Domingo, 19 De Janeiro De 2025
       
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Estância, 400 anos de povoação


Publicado em 17 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia


 

* José Augusto dos Santos
Por carta de sesmaria, datada de 16 de setembro de 1621, Capitão Mor João Mendes, da Capitania de Sergipe, fez doação á Pedro Homem da Costa e Pedro Alves, concunhados entre si, das terras ás margens do Rio Piauí, que envolvia a ” a… Cachoeiro onde chega o salgado da dita ribeira…”  Se iniciava desta maneira a povoação do que seria o Sitio daEstância, que teria marcante posição na vida econômica e cultural de Sergipe. 
Pedro Homem da Costa e Pedro  Alves quando fizeram  o seu requerimento solicitando posse daquelas terras, já se achavam instalados no local, com roças e plantações de cana, e em companhia de João Dias Cardoso, sogro dos dois e um dos capitães do exército de Cristóvão de Barros na conquista de Sergipe. Porque tenha sido o primeiro a desbravar o local exato em que se ergueu a povoação construindo ali a sua casa de moradia, ou porque tenha sido o edificador da capela dedicada à Nossa Senhora de Guadalupe, unicamente a Pedro Homem da Costa, dentre seus parentes, os historiadores atribuem a glória de haver fundado a cidade.
O nome da localidade significa em castelhano, uma fazenda de gado, e é corrente que Pedro Homem da Costa teria nascido no México, cuja padroeira é a mesma Nossa Senhora de Guadalupe. Esta circunstância forma, afinal, sólido argumento para ligar o seu nome à história de uma das mais importante cidades do sul do Estado.
O território em que nasceu Estância, achava-se sob a jurisdição da Vila de Santa Luzia do Rio Real, hoje Santa Luzia do Itanhi.
No alvorecer do século XVIII, Estância já era uma povoação que crescia e prosperava, se destacando como centro polarizador de economia da região sul e centro de Sergipe Del Rey, escoando através de seu porto, à margem do Rio Piauí, grande quantidade de açúcar, cocos, cereais e farinha de mandioca, produtos que serviam de suporte para a manutenção de suas excelentes casas comerciais e aos estabelecimentos exportadores e importadores.
Em 1808 é uma ” formosa povoação”, no dizer de D. Antonio Marcos de Souza, com uma capela majestosa de Nossa Senhora de Guadalupe e uma população de costumes pacíficos e doces.
A partir da segunda década do século XIX, com o seu porto próximo a desembocadura do Rio Piauí, colocando a região em contato direto com a capital da Bahia através da navegação marítimo-fluvial, Estância foi assumindo rapidamente posição de revelo nos acontecimentos políticos sociais e econômicos de Sergipe. Sua magnifica arquitetura civil posicionava-se como a mais requintada de Sergipe Del Rey, arquitetura essa que sofria forte influência da arquitetura utilizada em Salvador, posto que, os habitantes da ”Princesa do Piauitinga” com frequência viajavam para a capital baiana, trazendo evidentemente projetos de decoração para empregarem em suas construções. O conjunto arquitetônico de Estância é apreciável, situando-se quase todo nas ruas Capitão Salomão e Dr. Pedro Soares.
Em 25 de outubro de 1831 torna-se sede da Vila de Santa Luzia, à qual vinha pertencendo, sendo denominada Vila Constitucional de Estância.
Por essa ocasião presume-se que tenha sido criada, também a freguesia, sobre cuja fundação não há referência positiva de data.
Em 1832 Estância realizava um acontecimento cultural da maior importância para as terras de Sergipe: edita o primeiro jornal da Província, "Recopilador Sergipano" fundado por Monsenhor Antonio Fernandes da Silveira. 
A 6 de março de 1935 foi criada a comarca de Estância e pela resolução provincial de 4 de maio de 1848 foi elevada à categoria de cidade. 
Em janeiro de 1860 recebe a visita de D. Pedro II que, vivamente impressionado com a formosa perspectiva na disposição de suas ruas e praças, denominou-se "Jardim de Sergipe". 
Ainda neste ano de 1860 Estancia consolidaria mais ainda a sua posição de destaque no cenário sergipano circular o seu segundo jornal "A Razão" que seria editado até o ano de 1947.
Mais dois jornais seriam fundados em Estância a "Voz do Povo", cujo primeira edição circulou em 1929, e "A Estância", em 1931. 
Estância orgulha-se de ter sido o berço natal do Capital Salomão da Rocha trucidado em Canudos junto a bateria de canhões que comandava; dos irmãos Gomes de Souza José Maria e Constantino; ministro Heitor de Souza e Ribeiro Costa; Poeta João Pereira Barreto; Diplomata Gilberto Amado; político Mauricio Graccho Cardoso; jurista Gumersindo Berssa; pintor José Dome de tantos outros que se destacaram no cenário nacional e internacional.
Apesar da excelente arquitetura de seus sobrados, o único imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em Estância é o sobrado de taipa e adobe, situado na Praça Barão do Rio Branco, bem no fundo da Catedral e que teria servido ao Clube Republicano, primeira agremiação de porte na província. Serviu também como residência de D. Pedro II, quando de sua visita a Estância. 
Há também em Estância o romantismo da velha ponte sobre o Rio Piauitinga, que liga o centro urbano ao bairro Bomfim.
Sobre Estância assim se expressou Jorge Amado: "É indispensável, sem dúvida, entrar em Estância, cidade bela e ilustre, quase idílica, habilitada pelo povo mais cordial do mundo". 
* José Augusto dos Santos é professor

* José Augusto dos Santos

Por carta de sesmaria, datada de 16 de setembro de 1621, Capitão Mor João Mendes, da Capitania de Sergipe, fez doação á Pedro Homem da Costa e Pedro Alves, concunhados entre si, das terras ás margens do Rio Piauí, que envolvia a ” a… Cachoeiro onde chega o salgado da dita ribeira…”  Se iniciava desta maneira a povoação do que seria o Sitio daEstância, que teria marcante posição na vida econômica e cultural de Sergipe. 
Pedro Homem da Costa e Pedro  Alves quando fizeram  o seu requerimento solicitando posse daquelas terras, já se achavam instalados no local, com roças e plantações de cana, e em companhia de João Dias Cardoso, sogro dos dois e um dos capitães do exército de Cristóvão de Barros na conquista de Sergipe. Porque tenha sido o primeiro a desbravar o local exato em que se ergueu a povoação construindo ali a sua casa de moradia, ou porque tenha sido o edificador da capela dedicada à Nossa Senhora de Guadalupe, unicamente a Pedro Homem da Costa, dentre seus parentes, os historiadores atribuem a glória de haver fundado a cidade.
O nome da localidade significa em castelhano, uma fazenda de gado, e é corrente que Pedro Homem da Costa teria nascido no México, cuja padroeira é a mesma Nossa Senhora de Guadalupe. Esta circunstância forma, afinal, sólido argumento para ligar o seu nome à história de uma das mais importante cidades do sul do Estado.
O território em que nasceu Estância, achava-se sob a jurisdição da Vila de Santa Luzia do Rio Real, hoje Santa Luzia do Itanhi.
No alvorecer do século XVIII, Estância já era uma povoação que crescia e prosperava, se destacando como centro polarizador de economia da região sul e centro de Sergipe Del Rey, escoando através de seu porto, à margem do Rio Piauí, grande quantidade de açúcar, cocos, cereais e farinha de mandioca, produtos que serviam de suporte para a manutenção de suas excelentes casas comerciais e aos estabelecimentos exportadores e importadores.
Em 1808 é uma ” formosa povoação”, no dizer de D. Antonio Marcos de Souza, com uma capela majestosa de Nossa Senhora de Guadalupe e uma população de costumes pacíficos e doces.
A partir da segunda década do século XIX, com o seu porto próximo a desembocadura do Rio Piauí, colocando a região em contato direto com a capital da Bahia através da navegação marítimo-fluvial, Estância foi assumindo rapidamente posição de revelo nos acontecimentos políticos sociais e econômicos de Sergipe. Sua magnifica arquitetura civil posicionava-se como a mais requintada de Sergipe Del Rey, arquitetura essa que sofria forte influência da arquitetura utilizada em Salvador, posto que, os habitantes da ”Princesa do Piauitinga” com frequência viajavam para a capital baiana, trazendo evidentemente projetos de decoração para empregarem em suas construções. O conjunto arquitetônico de Estância é apreciável, situando-se quase todo nas ruas Capitão Salomão e Dr. Pedro Soares.
Em 25 de outubro de 1831 torna-se sede da Vila de Santa Luzia, à qual vinha pertencendo, sendo denominada Vila Constitucional de Estância.
Por essa ocasião presume-se que tenha sido criada, também a freguesia, sobre cuja fundação não há referência positiva de data.
Em 1832 Estância realizava um acontecimento cultural da maior importância para as terras de Sergipe: edita o primeiro jornal da Província, "Recopilador Sergipano" fundado por Monsenhor Antonio Fernandes da Silveira. 
A 6 de março de 1935 foi criada a comarca de Estância e pela resolução provincial de 4 de maio de 1848 foi elevada à categoria de cidade. 
Em janeiro de 1860 recebe a visita de D. Pedro II que, vivamente impressionado com a formosa perspectiva na disposição de suas ruas e praças, denominou-se "Jardim de Sergipe". 
Ainda neste ano de 1860 Estancia consolidaria mais ainda a sua posição de destaque no cenário sergipano circular o seu segundo jornal "A Razão" que seria editado até o ano de 1947.
Mais dois jornais seriam fundados em Estância a "Voz do Povo", cujo primeira edição circulou em 1929, e "A Estância", em 1931. 
Estância orgulha-se de ter sido o berço natal do Capital Salomão da Rocha trucidado em Canudos junto a bateria de canhões que comandava; dos irmãos Gomes de Souza José Maria e Constantino; ministro Heitor de Souza e Ribeiro Costa; Poeta João Pereira Barreto; Diplomata Gilberto Amado; político Mauricio Graccho Cardoso; jurista Gumersindo Berssa; pintor José Dome de tantos outros que se destacaram no cenário nacional e internacional.
Apesar da excelente arquitetura de seus sobrados, o único imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em Estância é o sobrado de taipa e adobe, situado na Praça Barão do Rio Branco, bem no fundo da Catedral e que teria servido ao Clube Republicano, primeira agremiação de porte na província. Serviu também como residência de D. Pedro II, quando de sua visita a Estância. 
Há também em Estância o romantismo da velha ponte sobre o Rio Piauitinga, que liga o centro urbano ao bairro Bomfim.
Sobre Estância assim se expressou Jorge Amado: "É indispensável, sem dúvida, entrar em Estância, cidade bela e ilustre, quase idílica, habilitada pelo povo mais cordial do mundo". 

* José Augusto dos Santos é professor

 

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