Quinta, 23 De Janeiro De 2025
       
**PUBLICIDADE


Fábio Mitidieri monta secretariado extremamente conservador


Publicado em 24 de dezembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O governador eleito Fábio Mitidieri (PSD) anunciou um secretariado extremamente conservador, sem qualquer diversidade. Dos 19 secretários, seis são mulheres, com uma única novidade: A economista Sarah Andreozzi, especialista em recuperação fiscal, vai comandar a Fazenda.
Adotou tática herdada da ditadura militar seguida à risca por João Alves Filho em seus três governos, e indicou a mulher, Érica Mitidieri, para comandar a área social. Criou a secretaria de Política para as Mulheres, o que seria um avanço, não fosse pela indicada para o cargo: a delegada bolsonarista Danielle Garcia.
Belivaldo Chagas, governador em fim de mandato, garante que não fez nenhuma indicação pessoal, mas parece não ter precisado de qualquer esforço. Oito dias antes de o governador eleito anunciar seu secretariado, Belivaldo patrocinou uma disputa com o deputado federal e senador eleito Laércio Oliveira (PP), e conseguiu emplacar a filha Priscila Felizola no comando do Sebrae. José Carlos Felizola, marido de Priscila e genro do atual governador, já tinha a promessa de emprego no novo governo.
Dos 19 nomes anunciados Mitidieri, nove integram o atual governo: Lucivanda Rodrigues, secretária da Inclusão Social e assumirá a Administração; Cristiano Barreto, secretário da Justiça será o secretário de Governo; José Carlos Felizola, atual secretário Geral de Governo evai comandar a Secretaria do Meio Ambiente; Walter Pinheiro, atual superintendente executivo da Saúde passará a ser o secretário da pasta.
Valmor Barbosa, diretor-presidente da Sergas, comandará a Secretaria de Desenvolvimento; a delegada Viviane Pessoa será a Secretaria da Justiça; Mariana Dantas, superintendente especial de Esporte, e estará à frente da Secretaria de Esporte. Além de João Eloy e Zeca da Silva, que permanecerão no comando das pastas da Segurança Pública e Agricultura, respectivamente. O ex-deputado federal Sérgio Reis (PSD) vai comandar o Escritório de Representação em Brasília, que tem status de secretaria.
Para a presidência do Banese, Mitidieri anunciou o atual secretário da Fazenda, Marco Antonio Queiroz, que ainda depende de aprovação do Banco Central. Para a Deso, onde promete uma administração revolucionária, anunciou o gestor público Luciano Goes, indicação pessoal do deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos).
Ao ex-deputado federal André Moura (União) caberá a indicação dos diretores da Emdagro, Cohidro e Pronese, vinculados à Secretaria da Agricultura, já sob o seu controle. Laércio Oliveira (PP) continuará com o comando da Codise, Sergás e Sergipetec.
Fazem parte ainda do segundo escalão os seguintes órgãos: Agrese e Segrase, vinculadas a Secretaria Geral de Governo; Sergipeprevidência, Ipesaúde e Emgetis, vinculados a Secretaria de Administração; Renascer, ligada a Inclusão Social; o FHS, PSPH e Funesa, ligados a Saúde; o Detran, vinculado a Segurança Pública; Jucese e ITPS, vinculados ao Desenvolvimento Econômico. Tem ainda o DER e a Adema, que voltará a ser vinculada a nova Secretaria do Meio Ambiente, recriada pelo governador eleito, além da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), ligada à Secretaria da Educação.
Este ano o eleitorado deu sinais claros de que defendia uma mudança na estrutura administrativa do estado, quando manteve o ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho na liderança das pesquisas enquanto não teve a sua candidatura impugnada pelo TSE. Os números mostravam que Valmir, um populista de direita considerado bom gestor, poderia levar a eleição no primeiro turno.
Apesar da crise provocada pela pandemia de covid-19 em 2020 e 2021, esse grupo no poder tem muita culpa pela crise econômica do estado. No ano passado, segundo o Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social) no final de junho, a pobreza aumentou 12,5% entre os sergipanos – o maior percentual entre todos os estados – e chega a quase 50% da sua população. São famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais, e que dependem de auxílios para sobreviver.
Mitidieri foi eleito em outubro numa eleição polarizada com o senador Rogério Carvalho (PT), com a responsabilidade de dar um choque de gestão, e apresentar novos nomes. A indicação do secretariado mostra que pouca coisa vai mudar.
Desde a redemocratização, em 1982, Sergipe passou quase três décadas sob o comando de João Alves Filho e Albano Franco. Em 2006, com a eleição de Marcelo Déda, esse grupo chegou a poder e Sergipe continua andando para trás.
Sem um choque de gestão e novos quadros nada vai mudar.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE