SSP deve

“É preciso apurar as circunstâncias de uma morte e explicar porquê não havia policiais ali.”

A Secretaria de Segurança Pública está em dívida com a população de Sergipe. Quando não peca por ação, nos casos de abuso de autoridade flagrados todos os dias nas ruas de Aracaju, peca por omissão. Sem policiamento ostensivo, a tradicional Festa do Mastro serviu de pretexto para os arruaceiros transformarem Capela em uma terra sem lei.
A festa foi realizada no último fim de semana e, como já era esperado, atraiu visitantes de todos os cantos de Sergipe. Sem polícia nas ruas, entretanto, a manifestação popular deu lugar à baderna. Brigas, agressões, feridos e um assassinato. A festa realizada no agreste teve desfecho trágico, acabou coberta de sangue.
Em contexto de tamanha selvageria, o ataque gratuito sofrido por profissionais de imprensa em pleno exercício da profissão ganha contornos de um incidente menor, apesar da gravidade evidente. Perto da morte do representante comercial Denisson Marques de Melo, que teve a garganta aberta por um caco de garrafa e sangrou em praça pública, até a morte, a ameaça e o constrangimento passam batidos.
A polícia militar não foi vista em Capela, uma omissão com saldo desastroso para a imagem da corporação. Não há desculpa para o descaso com a segurança dos sergipanos. Se algum contingente foi direcionado para lidar com o fluxo extraordinário de visitantes no município, resta provado, bastou apenas para tomar nota das ocorrências. Agora é preciso apurar as circunstâncias de uma morte e explicar porquê não havia policiais ali.