Egbé amplia visão do cinema negro com mostras de sua 8ª edição
Publicado em 20 de março de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Neste mês de março, a EGBÉ – Mostra de Cinema Negro chega à sua oitava edição, após uma prévia realizada em novembro de 2024, na qual foram exibidos os filmes da curadoria oficial de forma presencial e online. Agora, com o objetivo de fortalecer os laços entre mostras de cinema negro parceiras e, igualmente, nordestinas, a EGBÉ se propõe a promover uma janela em Sergipe para o olhar das curadorias da Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB), assim como do Infinita Festival de Cinemas Negros e Indígenas.
Daiane Rosário, diretora-geral da MIMB, foi a primeira profissional a ministrar uma oficina de audiovisual na programação da EGBÉ. Desde então, os dois festivais realizaram outras parcerias, caminhando juntas. Luciana Oliveira, diretora-geral da EGBÉ, acredita que as mostras de cinema negro, além de importantes, são espelhos para a existência negra. “Fortalecer esses laços é importante para nós e para o próprio cenário do cinema negro brasileiro”, destaca.
De acordo com Julia Moraes, coordenadora de curadoria nacional da MIMB, os filmes selecionados pela mostra dialogam diretamente com o conceito africano Sankofa, tema desta edição da EGBÉ, reforçando a memória como ferramenta de transformação. “A seleção reúne quatro filmes que evidenciam a potência do cinema negro como território de memória e imaginação. São filmes que traçam percursos de afeto e pertencimento, atravessando tempos e espaços para afirmar a centralidade da experiência negra na construção de novas narrativas.”
Além disso, Julia Moraes ressalta que o público pode esperar um conjunto de obras potentes que, no diálogo entre si dentro da sessão, não apenas revisitam o passado, mas o ressignificam para o presente, costurando e fabulando futuros possíveis. Assim como a EGBÉ, a MIMB acredita que parcerias como estas são fundamentais. “A conexão entre a MIMB e a EGBÉ, festival que admiramos e que muito nos inspira desde o nosso início, reafirma o compromisso de ambos os festivais com a construção de um audiovisual negro mais descentralizado”, destaca Julia Moraes.
Em 2018, a EGBÉ participou da programação do Infinita Festival de Cinemas Negros e Indígenas. A partir daí, a aproximação foi se estreitando, seguindo em diálogo sobre o cenário do cinema negro no Nordeste. “É um festival muito especial, realizado no Ceará, com profissionais fantásticos como Clébson Francisco, Leon Reis e Aline Furtado”, afirma Luciana Oliveira, destacando ainda que existem diversas mostras de cinema negro no Nordeste, cada uma com suas particularidades e formatos. “São diversas, belíssimas e fortes. São espaços fundamentais, que tornaram possível a presença e potencialização deste cinema em nosso território”, finaliza.