Entrevista Singular | Dr. Lucas Vaz

Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, atuou em saúde coletiva e desde a infância tem paixão pelos esportes, prevenção e promoção de saúde.
Estudou nutrologia no Hospital Felicio Rocho, um dos mais conceituados do país, com estrutura que atende a pacientes com diversas patologias, abrangendo as mais diversas áreas da medicina como oncologia, coloproctologia, cardiologia, nefrologia entre outras. Vejamos o que nos tem a dizer o médico, dr. Lucas Vaz , que passa a residir e acompanhar a saúde da sociedade Sergipana.

DKVS – Dr. Lucas Vaz , quando se fala em saúde , de que forma pode-se associar a emagrecimento?

LV – Acabamos de passar e ainda enfrentamos a pandemia da COVID-19. No entanto, o ocidente já encara uma Pandemia que, felizmente, tem sido alvo crescente de estudos: a Obesidade. A obesidade é uma doença crônica com causas multifatoriais associada a diversas formas de cânceres e doenças cardiovasculares, enfermidades que englobam as principais causas de morte não violentas.

DKVS – Diz-se que grande parte da sociedade brasileira caminha para a obesidade. Dado isto, o Senhor percebe as mesmas estatísticas em alta em nosso Estado para o qual o Senhor está se mudando ?

LV – A obesidade é uma doença prevalente em todo o país e a sua incidência (número de casos novos) tem aumentado. Vários são os fatores que influenciam a crescente: hábitos de vida sedentários e alimentares inadequados são os principais fatores do aumento. Lembrando que a principal causa é o excesso de calorias, resultado de atividade física insuficiente e/ou excesso de calorias ingeridas dos alimentos.

DKVS – Dr. Lucas Vaz , muito comum o é falar-se sobre o “ jejum intermitente “. Explique-nos!
LV – Nossa espécie naturalmente já executa o jejum, uma vez que não comemos enquanto dormimos.
Existem diversas estratégias alimentares que aplicam esta técnica, que tem origens inclusive religiosas. Durante o jejum – intervalo de tempo não alimentado – o organismo, a grosso modo, se modifica no sentido de preparar o corpo para receber os nutrientes. Dentre essas alterações, podemos citar a melhora da sensibilidade a insulina – hormônio que regula a captação periférica da glicose advinda dos alimentos – direcionando este nutriente para os órgãos e a musculatura. O excesso de glicose circulante, por exemplo em indivíduos predispostos, pode favorecer o desenvolvimento de diabetes tipo II.
O JI (jejum intermitente) é mais uma das diversas modalidades estratégicas que podem auxiliar no processo de emagrecimento. Vale lembrar que o emagrecimento só ocorre com o déficit calórico – ingerir menos calorias do que seu organismo consome e/ou gastar mais energia do que as calorias ingeridas, através da atividade física – independente da estratégia utilizada.

DKVS – Dr. Lucas Vaz, quais os benefícios oferecidos por este tipo de jejum? O Senhor, médico profundamente preparado na Universidade Federal de Minas Gerais, confirma a existência de medicina preventiva no tocante ao Equilíbrio na alimentação e benefícios em geral?
LV – A formação médica recentemente tem direcionado os médicos para uma abordagem generalista. Para promoção de saúde e prevenção de doenças. Dependendo do prejuízo que uma enfermidade já causou ao paciente, não há mais reversibilidade. Nesses casos, a terapia medicamentosa pode ser indispensável. No entanto, não devemos medir esforços para diminuir a incidência e prevalência de doenças evitáveis. Devemos reconhecer a importância de promover as modificações no estilo de vida, que incluem prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada, higiene do sono, reposição de nutrientes deficitários, entre outras. Parece ser paradoxal, mas é possível ter saúde sendo doente. Trabalhei por 2 anos em um hospital referência em terapia nutricional, e notei o quanto o refinamento da dieta, suplementação e reposições nutricionais do paciente doente podem melhorar o prognóstico e devolver qualidade de vida a eles.

DKVS – O Senhor começa a atender no Centro Médico Nossa Senhora do Carmo no próximo dia 10 de fevereiro. Como tem sido sua expectativa para vir a nosso Estado, já que muitos pacientes iam até BH vê-lo ?

LV – Desde pequeno, sonhei e planejei morar no litoral. As expectativas são as melhores, o povo nordestino guarda muitas características semelhantes ao povo mineiro. São acolhedores, hospitaleiros e tem a culinária como ponto forte!