Domingo, 19 De Janeiro De 2025
       
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Ecos do passado


Publicado em 03 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia


 

* Cleiber Vieira
A prova dos nove nos leva a certeza de que a operação matemática está certa ou não. 
O livro do professor Antonio Fontes Freitas, intitulado "A prova dos nove", passa a limpo as "operações" da vida dele e revela detalhes importantes de sua formação humanística como educador, administrador e maçom.
Sócrates, um dos fundadores da filosofia ocidental, figura enigmática por excelência, dizia que a vida não examinada não vale a pena ser vivida. O professor Freitas exerceu o exercício socrático e o registrou na autobiografia. As lembranças expostas confirmam o que o grande romancista Guimarães Rosa nos revela em "Grande sertão: veredas": "O que lembro tenho." As recordações merecidas são as que a memória guarda. Nelas, ficam impregnados os fatos marcantes de nossas vidas.
No seu livro, o professor Freitas rememora, como numa prova dos nove, fatos marcantes da infância e da adolescência e nos faz recordar dos mestres do passado educacional de Sergipe: Ofenísia Soares Freire, Maria da Glória Portugal, Lígia Madureira Pina, Silvério Fontes, José Rollemberg Leite, José Amado Nascimento… e o inesquecível professor Leão Magno Brasil, de quem recebeu ensinamentos, os quais foram "uma preparação moral e intelectual para o exercício como professor", diz Freitas em seu livro.
O professor Antonio Fontes Freitas não teve vida fácil: é o que nos dar a entender o seu relato, no qual também percebe-se não lhe ter faltado paz e harmonia no seio familiar. Por isso e por outros atributos transformou-se num cidadão de bem, justo e perfeito. Daí, a Maçonaria tê-lo "pescado" – pela humanidade, tolerância, compaixão e ausência de vaidades. Instintivamente ou não, o professor Freitas compreende que o homem vaidoso é um cego que não sabe ver a si próprio. Aliás, esta é uma das grandes lições aprendidas na Maçonaria, na qual alguns ensinamentos estão nas entrelinhas do que é ensinado. A Ordem nos mostra que a vaidade é filha da ignorância e própria dos vis. A vaidade bem dosada não ofende ao vaidoso, mas em excesso o faz passar vexame. Thomas Jefferson dizia que "ela custa-nos mais que a fome, a sede e o frio." A Maçonaria é a "escola" que nos aperfeiçoa moral e intelectualmente para vigiar e evitar a vaidade.
Poderia falar das atividades do professor Antonio Fontes Freitas em relação ao seu trabalho no magistério sergipano e da sua expertise administrativa confirmada com sua atuação pelos órgãos nos quais exerceu a função de secretário, diretor ou presidente, mas isso está ao alcance de todos e de todas no livro. 
Sei que o seu viver é pleno!
Marco Aurélio, em suas "Meditações", dizia que "na vida humana, a duração é um ponto, a substância um fluxo incessante, a sensação um fenômeno obscuro, as partes do corpo massa destinada ao apodrecimento, a alma um turbilhão, o destino um enigma, a fama coisa que ninguém define". Portanto, entendemos ser a vida o piscar de uma estrela ou de olhos que a contempla e nada mais. 
O humanismo do professor Freitas acontece pela valorização do saber crítico voltado ao ser humano a fim de desenvolver-lhe a condição social. Digo isso baseado em Kant no tocante à educação. O lado conciliador do professor deve ter vindo do seu tio Iôiô – Raimundo Freitas dos Santos. Há outro aspecto da personalidade do mestre: o seu sorriso. Eça de Queirós afirmava que "o que ainda tornava a vida tolerável era, de vez em quando, uma boa risada – rir é um dom supremo". Pois é, o riso também educa. É preciso instruir a mocidade com risos nos lábios, mostrando-lhe os defeitos com doçura e fazê-la amante das virtudes para que não se amedronte diante das dificuldades da vida, assim o dramaturgo francês Molière ensinava. O sorriso do professor Antonio Fontes Freitas simboliza gentileza, princípios, educação e proporciona a nós (com a liberação da dopamina, da endorfina e da serotonina) uma melhora no humor e uma sensação de felicidade.
* Cleiber Vieira, presidente da Associação Sergipana de Imprensa

* Cleiber Vieira

A prova dos nove nos leva a certeza de que a operação matemática está certa ou não. O livro do professor Antonio Fontes Freitas, intitulado "A prova dos nove", passa a limpo as "operações" da vida dele e revela detalhes importantes de sua formação humanística como educador, administrador e maçom.
Sócrates, um dos fundadores da filosofia ocidental, figura enigmática por excelência, dizia que a vida não examinada não vale a pena ser vivida. O professor Freitas exerceu o exercício socrático e o registrou na autobiografia. As lembranças expostas confirmam o que o grande romancista Guimarães Rosa nos revela em "Grande sertão: veredas": "O que lembro tenho." As recordações merecidas são as que a memória guarda. Nelas, ficam impregnados os fatos marcantes de nossas vidas.
No seu livro, o professor Freitas rememora, como numa prova dos nove, fatos marcantes da infância e da adolescência e nos faz recordar dos mestres do passado educacional de Sergipe: Ofenísia Soares Freire, Maria da Glória Portugal, Lígia Madureira Pina, Silvério Fontes, José Rollemberg Leite, José Amado Nascimento… e o inesquecível professor Leão Magno Brasil, de quem recebeu ensinamentos, os quais foram "uma preparação moral e intelectual para o exercício como professor", diz Freitas em seu livro.
O professor Antonio Fontes Freitas não teve vida fácil: é o que nos dar a entender o seu relato, no qual também percebe-se não lhe ter faltado paz e harmonia no seio familiar. Por isso e por outros atributos transformou-se num cidadão de bem, justo e perfeito. Daí, a Maçonaria tê-lo "pescado" – pela humanidade, tolerância, compaixão e ausência de vaidades. Instintivamente ou não, o professor Freitas compreende que o homem vaidoso é um cego que não sabe ver a si próprio. Aliás, esta é uma das grandes lições aprendidas na Maçonaria, na qual alguns ensinamentos estão nas entrelinhas do que é ensinado. A Ordem nos mostra que a vaidade é filha da ignorância e própria dos vis. A vaidade bem dosada não ofende ao vaidoso, mas em excesso o faz passar vexame. Thomas Jefferson dizia que "ela custa-nos mais que a fome, a sede e o frio." A Maçonaria é a "escola" que nos aperfeiçoa moral e intelectualmente para vigiar e evitar a vaidade.
Poderia falar das atividades do professor Antonio Fontes Freitas em relação ao seu trabalho no magistério sergipano e da sua expertise administrativa confirmada com sua atuação pelos órgãos nos quais exerceu a função de secretário, diretor ou presidente, mas isso está ao alcance de todos e de todas no livro. 
Sei que o seu viver é pleno!
Marco Aurélio, em suas "Meditações", dizia que "na vida humana, a duração é um ponto, a substância um fluxo incessante, a sensação um fenômeno obscuro, as partes do corpo massa destinada ao apodrecimento, a alma um turbilhão, o destino um enigma, a fama coisa que ninguém define". Portanto, entendemos ser a vida o piscar de uma estrela ou de olhos que a contempla e nada mais. 
O humanismo do professor Freitas acontece pela valorização do saber crítico voltado ao ser humano a fim de desenvolver-lhe a condição social. Digo isso baseado em Kant no tocante à educação. O lado conciliador do professor deve ter vindo do seu tio Iôiô – Raimundo Freitas dos Santos. Há outro aspecto da personalidade do mestre: o seu sorriso. Eça de Queirós afirmava que "o que ainda tornava a vida tolerável era, de vez em quando, uma boa risada – rir é um dom supremo". Pois é, o riso também educa. É preciso instruir a mocidade com risos nos lábios, mostrando-lhe os defeitos com doçura e fazê-la amante das virtudes para que não se amedronte diante das dificuldades da vida, assim o dramaturgo francês Molière ensinava. O sorriso do professor Antonio Fontes Freitas simboliza gentileza, princípios, educação e proporciona a nós (com a liberação da dopamina, da endorfina e da serotonina) uma melhora no humor e uma sensação de felicidade.

* Cleiber Vieira, presidente da Associação Sergipana de Imprensa

 

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