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Falta de candidato natural deixa o processo eleitoral na capital em aberto
Publicado em 12 de agosto de 2023
Por Jornal Do Dia Se
A falta de um candidato natural à sucessão do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) dentro do bloco governista deixa o processo eleitoral em aberto e provoca o surgimento de uma profundidade de nomes, alguns mais experientes, outros apenas tentando obter espaços. Bem diferente do que ocorreu em 2020, quando Edvaldo poderia disputar a reeleição, e liderava todas as pesquisas da época.
Edvaldo reassumiu o comando da prefeitura de Aracaju em janeiro de 2017, após quatro anos de uma administraçãodesastrada de João Alves Filho. Os servidores estavam com dois meses de salários atrasados, coleta de lixo suspensa, dívidas com prestadores de serviços, empreiteiros e fornecedores, e postos de saúde com atendimento precário.
Foi preciso um trabalho minucioso para a reconstrução e organização da cidade, com sucesso ao longo dos quatro anos, permitindo que chegasse na eleição estadual de 2018 em condições de participar como importante cabo eleitoral, permitindo a manutenção do grupo no poder. A reeleição em 2020 e aprovação pela população tanto do modelo de gestão quanto da forma de atuação pessoal do prefeito, levaram Edvaldo a condição de um dos candidatos favoritos à disputa da sucessão do governador Belivaldo Chagas em 2022.
Edvaldo liderava todas as pesquisas, era considerado um nome melhor, mas enfrentava dificuldades de articulação política principalmente entre as lideranças do interior. Não criou dificuldades para que o escolhido fosse Fábio Mitidieri (PSD), e se comportou muito bem em todo o processo eleitoral.
Durante a campanha, a ladainha entre os aliados é de que a liderança de Fábio seria tão grande que poderia liquidar o pleito logo no primeiro turno. O resultado foi bem diferente. Rogério Carvalho (PT) foi quem não venceu na primeira etapa e o segundo turno teve que ser realizado em função de um poucos votos.
Nesse processo, mais uma vez, houve uma mobilização para evitar a derrota de Mitidieri. Edvaldo decidiu focar todas as atenções junto ao eleitorado da capital, que acabou dando a vitória ao atual governador. No dia 30 de outubro, Rogério veio do interior com uma vantagem de 24 mil votos. Fábio venceu pela força eleitoral do prefeito, que garantiu 66 mil votos de vantagem, permitindo uma vitória com 44 mil votos de frente.
Desde que assumiu, Mitidieri vem tendo uma postura correta com Edvaldo, autorizando o prefeito a conduzir o processo de sua sucessão dentro do bloco governista. Diz que o escolhido por Edvaldo será o seu candidato.
O prefeito sabe que essa carta branca depende da forma como ele conduzir o processo. O escolhido não pode sair de dentro da cartola, mas um nome que unifique o grupo e tenha densidade eleitoral para vencer.
O próprio Edvaldo tem os seus três nomes preferidos dentro do PDT, e retirados de quadros de suas mais recentes administrações: Waneska Barboza, a secretária de Saúde que conduziu com eficiência as ações de combate à pandemia da covid-19; Luiz Roberto Dantas, atual secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano, e que nos últimos anos presidiu a Emsurb e montou um eficiente esquema de coleta de lixo e limpeza na cidade. Na eleição passada obteve 35 mil votos como candidato a deputado federal; e Jeferson Passos, o eterno secretário da Fazenda de Edvaldo, que conseguiu organizar e recuperar as finanças do município após a desastrada gestão de João Alves Filho.
No ambiente governista aparecem ao menos dois outros nomes com alguma competitividade, os dois do PSD: o ex-governador Belivaldo Chagas e o vereador Nitinho Vitale. Outros nomes menos cotados também são citados, a exemplo da delegada Danielle Garcia, atual secretária das Mulheres do governo Mitidieri.
Edvaldo considera fundamental que o candidato escolhido seja alguém capaz de manter o Projeto de Cidade em implantação nos últimos oito anos, para evitar a interrupção do processo de modernização da capital, que tem sido aprovado pela população, apesar dos gargalos ainda existentes, principalmente nas áreas de transportes e manutenção da cidade nos períodos chuvosos. Após a eleição, Fábio e o próprio Edvado funcionariam como um núcleo para a garantia desse projeto.
Como a oposição também deve apresentar nomes fortes, inclusive o PT, a responsabilidade de Edvaldo na escolha do candidato só faz aumentar. O escolhido tem que ter densidade eleitoral e que seja um nome que unifique os partidos da ampla base governista.