Marcão lamenta as mortes provocadas pela covid-19,mas condena a paralisação do futebol
Entrevista de Marcão tem repercussão nacional
Publicado em 19 de março de 2021
Por Jornal Do Dia
O Sergipe empatou em 0x0 com o Cui- abá, resultado que eliminou o time sergipano da Copa do Brasil. O goleiro Marcão foi o principal destaque do time rubro e garantiu o 0x0. Porém, o que mais repercutiu não foi a atuação do goleiro, mas sim a entrevista concedida ao repórter Guilherme Fraga da TV Sergipe. A entrevista teve repercussão nacional e foi repassada em diversas emissoras da Rede Globo.
O goleiro destacou a atuação da equipe, falou das defesas efetuadas, mas disse que trocaria todas as defesas pela vitória do seu clube. O goleiro lamentou as mortes por cona da Covid19, mas disse ser contra parada do futebol, para evitar que jogadores, colegas de profissão voltem a passar fome. Na entrevista, o goleiro comentou as declarações do técnico Lisca, do América-MG, que pediu a interrupção da Copa do Brasil.
– É muito delicado falar isso. Quem tem um salário alto, está na primeira ou segunda divisão e recebe em dia, é muito fácil falar para parar o campeonato. A gente que joga uma Série D, tem dificuldades. Teve jogadores que no ano passado passaram fome, famílias que passaram fome, se não fosse a ajuda de outras pessoas. Eu sei que é uma situação delicada para o país, lamento pelas mortes que estão acontecendo. A gente torce para que a vacina chegue logo, que possa liberar o público no estádio, mas eu não concordo com a paralisação do campeonato em si – disse Marcão.
O goleiro colorado ressaltou que além dos jogadores, outros funcionários dos clubes passaram por necessidades e problemas financeiros. "Tem muito jogador de time pequeno que precisa muito disso aqui. E não só jogador não, tem muita gente envolvida no futebol, que são os funcionários do clube, roupeiros, massagistas, que ganham pouco e precisam disso. Ano passado a gente passou por uma situação de quatro meses sem receber salário. Quem está em time grande ganha R$ 100, R$ 150 mil e consegue manter isso tranquilo, mas e nós? Nós que ganhamos aqui pouco mais que um salário-mínimo, sofremos muito mesmo – refletiu.