Meningite e combinação de substâncias causaram morte de Paulinha Abelha.
Exame toxicológico de Paulinha Abelha mostra uso de anfetaminas
Publicado em 08 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Gabriel Damásio
Laudos elaborados pela junta médica que atendeu à cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, falecida em 23 de fevereiro, apontaram que sua morte foi causada por quatro doenças: hepatite, insuficiência renal aguda, meningoencefalite e hipertensão craniana, provavelmente agravada pela presença de substâncias como barbitúricos e anfetaminas. A informação consta em exames realizados pelos hospitais Unimed e Primavera, além do atestado de óbito oficial. Os documentos foram revelados neste domingo em uma reportagem do programa Domingo Espetacular, da Rede Record, que apontou ainda a possibilidade de ter havido intoxicação causada por remédios para emagrecimento.
Paulinha deu entrada em 11 de fevereiro no Hospital da Unimed com quadro de insuficiência renal, após sofrer crises de mal-estar e desmaios durante uma agenda de shows e compromissos com a Calcinha Preta no interior de São Paulo. O quadro se agravou em um espaço de duas semanas, no qual a paciente evoluiu para um quadro de instabilidade neurológica grave e entrou em coma no nível 3, o mais grave segundo a escala de Glasgow. A família e os colegas de banda vinham colocando dúvidas sobre o que causou uma piora tão rápida em seu quadro de saúde.
De acordo com os documentos revelados pela Record, Paulinha sofreu um processo de inflamação generalizada em múltiplos órgãos do corpo, incluindo o cérebro e os tecidos do sistema nervoso central, e que isso foi causado por algum fungo, parasita ou bactéria. A causa desta doença, no entanto, ainda é investigada. No entanto, o quadro foi agravado por uma “sobrecarga de medicamentos”, que provocou necrose no fígado e injúria hepática, possivelmente resultante de uma hepatite provocada por medicamentos.
Esta sobrecarga é atribuída a 16 substâncias prescritas em um receituário médico, as quais foram encontradas no painel toxicológico da cantora. De acordo com a reportagem, uma das substâncias era uma fórmula manipulada para redução de medidas com a erva asiática ‘garciniacambogia’, que pode causar danos ao fígado. Houve ainda a prescrição de medicamentos estimulantes, antidepressivos e substâncias pararedução de apetite e controle de ansiedade. O receituário citado na reportagem da Record foi prescrito pela nutróloga Paula Cavallaro, com quem Paulinha fazia um tratamento para perda de peso desde novembro de 2020.
Em nota, Cavallaro disse “todos os medicamentos prescritos para a paciente o foram dentro de todos os protocolos médicos previstos para o quadro clínico que esta apresentava”, e que a cantora era monitorada continuamente através de consultas presenciais e exames laboratoriais e de imagem. A nutróloga disse ainda que, ao saber da internação de Paulinha, colocou-se “à disposição para o fornecimento de qualquer informação que pudesse auxiliá-los, onde neste momento a família trouxe equipe médica e infectologista de SP, que sugeriu a transferência de hospital e mediante exames apresentaram a hipótese diagnóstica da meningite”.