Evangélicos cobram reabertura de templos

Milton Alves Júnior

Adotando medida semelhante a dos empresários sergipanos, líderes evangélicos passam a pressionar o Governo do Estado, sobretudo o governador Belivaldo Chagas, para que o próximo decreto flexibilizando o fluxo de pessoas fora de domicílio inclua a permissão de reabertura dos templos religiosos em todos os 75 municípios. Os representantes evangélicos alegam que, caso o estado atenda aos pedidos dos fiéis, todos os templos irão respeitar as recomendações apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a utilização de máscaras, o distanciamento entre os fiéis nas igrejas, bem como promover a disponibilização de álcool em gel 70º. A impaciência do setor, segundo os críticos, foi intensificada depois que outros setores estão sendo reabertos "sem justificativas".
Esses questionamentos direcionados ao Poder Executivo estadual envolve desde a reabertura de pousadas e motéis, no primeiro decreto apresentado no dia 17 deste mês, bem como joalherias, perfumarias e lojas de cosméticos presentes no Decreto Nº 40.588, divulgado na última segunda-feira, 27. De acordo com o pastor da igreja Quadrangular, Luiz Antônio, existem pessoas utilizando as redes sociais para alegar que esse pedido de reabertura dos templos tem como único propósito arrecadar os dízimos dos fiéis. Segundo Luiz Antônio, é preciso que as pessoas observem o impacto que a suspensão do serviço social realizado pelos grupos religiosos tem provocado em todo o estado. A Igreja do Evangelho Quadrangular possui aproximadamente 15 mil membros em Sergipe, divididos entre mais de 110 templos.
 "Esse conjunto de permissões tem realmente causado estranhamento em todos irmãos e irmãs. A incompreensão das alegações governamentais segue presente desde que essa flexibilização com dois pesos e duas medidas começou a ser publicada. Se de um lado o governador diz que joalherias, perfumarias e lojas de cosméticos foram liberadas porque possuem fluxo de pessoas em menor escala, a gente se depara com lojas de material de construção em Aracaju completamente lotada, e isso todos os dias", criticou. 
 Ao JORNAL DO DIA Luiz Antônio disse respeitar o governador, mas o questionou sobre a perspectiva de abertura dos templos em dias alternados, como também não deixou de protestar contra o alvará que passou a permitir a reabertura de motéis. "Não entendemos essa política de dias de funcionamento pré-determinados; por acaso as pessoas estão livres de pegar o vírus na segunda e quarta-feira? Chega a ser um absurdo e uma falta de transparência. Na reunião dos pastores ficou definido que iremos pedir ao governador um espaço na agenda para que nos receba. Acima de qualquer coisa queremos que a igreja tenha o devido respeito do governo. Uma gestão que reabre motel como serviço essencial e deixa as igrejas fechadas", protestou.
Ainda de acordo com o pastor, líder da Igreja do Evangelho Quadrangular, um documento contextualizando o pedido dos evangélicos foi preparado e será encaminhado ao Palácio Governado Augusto Franco (Despachos), direcionado ao gabinete do governador Belivaldo Chagas, e ao gabinete da vice-governadora Eliane Aquino.