Edvaldo e Belivaldo podem manter o isolamento

Em pronunciamentos fei tos ontem através das  redes sociais, o governador Belivaldo Chagas e o prefeito Edvaldo Nogueira indicaram que podem manter o isolamento social baixado no mês passado como uma das medidas preventivas contra a pandemia do coronavírus. Eles responderam à carta conjunta que foi encaminhada e divulgada anteontem por entidades empresariais do estado, que voltaram a pressionar pela abertura do comércio e da construção civil, reclamando prejuízos provocados pela quarentena. Os decretos de emergência terminam no dia 17 de abril, mas poderão ser prorrogados, como já aconteceu em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Alagoas.
Em sua live quinzenal nas redes sociais, Belivaldo informou que vai ter uma reunião na quinta-feira com o gabinete de crise instalado no Palácio de Despachos e discutirá com os técnicos a evolução dos casos da Covid-19 em Sergipe, vem como o ritmo de crescimento da contaminação e as projeções para os próximos meses. O governador voltou a frisar que guiará sua decisão nos pareceres técnicos dos especialistas, mas fará "períodos curtos", na prorrogação dos decretos, ou seja, eles seriam reavaliados semana por semana. 
"Nós estamos discutindo com a área técnica. Na quinta-feira, vamos decidir em função desses dados [de casos confirmados e mortalidade] e em cima deles vamos dizer o que faremos. Devo dizer que não faremos mais um decreto com prazo longo. Vamos ter um decreto que vai vigorar de sexta a sexta, pra que toda quinta-feira, eu possa me sentar com a equipe técnica, avaliar e poder decidir se pode abrir setor A, setor B ou setor C", disse o governador, citando que o decreto a ser possivelmente assinado na sexta-feira vai valer até o dia 24."Estamos em função das orientações que estamos recebendo do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde", afirmou.
Belivaldo também disse que está aberto a discutir sugestões, mas chegou a demonstrar impaciência ao comentar as manifestações das entidades, incluindo entrevistas que vem sendo dadas por seus representantes na imprensa e documentos oficiais. "Há segmentos se movimentando de todas as formas, encaminhando ofícios pedindo praticamente um ‘liberou geral’, outros pedindo um ‘liberou passo-a-passo’. Não sou intransigente, mas estamos vivendo um período difícil de pandemia, que ninguém gostaria de passar e estamos tomando medidas duras para atravessar este momento sempre em defesa dos sergipanos", afirmou ele, dizendo que não pretende liberar todos os setores de uma vez. "As coisas não pode sair da cabeça de ninguém, estamos ouvindo os especialistas da área, não teremos um liberou geral. Não é prudente. Dentro da curva que vivemos hoje, com todo o isolamento, temos uma aparente tranquilidade no número de leitos, mas não podemos deixar o barco solto, liberando todo mundo de uma vez", avisou.
A mesma avaliação será feita por Edvaldo Nogueira, que também convocou para quinta-feira uma reunião com o seu gabinete de crise. Ao ser perguntado sobre o assunto em uma coletiva virtual, o prefeito novas determinações sobre o decreto de emergência estão sendo avaliadas. "Estamos estudando e no dia 16 emitiremos um novo comunicado. Acreditamos que o isolamento ainda é importante, mas precisamos analisar os setores para que as melhores decisões sejam adotadas.  Acredito que saúde e economia andam juntas, mas é preciso colocar a vida como prioridade. No caso das escolas municipais, por exemplo, acreditamos que aulas não serão retomadas antes do final do mês. Mas estamos discutindo que decisão tomaremos", declarou.
O governador disse ainda que os casos de coronavírus em Sergipe estão praticamente controlados, com estabilidade no número de mortes e um baixo número de infectados, em relação em outros estados. Pelo balanço do Ministério da Saúde, divulgado ontem, o estado foi o penúltimo da lista em número de registros confirmados da doença, ficando acima apenas do Tocantins. "Cada estado tem sua especificidade sobre o pico da doença. Aqui, com a ajuda de todos, estamos num grau controlado de contaminação que vamos analisar semanalmente ao elaborar os decretos com as medidas de isolamento.Estamos acompanhando a curva de propagação do vírus e, graças a Deus, a sociedade nos entendeu", avaliou, ao defender as medidas de isolamento social. "As medidas que estamos tomando com o coronavírus não é para prender ninguém em casa, é para proteger as pessoas e é assim que temos a situação controlada para ter leitos suficientes de UTI para os que precisarem", frisou Belivaldo.