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Eleição do novo governador não tem data para terminar
Publicado em 24 de setembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A última semana da campanha eleitoral será decisiva para saber os candidatos que vão passar para o segundo turno na disputa pelo governo do estado. A pesquisa Ipec divulgada na noite de quinta-feira (22) pela TV Sergipe foi um verdadeiro banho de água fria para Fábio Mitidieri (PSD), candidato que tem o apoio do governador Belivaldo Chagas, a máquina governista a seu favor, a maior estrutura de campanha, e ficou estagnado em 16%, vendo o adversário Rogério Carvalho (PT) pular de 12% para 20% e ficar em segundo.
Rogério e Fábio, no entanto, não são os protagonistas desse confronto. Isso fica para o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), que disputa a eleição sub judice e mesmo assim é o líder das pesquisas. A Ipec mostra Valmir com 38% das intenções de votos, abaixo do registrado em pesquisas de outros institutos.
Valmir também entra na última semana de campanha com uma ameaça de ser banido dos programas na TV e ficar impedido de utilizar os recursos do fundo partidário. Ao menos é o que defende o procurador regional eleitoral Leonardo Martinelli junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tão logo a defesa de Valmir protocolou no TSE protocolou recurso contra impugnação de sua candidatura pelo TRE-SE, Martinelli encaminhou ao ministro Raul Araújo recomendação para que o recurso “seja desprovido, imediatamente, com a suspensão da utilização do horário eleitoral gratuito pela parte recorrente; e suspensão do dispêndio dos recursos públicos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha”. Não há data prevista para a decisão do relator.
Quando, por unanimidade, impugnou a candidatura, o TRE-SE negou a solicitação do Ministério Público Eleitoral para proibir Valmir de utilizar o fundo eleitoral, bem como fazer propaganda no rádio e na TV, sob a alegação de que a legislação eleitoral determina que o candidato com o registro sub judice poderá realizar todos os atos de campanha, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito e ter seu nome mantido na urna eletrônica.
Caso a decisão do TSE seja mais célere e tomada nas próximas horas, Valmir vai ficar apenas escondido do eleitorado, mas poderá continuar tocando a campanha nas ruas, seu nome continuará na urna eletrônica e seus votos serão computados, até o julgamento do recurso em que ele contesta a sua inelegibilidade por abuso dos poderes econômico e político na eleição de 2018 aprovada pelo TRE-SE e mantida pelo TSE.
A decisão final da justiça eleitoral pode não sair este ano, o que colocaria o resultado da eleição em risco. Caso eleito no primeiro turno, Valmir poderia assumir o cargo normalmente até o julgamento dos recursos, ou disputar o segundo turno,
Se depois de empossado, o TSE decidisse pela impugnação da candidatura, Valmir seria afastado do cargo, assumiria o governo o presidente da Assembleia Legislativa, e seria marcada uma nova eleição. O vice-governador – hoje a candidata é a vereadora de Aracaju Emília Correa (Patriota) – também seria afastado.
Voltando a pesquisa Ipec, o resultado também decepcionou o candidato Alessandro Vieira (PSDB) que caiu de 9% para 6%. Mesmo sabendo que as pesquisas seguem critérios científicos, ele usa a eleição de 2018 quando foi campeão de votos para o senado mesmo nunca tendo sido citado em qualquer pesquisa, como uma contestação silenciosa aos números divulgados. Vieira foi eleito vinculado ao esquema do presidente Bolsonaro (PL), de quem se afastou logo depois de assumir o mandato, e se vinculou ao ex-juiz Sérgio Moro.
Ao contrário do que sempre aconteceu, a definição do futuro governador de Sergipe não tem uma data precisa para acontecer, em função da condição de sub judice do líder nas pesquisas.
A morosidade da justiça eleitoral no julgamento dos recursos sobre impugnações não prejudica apenas os candidatos envolvidos, mas também os eleitores, que acabam se sentindo ludibriados.
(A pesquisa Ipec/TVSE ouviu 800 pessoas entre os dias 19 e 21 de setembro em 32 municípios sergipanos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. Ela foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE) sob o nº SE 02694/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR- 00708/2022).