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Envelhecimento Saudável
Publicado em 27 de junho de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Conforme informado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 15 de junho de 2022, começou a Década das Nações Unidas para o Envelhecimento Saudável, coincidindo com o Dia Mundial de Alerta contra o Abuso de Idosos. Dessa forma, apontarei neste breve ensaio alguns pontos de relevância apontados pela entidade internacional e de outras fontes que buscam melhorar a vida dos idosos.
A Década das Nações Unidas para o Envelhecimento Saudável irá até 2030 e, até lá, pretende-se uma mudança de configuração no tratamento do tema, especialmente na perspectiva de termos cada vez mais uma geração mais saudável.
Isto é relevante, pois segundo dados do nosso Ministério da Saúde, o envelhecimento envolve a diminuição da capacidade funcional do corpo e da mente em razão do envelhecimento que pode ser um fator que leva o idoso a múltiplas fragilidades, como dificuldade de locomoção, perda auditiva e falta de interação social. Essas vulnerabilidades expõem esse público a ações e omissões cometidas por parte de quem cuida ou é responsável pelo idoso.
A ONU revela que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sinalizam que, uma em cada seis pessoas com 60 anos ou mais sofre anualmente algum tipo de abuso e, infelizmente, a perspectiva da organização é a de que esta tendência deve continuar com o rápido envelhecimento da população ocorrendo em muitos países. Isto ficou mais evidenciado durante a pandemia, pois conforme a OMS, ocorreu aumento de abusos nas mais variadas formas.
Então um ponto importante é a preparação das novas gerações para que elas saibam cuidar melhor os idosos, para que os referidos abusos deixem de acontecer, e são abusos de vários tipos, a exemplo de: violência física, sexual, psicológica e emocional. Acrescente-se ainda, outras questões relacionadas, a exemplo de descuidos financeiro e material, abandono, negligência e grave perda de dignidade e respeito. A consequência disso é que alguns despreparados cometem tais injustiças que levam a consequências graves para os idosos, a exemplo de: mortalidade prematura, lesões físicas, depressão, declínio cognitivo e pobreza.
A estimativa da ONU é a de que a população com mais de 60 anos deva dobrar nas próximas décadas, passando dos 900 milhões em 2015 para cerca de 2 bilhões em 2050.
Do ponto de vista legal, o Brasil dispõe de uma Lei que trata do tema, Lei n° 10.741, de 1º de outubro de 2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Sobre referida lei gostaria de ressaltar o caput do Art. 3º ” É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. ”
Devemos observar todos os artigos da referida Lei (Estatuto do Idoso), mas iniciar pelo cumprimento do caput acima já será um grande passo que cada um deve fazer de forma natural para que seja possível termos um mudo com melhores perspectivas de futuro.
A gravidade do assunto do nosso país pode ser confirmada por uma notícia recente divulgada pela Agência Brasil, revelando que mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra pessoas idosas foram registradas no Brasil, no período de 1º de janeiro a 2 de junho de 2022, pelo Disque Direitos Humanos (disque 100). Há um agravante no dado, pois a maioria das denúncias (87%) são de violações que ocorreram na casa onde o idoso mora, sendo que de acordo com o Ouvidor Nacional de Direitos Humanos, Nabih Chraim, entre os agressores, os principais responsáveis pela violação são os próprios filhos, vindo na sequência os vizinhos e os netos, algo bastante lamentável, terrível em minha opinião.
Analisando Sergipe, que conforme o IBGE, tem uma população estimada de 2.356.800 é de 8,17%, percentual inferior à média do Brasil que é de 10,49% da população estimada de 2022 com 65 anos ou mais, porém as projeções sinalizam que em 2060 aqui Sergipe esta faixa etária representará 23,42% da população, aproximando-se da média do Brasil que será de 25,49%, portanto, requerendo vários desafios para acolhimento e cuidado com os idosos.
Os dados acima são importantes para analisarmos uma questão que devemos ter atenção, trata-se da razão de dependência, cuja conceituação é a razão entre o segmento etário da população definido como economicamente dependente (os menores de 15 anos de idade e os de 60 e mais anos1 de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo (entre 15 e 59 anos de idade), na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. No Brasil esta razão de dependência está em 44,82, já em Sergipe a razão é de 42,82. Mas não basta este conceito meramente estatístico, é preciso o cuidado real dos jovens e adultos com os idosos.
Ampliando-se o problema para o título deste ensaio quero trazer as questões que envolvem a saúde do idoso e consequentemente, atividades que propiciem uma convivência mais adequada entre jovens e idosos e as estratégias de cuidado, de apoio e de promoção da saúde dos idosos.
Neste sentido, ressalto a campanha junho violeta do Ministério da Saúde que está promovendo a capacitação de profissionais de saúde para atendimento a idosos, via o Sistema Único de Saúde (SUS), objetivando a prevenção e identificação da violência em idosos. Segundo o Ministério da Saúde, os temas abordam o envelhecimento, ações estratégicas, condições clínicas, caderneta de saúde, abordagem familiar, avaliação multidimensional, estratificação dos perfis de funcionalidades e linha de cuidados para atenção integral à saúde da pessoa idosa.
Que tenhamos uma sociedade mais consciente e preparada para cuidar da saúde dos idosos em seus vários aspectos, evitando-se especialmente, o abandono e a negligência com as suas necessidades. Lembre-se mais jovens, se vocês forem viver mais, um dia serão idosos e saberão o quão importante é esta questão, portanto cuidemos mais e melhor de nossos idosos.