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Bolsonaro e a morte de Genivaldo


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Publicado em 31 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Justiça, sim. Mas “sem exagero”. Eis a exigência realizada pelo presidente Jair Bolsonaro, ao comentar o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, torturado até a morte por três policiais rodoviários federais de serviço em Sergipe. O presidente não apresentou uma régua, a fim de demonstrar até que ponto a punição aos assassinos seria admissível. Preferiu atacar a imprensa, como de hábito. Segundo ele, ao expor os casos de violência policial, jornalistas estariam advogando em favor dos bandidos.
Pra variar, Bolsonaro mente. Não é verdade que o jornalismo profissional esteja empenhado em uma campanha difamatória, a fim de desacreditar o serviço realizado pela polícia. A conivência das autoridades com bandidos fardados, contudo, coloca todo o aparato da segurança pública sob suspeita. Não é raro que policiais empreguem força desproporcional no trato com suspeitos, nem que sejam surpreendidos com as mãos sujas de sangue. Negar a necessidade de um verdadeiro expurgo nos quartéis e delegacias do Brasil, isso sim é se alinhar com a bandidagem.
Não custa lembrar que a tortura e o assassinato de Genivaldo ocorreram à luz do dia, em espaço público, sob os protestos da população. Mesmo assim, a PRF atribui a morte a um “mal súbito”. Sem a “pressão da mídia”, para usar mais uma vez as palavras do presidente, o crime permaneceria impune, como tantos outros, cometidos no escuro de celas abarrotadas de gente.
A simpatia de Bolsonaro por bandidos fardados, admite-se, é coerente com a sua trajetória política. Deputado federal, ele ocupou a tribuna da Câmara para proferir discursos em favor da milícia carioca. Revelava, assim, que há bandidos em todas as esferas da vida pública – sem privilégio da polícia.

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