Obra de José Fernandes, exposta na galeria MD Depósito de Artes
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Estragos estão chegando
Publicado em 15 de julho de 2018
Por Jornal Do Dia
Estragos estão chegando
A manutenção da candidatura à re-eleição do senador Valadares (PSB) evitou que fosse consolidada a primeira aliança em apoio à candidatura do deputado Valadares Filho ao governo do Estado. A Rede, que na terça-feira havia decidido apoiar o deputado indicando o Dr. Emerson como candidato a vice-governador, voltou atrás e agora anuncia que apresentará chapa própria ao governo e ao Senado.
É o primeiro golpe enfrentado pela candidatura de Valadares Filho desde que o seu pai decidiu manter a sua candidatura ao Senado, com o apoio do próprio filho. Dr. Emerson foi a grande sensação das eleições municipais de 2016, quando obteve mais votos do que o então prefeito João Alves Filho em Aracaju. E se credenciou para estas eleições como um candidato diferenciado.
Emerson teve que recuar a partir da carta divulgada pelo delegado Alessandro Vieira, pré-candidato do partido ao Senado, rejeitando a coligação e anunciando que buscaria junto ao diretório nacional uma candidatura independente ao Senado. O delegado foi quem abriu o canal de negociações com o PSB, quando o partido anunciava que o pai não disputaria mais a reeleição e que todo o foco seria em torno da candidatura a governador. Quando foi anunciada a aliança, Alessandro foi destronado da sua condição de candidato a senador e protestou.
Na sexta-feira, em rede social, o delegado Alessandro Vieira voltou a se manifestar sobre sua posição de aliança da REDE com o PSB e sobre sua decisão de protocolar "candidatura cívica independente" para o Senado nas eleições deste ano. "Perde tempo quem acha que posso servir para potencializar desgaste de A ou B. Não tenho a menor vocação para marionete. Apenas estou mantendo a posição coerente que manifestei diretamente para todos os envolvidos e para o partido", afirmou.
As pesquisas feitas até o momento mostram um quadro animador para o partido familiar. Valadares Filho lidera para o governo e o pai para o Senado, após 24 anos sucessivos de mandato e o rompimento das alianças com o PT e Jackson Barreto. As pesquisas servem como justificativa para que os Valadares não enxerguem qualquer exagero na apresentação da chapa pai e filho, mesmo sabendo que o quadro pode mudar até as eleições de sete de outubro.
O recuo da Rede levou o PSB a sair com nova nota oficial, sempre com a postura de vítima adotada por Valadares pai. "Com o visível crescimento de Valadares Filho, pré-candidato do PSB ao governo do Estado, várias têm sido as investidas de forças poderosas para impedir a nossa caminhada. Ninguém tirará a nossa bandeira de luta, de coragem e renovação política. Continuaremos firmes na defesa de nossos ideais, da ética, no combate à corrupção, e de uma proposta de governo voltada para o desenvolvimento, afastando a violência, valorizando a causa da saúde, da educação, do emprego, em respeito ao povo, único destinatário de nossas ações. Estamos firmes e dispostos a seguir em frente, unidos num só pensamento. Não recuaremos em nosso propósito de trazer uma nova política para vencer o caos, e a reconquista da autoestima dos sergipanos, com a realização de um governo moderno, eficiente e honesto".
Ao atropelar o seu próprio partido na ânsia de ser candidato a vice-governador na chapa de Valadares Filho, Dr. Emerson mostrou a Rede é um partido como outro qualquer. E deixou claro que o PSB terá muitos problemas com a manutenção da candidatura de Valadares pai.
Pai senador, filho governador? É a volta das capitanias hereditárias.
Processo de Angélica
Somente na última sexta-feira, a Coordenadoria da Corte Especial do STJ recebeu relatório do ministro Benedito Gonçalves remetendo a ação penal contra a conselheira Angélica Guimarães para a justiça sergipana. A decisão foi tomada porque o suposto crime foi praticando antes dela ter assumido a função no Tribunal de Contas.
Há dois meses, a Corte Especial havia aceitado a denúncia criminal contra a conselheira. Ainda não há prazo para que o processo seja transferido para o TJSE, que fará a distribuição para uma das varas criminais.
A briga do lixo
A Cavo Saneamento, pertencente à Estre e responsável atual pela coleta de lixo em Aracaju, moveu uma ação judicial e uma representação no Ministério Público Estadual, questionando supostas vantagens e favorecimentos que a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) estaria dando à Torre, vencedora de três dos quatro lotes da licitação definitiva da limpeza urbana de Aracaju, cujo resultado foi divulgado em abril deste ano. A mesma ação foi ajuizada junto ao Tribunal de Contas do Estado, que julgará na próxima quinta-feira (19).A Cavo realiza a coleta do lixo domiciliar através de um contrato emergencial que foi firmado ainda no ano passado e que venceu ontem (14). A Emsurb garante que a Torre começa a atuar no dia 17, quando deve ser assinada a ordem de serviço.
A representação da Cavo acusa a Torre de demora na mobilização dos veículos e equipamentos para iniciar a prestação do serviço. Segundo a empresa paulista, que veio atuar em Aracaju na gestão de João Alves Filho, esta falha violou dois itens do contrato administrativo firmado pela arquirrival com a Emsurb em fevereiro deste ano, o qual prevê um prazo de até 30 dos para a implementação total dos itens de serviços do contrato. Outro questionamento é sobre a "flexibilização dos prazos e das exigências de qualidade previstas desde o Edital da Concorrência Pública 001/2017".
Nas ações, a Cavo pediu a anulação dos atos administrativos do presidente da Emsurb, Luiz Roberto Dantas de Santana, que decorram da flexibilização dos prazos e das exigências de qualidade. A juíza da 12ª Vara Cível, Hercilia Maria Fonseca Lima Brito, negou o mandado de segurança da Cavo, mas notificou a presidência do órgão para prestar as informações devidas.
Luiz Roberto Santana explica que os chamados ‘prazos de mobilização’ são normais, pois as empresas que disputam as licitações públicas precisam antes ter a certeza de que vão vencer o certame e prestar o serviço.
A Prefeitura de Aracaju destaca que "Todo o processo ocorreu de maneira transparente e ética, no rigor da legislação, garantindo a livre concorrência numa disputa nacional" e que "Para atestar a correção de todos os procedimentos, assim que foram apresentadas as empresas vencedoras, o prefeito Edvaldo Nogueira e o presidente da Emsurb levaram, pessoalmente, no dia 22 de fevereiro, cópias de toda a documentação do processo para o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado".
O serviço de coleta de lixo e limpeza urbana foi dividido em quatro lotes e três deles foram vencidos pela Torre. O quarto, correspondente à varrição e limpeza mecanizada das praias foi assumido pela empresa BTS Terceirização de Serviços. A estimativa é de que todo o processo gere uma economia de R$ 10 milhões aos cofres municipais.
Se não houver nenhuma interferência judicial, a Cavo fica sem ter o que fazer em Aracaju a partir desta terça-feira. Sua saída não deixa os aracajuanos com saúde.
Novo choque
A relação entre o ex-governador Jackson Barreto (MDB) e o ex-deputado Rogério Carvalho (PT), pré-candidatos da coligação de Belivaldo Chagas ao Senado, voltou a ficar estremecida. Na semana passada, Rogério foi informado de que JB teria dito a vereadores de Estância que o petista estaria inelegível. Jackson nega e pediu uma nova reunião entre os dois.
Nos últimos dias, Rogério vem se mostrando muito apreensivo, porque o STJ está para julgar recurso contra decisão do TJSE que o deixou inelegível, por uma falha administrativa praticado pela direção do Huse na época em que ele secretário de Estado da Saúde e ordenador de despesas da pasta.
Na principal coligação oposicionista, André Moura (PSC) e Heleno Silva (PRB) também estão em pé de guerra.
Plano de governo
O governador Belivaldo Chagas teve ontem uma demorada reunião com o núcleo que prepara o plano de governo para a campanha a reeleição. Integram o grupo o marqueteiro Carlos Cauê, os secretários Sales Neto (Comunicação), Josué Passos (Educação) e Ademário Alves de Jesus (Fazenda), o professor e economista Ricardo Lacerda, o ex-secretário e economista Oliveira Júnior, e o sociólogo e estatístico Aelisson Batista.
Belivaldo Chagas pretende apresentar o plano de governo logo após as convenções partidárias, que podem ser realizadas entre 20 de julho e cinco de agosto.