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Cargos e encargos


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Publicado em 25 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O presidente Jair Bolsonaro é um fabricante de tempestades. Sem plano conhecido para encarar os desafios adormecidos em sua mesa, ele abusa do voluntarismo. O constante entra e sai na presidência da Petrobras é prova. Sem competência, apela-se ao improviso.
No episódio mais recente, o escolhido para fazer a vontade de Bolsonaro passou pouco mais de um mês à frente da estatal: foram exatos 40 dias no cargo. Além de demitir Coelho, o governo federal pretende ingerir no conselho de administração da estatal.
O plano de fundo sob tanta turbulência, claro, é a volatilidade do mercado internacional de petróleo em momento tão pouco oportuno quanto uma campanha presidencial. Bolsonaro teme que um novo aumento da gasolina enterre a sua candidatura à reeleição de uma vez por todas. Para renovar o seu mandato, vale até torrar a Petrobras nos cobres, a qualquer custo, a preço de banana.
No rastro da insatisfação dos eleitores, os planos de privatização ganham volume. Trata-se, no entanto, de uma solução simplista e inconsequente, sem o condão de resolver o verdadeiro problema por trás do aumento do preço de combustíveis no mercado interno: Auto suficiente em matéria de produção, o Brasil não investiu em refinarias, importa petróleo.
O Brasil produz uma média diária de 3 milhões de barris de petróleo, volume mais que suficiente para atender ao consumo doméstico, de 2,5 milhões de barris diários. Mas não tem capacidade de refino. Assim, precisa importar petróleo e derivados, como gasolina e diesel. A política de desinvestimento, adotada recentemente pela estatal, a fim de priorizar o lucro imediato, só agrava a dependência externa. Eis o verdadeiro problema a ser enfrentado, a bem do País. Apenas mais um entre os tantos encargos negligenciados por Bolsonaro

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