Esperança frustrada
Publicado em 26 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Toque de recolher, barreiras sanitárias, amplia ção da faixa etária beneficiada pela campanha de vacinação, todas as opções estão sobre a mesa do governador Belivaldo Chagas, a quem caberá decidir qual a estratégia adotada para enfrentar a pandemia em Sergipe, a fim de preservar vidas e o funcionamento regular do Sistema Único de Saúde no estado. Sem vacina suficiente para imunizar toda a população imediatamente, as autoridades adotam os paliativos a seu alcance.
Contar com a vacina, aliás, parece temerário. O governo de Sergipe recebeu uma nova remessa com 16.500 doses da vacina Astrazeneca e 9 mil doses da Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan. Segundo o último censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística, somente a capital sergipana tem população superior a 700 mil habitantes.
A conta não fecha. Por enquanto, a única medida efetiva contra o Covid-19 é o distanciamento social, o uso de máscara de proteção facial e a higiene constante das mãos. O Plano Nacional de Imunização, a grande esperança acalentada para vencer o vírus, redundou em frustração. Problemas burocráticos e de logística, associados ao descaso reiterado do governo federal com a crise que já matou mais de 250 mil brasileiros, além de acentuar o desemprego, com reflexos conhecidos na economia, desafiam a boa fé dos brasileiros.
A pandemia já poderia ter arrefecido. Infelizmente, o poder público resiste à adoção de medidas mais rígidas, muito sensível aos protestos do empresariado. Enquanto as autoridades vacilam, no entanto, a crise se prolonga. Um prejuízo calculado em número de mortos e desempregados.