Famílias pressionam para que acidente seja apurado
Publicado em 14 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
A Polícia Civil deve ouvir nesta segunda-feira, em horário não confirmado, o depoimento de Ruy Pithon, 26 anos, envolvido no acidente de trânsito que matou três pessoas no último domingo em frente ao antigo Clube da Telergipe, na rodovia José Sarney (zona de expansão de Aracaju). Ele dirigia o Mitsubishi Pajero branca de placa OEJ-4671/SE que bateu de frente no carro Ford Fiesta de placa IAB-2480/SE, onde estavam as vítimas. O advogado Sanmuel Notre Dame Stefanee Leite Batista de Medeiros, 25, e os universitários Felipe Brito de Lemos, 23, e Klaudia Monique Cardoso Smith, 21, morreram no local do acidente.
Ontem, o delegado Paulo Ferreira, da Delegacia Especial de Delitos de Trânsito (DEDT), confirmou que Ruy será liberado hoje do Hospital de Cirurgia, bairro Cirurgia (zona central), onde está internado desde o dia do acidente. O pai de Ruy, que é o proprietário do Pajero, prestou depoimento ontem de manhã na DEDT e prometeu apresentar o filho, além de relatar o que sabia sobre o acidente. O delegado também aguarda uma informação do hospital sobre a realização ou não de exames de embriaguez no condutor.
"No dia em que ele foi hospitalizado, consta que foi recolhido sangue para um exame de alcoolemia. Essa informação é do advogado dele, mas não é oficial. Enviamos um ofício ao hospital para confirmar se foi feito ou não o exame", disse Paulo, pontuando que o Mitsubishi permanece no pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O veículo já passou por uma pericia no local do acidente e deve ser novamente examinado pelo Instituto de Criminalística na próxima terça-feira.
Em nota divulgada na segunda-feira, a família de Ruy Pithon negou a informação inicial da Polícia Militar de que o condutor teria fugido do local e informou que ele foi operado para corrigir uma lesão no ombro. "Logo após a colisão, Ruy pediu ajuda, por telefone, a um de nossos familiares, que chegando ao local, percebeu a necessidade de acompanhamento médico. E assim o fez. Mas após deixá-lo no hospital, voltou ao local para o acompanhamento dos fatos", diz o texto, afirmando também que o advogado dele compareceu à delegacia para apresentar seus dados. "Queremos esclarecer os fatos e estamos à disposição das autoridades competentes", assegura a família.
O delegado também ouviu na manhã de ontem os depoimentos de duas testemunhas e da universitária Viviane Machado Pascoalico, 22, que dirigia o Fiesta e sobreviveu o acidente. Ainda abalada com a morte dos amigos e sem lembrar-se de detalhes, ela também fez seu relato do acidente. "Ela disse que avistou um farol e, quando se deu conta do que aconteceu, já estava saindo do carro. Há informações de que existe uma curva em S no local e que não dá pra nenhum dos carros se avistarem à distância, só no momento do choque. Ela alega que o carro dela foi pego na mão de direção correta, quando voltava do Mosqueiro para a Atalaia", explicou Ferreira, referindo-se à informação de que o Pajero teria invadido a contramão, atingindo o Fiesta.
No mesmo depoimento, Viviane também negou que tenha ingerido qualquer tipo de bebida alcoólica antes de dirigir, e que dirigia em baixa velocidade quando foi surpreendida pelo outro veículo. "Ela diz que estava com os amigos numa reunião social, não em uma festa. Eles se reuniram para bater-papo, jogar vídeo game, jogar conversa fora. Houve bebida nesta reunião, mas ela não bebeu. A jovem disse ainda que estava dirigindo em velocidade reduzida, compatível com o local. Ela acha até que estava devagar, porque os colegas brincavam perguntando se iriam chegar em casa hoje ou amanhã", revelou o delegado.