**PUBLICIDADE


60 dias de impunidade


Avatar

Publicado em 30 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O caso Genivaldo segue entalado na garganta dos sergipanos. Não apenas pela violência gratuita de policiais rodoviários flagrados em abuso de autoridade, do qual resultou a morte de um cidadão em pleno gozo de todos os seus direitos, com repercussão nacional. Mas, sobretudo, pelo comportamento hesitante das autoridades encarregadas de apurar o crime. Tudo indica, o corporativismo fardado prevalece mais uma vez.
A Superintendência da Polícia Federal parece atuar para manter os três policiais acusados de torturar Genivaldo até a morte em liberdade. O prazo para a conclusão do inquérito já tinha sido prorrogado, em oportunidade anterior. Ontem, sem justificativa plausível, o fim das investigações foi adiado mais uma vez.
A demora não foge à norma. Lá se vão mais de 60 dias de impunidade. Ao contrário de milhões de presos provisórios, mantidos sob a custódia do estado à revelia de qualquer flagrante ou condenação, policiais com as mãos sujas de sangue raramente são punidos. Convém lembrar que Genivaldo foi executado em frente às câmeras dos telefones celulares, em plena luz do dia. Ainda assim, a PRF/SE teve a ousadia de divulgar uma nota alegando que a causa da morte foi um “mal súbito”.
A polícia de Sergipe é a segunda mais letal do Brasil. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “as elevadas taxas de mortalidade por ações policiais indicam que abusos e execuções continuam como prática de algumas instituições, misturando-se a casos de uso legítimo da força”. Como se vê, apesar da grande repercussão, o caso Genivaldo não foge à regra.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE