Ronildo Almeida, presidente da Fecomse
Fecomse demonstra preocupação com flexibilização do funcionamento do comércio
Publicado em 01 de maio de 2020
Por Jornal Do Dia
O presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Sergipe (Fecomse), Ronildo Almeida, demonstra preocupação com a flexibilização do funcionamento do comércio em Sergipe e reforça a necessidade de que sejam mantidas as medidas de isolamento social no combate à pandemia do coronavírus (Covid-19), com abertura apenas dos setores emergenciais.
De acordo com o dirigente sindical, há uma pressão do empresariado sergipano junto ao governo estadual e às prefeituras municipais para a reabertura do comércio, indo de encontro às determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e às experiências vivenciadas em outros países, que apontam a quarentena como a melhor alternativa para frear a propagação do vírus.
"Os empresários terão todas as condições e os cuidados no enfrentamento ao coronavírus – transporte adequado, isolamento, material de higiene e equipamento de proteção. E nós, trabalhadores? Teremos que pegar transporte lotado, lidar diretamente com o público, muitas vezes sem a proteção adequada. Esses cuidados são indispensáveis. Esperamos contar com a sensibilidade e a responsabilidade social dos governos para enfrentarmos essa batalha", argumenta o sindicalista.
Ronildo Almeida, que também preside a União Geral dos Trabalhadores em Sergipe (UGT/SE), questiona ainda sobre as garantias para os trabalhadores do setor durante a pandemia. "Além da falta de representatividade dos trabalhadores nas discussões e nas deliberações oficiais sobre o tema, não há qualquer comunicado às entidades sindicais", pontua.
"O número de mortos e contaminados cresce a níveis assustadores em Sergipe e no Brasil. É muito cômodo para os patrões exigirem a reabertura das atividades no comércio, quando não serão eles que estarão na linha de frente. Nós, trabalhadores, é que iremos nos expor, com o risco de contrair e propagar o vírus, aumentando as doenças e as mortes. É uma prática perversa, na qual a economia e o lucro estão acima da vida. É importante neste momento que priorizemos a saúde coletiva, a vida da população e dos trabalhadores.", ressalta Ronildo Almeida.
O dirigente da Fecomse lembra que já estão sendo tomadas medidas pelos governos federal e estadual de ajuda ao empresariado, inclusive do comércio e serviços, como a liberação de linhas de créditos emergenciais para que o setor consiga manter a atividade nesse período de pandemia.
Há também a Medida Provisória – MP – 936/20, do Governo Federal, que flexibilizou as negociações trabalhistas e possibilita a redução proporcional da jornada de trabalho e dos salários, além da suspensão temporária do contrato de trabalho com o pagamento de Benefício Emergencial para a Preservação do Emprego e da Renda.
1º de Maio – Ronildo Almeida destaca a importância de fortalecer a luta por uma sociedade justa e igualitária e pela manutenção dos direitos trabalhistas neste 1º de Maio – Dia do Trabalhador. "É um momento histórico muito difícil para a classe trabalhadora, com a perda de conquistas que levaram anos para vermos concretizadas. Precisamos de firmeza e de união para enfrentar a crise na Saúde, e também a tentativa de completo desmonte dos direitos trabalhistas e de um Brasil com justiça social. Diante de todas as adversidades, é importante ressaltar, estamos cada vez mais firmes na luta. Venceremos", pontua.