EDITORIAL: Ainda estamos aqui

Vinte anos se passaram, desde quando o Jornal do Dia foi levado às bancas uma primeira vez. E nós ainda estamos aqui. Os formatos mudam, no encalço da tecnologia, o jornal impresso convive hoje com a conveniência do link. Mas o JD se propõe agora à mesma missão abraçada lá atrás, quando a sua longevidade era uma aposta francamente arriscada: fazer jornalismo.

As conquistas do JD não dizem respeito apenas aos seus leitores, funcionários, colaboradores, anunciantes e direção. Trata-se, isso sim, de um feito relevante para toda a sociedade sergipana.

Modéstia à parte, o Jornal do Dia vem fazendo o seu papel muito bem, obrigado. A preocupação de reverberar a pluralidade própria dos regimes democráticos jamais abdicou de um posicionamento explícito em favor da justiça social. Este é, aliás, um jornal muito cioso de seu perfil progressista, desde o primeiro número. É evidente que as nuances do embate político, ora aplainadas por suposta polarização ideológica, exigem, muitas vezes, a coragem da controvérsia. Aqui, no entanto, a objetividade jornalística nunca serviu de pretexto à fabricação do falso consenso.

Cada edição do Jornal do Dia que chega às bancas, à casa dos assinantes, às redes sociais, com velocidade de um clique, é uma vitória. O contexto de crise econômica agravada pela pandemia ainda recente feriu de morte diversas publicações importantes, Brasil afora.

Tudo mudou, desde quando o Jornal do Dia abriu as portas. A tecnologia transformou a relação das pessoas com a notícia, uma interferência mais das vezes negativa. Mudaram os veículos e as plataformas jornalísticas, mas, sobretudo, a profundidade e urgência exigidas da notícia. Eis aqui a condição indispensável para a produção e circulação em larga escala das chamadas Fake News. Por isso o Jornal do Dia, imprescindível. O único recurso eficiente contra a mentira é justamente o Jornalismo.