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Contra a Educação


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Publicado em 29 de junho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


“Bolsonaro usa a caneta, na impossibilidade de sacar o cassetete, sempre com o mesmo propósito sinistro.”

O presidente Jair Bolsonaro está se lixando para o futuro do Brasil. Fosse diferente, não promoveria o estrangulamento financeiro das universidades federais. A asfixia das instituições de ensino de terceiro grau é ensaiada desde o primeiro dia de seu mandato, sob estapafúrdio pretexto ideológico. O corte mais recente pode deixar a Universidade Federal de Sergipe no escuro.
A UFS enfrenta em um regime de austeridade o mais radical, em função dos bloqueios orçamentário do governo federal. Com a redução de cerca de 7,5% nas verbas de custeio e investimento, anunciada pelo Ministério da Educação (MEC) no final de maio, a UFS perde um total de R$ 7,5 milhões, e terá que cancelar programas planejados para o ano letivo. O corte nas verbas do MEC é da ordem de R$ 500 milhões – R$ 220 milhões já foram bloqueados.
O governo Jair Bolsonaro jamais se conformou com a autonomia das universidades federais. O pendor progressista da maior parte dos campi, incluindo os corpos docentes e discentes, é interpretado como uma espécie de afronta aos valores declarados pelo governo de turno. Incapaz de conviver com o dissenso, o presidente não esconde a intenção de submeter o ambiente acadêmico aos próprios caprichos.
É assim desde o início do governo Bolsonaro. Vira e mexe, o titular da pasta da educação entra em conflito com professores, estudantes e a direção das federais. Ano passado, por exemplo, um ofício ameaçava com punição exemplar qualquer manifestação de cunho político em ambiente acadêmico. Em outras palavras: Sob o pretexto de combater o proselitismo, o MEC queria impedir o livre debate de idéias.
Não foi sem aviso. O ambiente crítico das universidades federais, propício ao debate e à reflexão, nunca foi visto com bons olhos pelos asseclas do bolsonarismo. Durante a campanha eleitoral, candidaturas simpáticas ao presidente se queixaram das atividades acadêmicas voltadas para o tema das eleições junto ao tribunais eleitorais. E a polícia foi usada indevidamente para enquadrar professores e estudantes. Agora, Bolsonaro usa a caneta, na impossibilidade de sacar o cassetete, sempre com o mesmo propósito sinistro.

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