Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
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ESCREVER COM LIBERDADE E POR DIVERSÃO


Publicado em 19 de junho de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos
Na próxima segunda-feira, 21 de junho, estarei publicando um novo livro autoral: EUTÍMIA, CRÔNICAS PARA NÃO ESQUECER. Meu primeiro trabalho de memória, onde faço uma interface do ato de lembrar com as práticas culturais e a história cultural. A obra reflete um autor mais maduro, livre de amarras e de normas, unicamente guiado pela liberdade criativa e pela honestidade científica. Consciente que como filhos, nossos livros apenas os criamos e depois deixam de ser nossos, me entrego à premissa de escrever sem culpa, sem expectativas e sem exigências. Escrevo pelo simples prazer de escrever e pela necessidade de fazê-lo como a de respirar e viver.
No que se refere à arte, à liberdade e ao gosto pela arte de escrever, vale destacar a importância de uma obra publicada em 1977: "Como se escreve uma tese". Do escritor italiano, Umberto Eco (1932-2016). Mais conhecido pelo clássico O Nome da Rosa (1980), cuja adaptação para o cinema o consagrou mundialmente, Eco também deixou reflexões importantes no campo da política, por exemplo. Nesse sentido, destaco, sobretudo para o tempo em que estamos vivendo no mundo e no Brasil, o livro O Fascismo Eterno (1997).
Em vinte e cinco anos como escritor e historiador, meus textos foram dos artigos de fôlego curto para jornais e revistas magazines à tese de doutorado, sem falar no exercício comum à nossa seara, que são os artigos científicos e livros. Ao longo dos anos, descobri que escrever vai além de exigências acadêmicas e das normas técnicas. Além disso, que escrever não pode e nem deve ser balizado ou monitorado para atender à uma casta literária, nem tão pouco eivada de floreios e de uma erudição forjada para atender ao deleite classista de quem quer que seja.
Meu encontro com Ohan Pamuk, escritor turco, prêmio Nobel de Literatura, e, particularmente com Eco, deu um novo rumo a minha escrita e também à liberdade criativa, pautada na máxima: ouse ousar sempre. Para Lúcia Ferreira, que apresenta a edição em português de "Como se faz uma tese", o livro é um relato de experiência do pesquisador, com valiosas fórmulas didáticas de quem conhece o ofício de escrever.
As principais críticas de Eco, embora contextualizadas no final dos anos 70, são atemporais. Entre elas: à "universidade de massa"; à universidade como um sistema fabril; à escrita como uma operação arriscada; ao "exercício de obviedades"; e, particularmente, como ressalta Lúcia Ferreira, ao "(…) descompasso que existe entre descobrir uma tese e fazê-la" (2010, p. XI).
Vale lembrar aqui que o termo TESE, não está apenas para o resultado final de um doutoramento. Mas também, para todo texto, seja ele acadêmico ou não. Via de regra, destaca Umberto Eco, uma tese deve ser a arte de "(…) descobrir uma nova maneira de ler e de ver o já visto ou lido" (p. XII); ou ainda: uma invenção e uma receita às avessas: a descoberta.
Em linhas gerais, "Como se faz uma tese" é uma obra dirigida, preferencialmente, a estudantes da chamada "universidade de massa". A obra se apresenta como um conjunto de conselhos que pretendem tornar a escrita da produção acadêmica uma oportunidade para recuperar o sentido positivo e crítico do estudo. Se a universalização do conhecimento não permite mais uma atividade reflexiva sem pressa, com maior eficiência e presteza, a tese deve se apresentar como algo digno e não necessariamente obrigatório. Ela, ao menos, dever e precisa ser uma "elaboração crítica de uma experiência", como preconiza Umberto Eco em sua introdução (p. XIV).
Quatro grandes lições se tiram da leitura de Umberto Eco, no que se refere a escrever sem amarras, pudores e ditames: 1) não "choramingue", reconheça que você pode e é capaz; 2) faça com gosto; 3) encare-o como desafio; 4) divirta-se! Afinal, escrever ou "(…) fazer uma tese significa divertir-se, e a tese é um porco: nada se desperdiça" (p. 173).

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Na próxima segunda-feira, 21 de junho, estarei publicando um novo livro autoral: EUTÍMIA, CRÔNICAS PARA NÃO ESQUECER. Meu primeiro trabalho de memória, onde faço uma interface do ato de lembrar com as práticas culturais e a história cultural. A obra reflete um autor mais maduro, livre de amarras e de normas, unicamente guiado pela liberdade criativa e pela honestidade científica. Consciente que como filhos, nossos livros apenas os criamos e depois deixam de ser nossos, me entrego à premissa de escrever sem culpa, sem expectativas e sem exigências. Escrevo pelo simples prazer de escrever e pela necessidade de fazê-lo como a de respirar e viver.
No que se refere à arte, à liberdade e ao gosto pela arte de escrever, vale destacar a importância de uma obra publicada em 1977: "Como se escreve uma tese". Do escritor italiano, Umberto Eco (1932-2016). Mais conhecido pelo clássico O Nome da Rosa (1980), cuja adaptação para o cinema o consagrou mundialmente, Eco também deixou reflexões importantes no campo da política, por exemplo. Nesse sentido, destaco, sobretudo para o tempo em que estamos vivendo no mundo e no Brasil, o livro O Fascismo Eterno (1997).
Em vinte e cinco anos como escritor e historiador, meus textos foram dos artigos de fôlego curto para jornais e revistas magazines à tese de doutorado, sem falar no exercício comum à nossa seara, que são os artigos científicos e livros. Ao longo dos anos, descobri que escrever vai além de exigências acadêmicas e das normas técnicas. Além disso, que escrever não pode e nem deve ser balizado ou monitorado para atender à uma casta literária, nem tão pouco eivada de floreios e de uma erudição forjada para atender ao deleite classista de quem quer que seja.
Meu encontro com Ohan Pamuk, escritor turco, prêmio Nobel de Literatura, e, particularmente com Eco, deu um novo rumo a minha escrita e também à liberdade criativa, pautada na máxima: ouse ousar sempre. Para Lúcia Ferreira, que apresenta a edição em português de "Como se faz uma tese", o livro é um relato de experiência do pesquisador, com valiosas fórmulas didáticas de quem conhece o ofício de escrever.
As principais críticas de Eco, embora contextualizadas no final dos anos 70, são atemporais. Entre elas: à "universidade de massa"; à universidade como um sistema fabril; à escrita como uma operação arriscada; ao "exercício de obviedades"; e, particularmente, como ressalta Lúcia Ferreira, ao "(…) descompasso que existe entre descobrir uma tese e fazê-la" (2010, p. XI).
Vale lembrar aqui que o termo TESE, não está apenas para o resultado final de um doutoramento. Mas também, para todo texto, seja ele acadêmico ou não. Via de regra, destaca Umberto Eco, uma tese deve ser a arte de "(…) descobrir uma nova maneira de ler e de ver o já visto ou lido" (p. XII); ou ainda: uma invenção e uma receita às avessas: a descoberta.
Em linhas gerais, "Como se faz uma tese" é uma obra dirigida, preferencialmente, a estudantes da chamada "universidade de massa". A obra se apresenta como um conjunto de conselhos que pretendem tornar a escrita da produção acadêmica uma oportunidade para recuperar o sentido positivo e crítico do estudo. Se a universalização do conhecimento não permite mais uma atividade reflexiva sem pressa, com maior eficiência e presteza, a tese deve se apresentar como algo digno e não necessariamente obrigatório. Ela, ao menos, dever e precisa ser uma "elaboração crítica de uma experiência", como preconiza Umberto Eco em sua introdução (p. XIV).
Quatro grandes lições se tiram da leitura de Umberto Eco, no que se refere a escrever sem amarras, pudores e ditames: 1) não "choramingue", reconheça que você pode e é capaz; 2) faça com gosto; 3) encare-o como desafio; 4) divirta-se! Afinal, escrever ou "(…) fazer uma tese significa divertir-se, e a tese é um porco: nada se desperdiça" (p. 173).

 

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