Fato consumado

A empresa privada tem um prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, de trabalho conjunto com a Deso na operação do sistema

A privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) é fato consumado. O governador Fabio Mitidieri ignorou todas as dúvidas, riscos e temores da população e mudou radicalmente de opinião, batendo o martelo que um dia deu sinais de jamais brandir contra os sergipanos.

Trata-se de um bom negócio. Ao menos, para a Iguá Saneamento, que terá todo o knowhow da Deso a sua inteira disposição, até que esteja apta para assumir o serviço.

Após a assinatura do contrato entre o Governo de Sergipe e a Iguá Saneamento, sacramentada ontem, a empresa privada tem um prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, de trabalho conjunto com a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) na operação do sistema.

Ou seja, a partir de agora, a Iguá tem quase um ano inteiro, 270 dias, para aprender o serviço assumido, em lugar da Deso.

Os prazos oferecidos de bom grado pelo governo Mitidieri, aliás, são os mais generosos. A universalização do abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto no território sergipano, o pretexto apresentado para a privatização, tem até 31 de dezembro de 2033 para virar realidade.

Até lá, muita água terá passado por baixo da ponte. Certo é que para se habilitar a operar o sistema de captação, tratamento e distribuição de água, a empresa Iguá Saneamento certamente se inteirou do contexto local e provou a sua competência no assunto. Período assim tão prolongado de adaptação, portanto, é pura manifestação da simpatia do governo de Sergipe com o ente privado.