O arroz com feijão está cada menos menos presente no prato do sergipano
CONSUMO DOS DOIS PRODUTOS CAIU MAIS DE 50% NESSE PERÍODO
Publicado em 04 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
O arroz com feijão está cada menos menos presente no prato do sergipano
CONSUMO DOS DOIS PRODUTOS CAIU MAIS DE 50% NESSE PERÍODO
A cozinha dos sergipanos tem cada vez menos feijão e arroz. É o que mostra o estudo sobre aquisição alimentar divulgado ontem (03) pelo IBGE. O estudo faz parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, que foi a campo entre 11 de julho de 2017 e 09 de julho de 2018. Os resultados mostram que a aquisição para o domicílio de arroz não polido teve queda de 66,1% entre 2003 e 2018. Já a aquisição de leguminosas, como o feijão, teve queda de 51,7% no mesmo período. A diminuição no consumo domiciliar foi verificada tanto para o feijão-mulatinho (-39,1%), quanto para o feijão-rajado (-40,9%) como para o feijão preto (-97,6%).
A queda no consumo domiciliar de cereais e leguminosas, porém, veio acompanhada de um aumento no consumo domiciliar de hortaliças. A aquisição domiciliar de hortaliças folhosas, por exemplo, teve alta de 137,6% entre 2003 e 2018. No caso das hortaliças frutosas, a alta foi mais discreta, de 22,4%. Mas alguns produtos nesse grupo tiveram um aumento explosivo de consumo, a exemplo da berinjela, cuja aquisição domiciliar aumentou 4380%. Houve queda, contudo, na aquisição de maxixe, pepino fresco, pimentão, quiabo e vagem.
Para as hortaliças tuberosas e demais hortaliças, a alta no consumo chegou a 57,3%, puxada, sobretudo, pelo aumento de 245,6% na aquisição domiciliar de batata-doce. Inhame (24,1%) e mandioca (87,3%) também tiveram sua participação ampliada na mesa das famílias sergipanas no período.
Essas mudanças refletem novos hábitos de consumo já revelados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE. Um deles é o aumento da participação da alimentação fora do domicílio no orçamento das famílias sergipanas. À medida que as pessoas passam a se alimentar cada vez mais fora de casa, a cesta de produtos adquiridos para consumo dentro de casa vai ganhando outra composição. Por exemplo, uma pessoa que passa a almoçar todos os dias fora de casa diminui o consumo de feijão e arroz, que são itens mais comumente consumidos no almoço. Por outro lado, a aquisição de alimentos mais utilizados no café da manhã ou no jantar, como é o caso da batata-doce, pode aumentar.