição e nem o Banco Central o é.
O discurso de entregar o BC a um técnico e dar autonomia para não sofrer ingerência governamental, foi a maior mentira inventada nos últimos anos, apena para entregar o controle da inflação aos agiotas do mercado, que ganham bilhões com taxa Selic. Campos Neto não tem nada de técnico; é um político neoliberal a serviço do capital internacional.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político