Ex-PRFs que mataram Genivaldo vão para presídio
Publicado em 09 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Sem data, horário e destino revelado, serão conduzidos para uma unidade prisional comum, os três ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsáveis pela abordagem que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos. Com ampla repercussão nacional e internacional, o fato ocorreu no dia 25 de maio do ano passado, no município sergipano de Umbaúba, após a vítima ter sido colocada no porta-malas de uma viatura, sob a condição única de inalar apenas gás de pimenta e lacrimogênio por 11 minutos e 27 segundos em uma espécie de ‘câmara de gás’ improvisada. A decisão de transferi-los do Presídio Militar, em Aracaju, para uma unidade comum, foi deliberada pela Justiça Federal após receber pedido oficial emitido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Conforme destacado pela SSP/SE, no próximo mês de janeiro o prédio do Presídio Militar passará por reforma estrutural, e, por este motivo, o deslocamento dos três réus precisa ser realizado de forma breve. Paralelo ao pedido emitido pelo Governo de Sergipe, ao deferir o pleito, a Justiça Federal levou em consideração o desligamento empregatício protocolado pelo Ministério da Justiça no dia 14 de agosto deste ano. A operação fatal foi iniciada por trafegar de moto sem capacete na BR-101. Foram presos no dia 14 de outubro do ano passado os ex-agentes: William Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho. Todos aguardam julgamento em júri popular, ainda sem data prevista.
A assessoria jurídica de Paulo Rodolpho disse entender que, sendo efetuada a transferência para presídio comum, a vida e integridade do seu cliente estarão em sério risco, bem como entende a necessidade humanitária de que ele permaneça no Presmil à disposição da Justiça.
Advogados de Kleber Freitas defenderam que a transferência do seu cliente para presídio comum coloca em risco a integridade física. Apresentando argumentos semelhantes, a defesa de William Noia alegou que foi contra essa transferência porque acredita ser um risco à integridade física do cliente, uma vez que foram anos de dedicação à atividade policial e não há justificativa colocá-lo em um ambiente com presos comuns. A assessoria revelou que impetrou um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra essa decisão.