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ESTÂNCIA: 176 ANOS DE ELEVAÇÃO À CATEGORIA DE CIDADE


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Publicado em 07 de maio de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* José Cruz dos Santos

Acredita-se que todo estanciano tem conhecimento de que a cidade da Estância começa a ser fundada em 16 de setembro de 1621, quando o capitão-mor João Mendes concedeu uma sesmaria de três léguas quadradas de terras às margens do Rio Piauí a Pedro Homem da Costa e Pedro Alves para plantar, criar gado e morar com seus empregados (Cf. FRANÇA, Vera Lúcia e GRAÇA, Rogério Freire. Vamos conhecer Estância). Durante muito tempo, a Estância foi subordinada à Vila de Santa Luzia do Rio Real, atualmente Santa Luzia do Itanhy. Só em abril de 1757, a coroa portuguesa autorizou que realizassem na povoação de Estância vereações, audiências, arrematações e outros atos judiciais na alternativa dos juízes ordinários, acontecendo assim, a separação jurídica da Vila de Santa Luzia, então em franca decadência.
Depois de 74 anos, a povoação de Estância só fazia se desenvolver, pois, além da velha Capital, São Cristóvão e Laranjeiras, alcançaria notoriedade nos campos cultural, econômico e político da Província de Sergipe d’El Rei. Para uma época em que a economia era basicamente direcionada na exportação de açúcar, Estância possuía bons portos marítimo-fluviais que a colocavam em comunicação direta com os centros mais desenvolvidos do país, Bahia e Pernambuco. Diante desse contexto em 25 de outubro de 1831, a sede da Vila de Santa Luzia é transferida para Estância, acontecendo assim um marco importante para a população da época que já aspirava esse título e esse Ato Administrativo cria também a Paróquia (Freguesia) de Nossa Senhora de Guadalupe. Em 05 de março de 1835, é criada a sua Comarca, e finalmente pela Lei Provincial 209 de 04 de maio de 1848, a Estância é elevada à categoria de Cidade Constitucional ainda no Império. Nesta época o governador da província de Sergipe era Zacarias de Góis e Vasconcelos.
Pelo visto a preocupação com a comemoração só acontece com o “quatro de maio”, entretanto, há outra data que também é digna de comemoração. Pois para que Estância adquirisse o status de cidade, houve um longo caminho a ser percorrido que começou no período da Colônia. Com o passar dos anos e o empenho de seus primeiros habitantes para que acontecesse o desenvolvimento não apareceu de um dia para outro. Foram vários anos de luta para ser reconhecida como uma povoação em franco desenvolvimento que só começa a aparecer o resultado em abril de 1757. Observa-se que após 74 anos é que Estância recebe outro reconhecimento passando à categoria de Vila e quatro anos depois é criada a sua Comarca, começando o processo definitivo para a elevação de categoria de cidade.
Diante do exposto acima, nota-se que 25 de outubro é também uma data importante para ser comemorada a exemplo de 04 de maio que elevou a categoria de cidade. Naquela época a ação mais importante para uma povoação conseguir a sua emancipação era ser classificada a condição de Vila Constitucional. O questionamento é porque pode-se chegar à conclusão, de que para Estância adquirir o status de cidade fosse com uma simples decisão, sem nenhum critério como em um “passo de mágica”. Pelo contrário, houve vários fatores socioeconômicos que levaram as autoridades da época a tomarem essa decisão que se tornou um fato importante na história política da cidade da Estância. Portanto seria interessante uma comemoração cívica pelos estancianos para também lembrar o 25 de outubro de 1831.
Finalmente lembrar a elevação de uma Vila Constitucional à categoria de cidade é um momento festivo, entretanto, urge ser também um momento de reflexão. Portanto, precisamos olhar a trajetória de nossa cidade e olhar para o nosso futuro. Qual o futuro da Cidade da Estância? Da forma como caminhamos teremos algum futuro? Após o ato da emancipação política (25/10/1831), no auge do ciclo do açúcar, Estância com seu terminal marítimo, sua beleza arquitetônica, fabricando bastante açúcar, um sistema de ensino bastante avançado para época, todos esses requisitos impressionou o imperador do Brasil, Dom Pedro II, e Sua Majestade a denominou de “Cidade Jardim”. Nossa Estância já foi uma das cidades mais pujantes e belas de Sergipe. Hoje, como estanciano, tenho a nítida impressão de que estamos ficando para trás em relação a outras cidades da região. Torço para que a minha “nítida impressão” seja só uma impressão.
Parabéns Estância!!!

* José Cruz dos Santos, estanciano, historiador, teólogo e pesquisador

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