Feira de fogos em Monte Alegre estava irregular, diz Bombeiros
Publicado em 19 de junho de 2018
Por Jornal Do Dia
As barracas de fogos que explodiram neste sá bado em uma praça de eventos na cidade de Monte Alegre de Sergipe (Sertão) estavam montadas de maneira irregular e fora das regras de segurança determinadas pelo Corpo de Bombeiros. A informação foi confirmada ontem pelo subcomandante geral da corporação, coronel Gilfran Matheus, que também informou a realização de uma perícia para identificar as causas da explosão e os responsáveis pelas barracas, que não foram encontrados no local do acidente. As barracas vendiam fogos de artifício em uma área considerada residencial e vizinha a uma escola na área central da cidade.
O incêndio começou depois que, de acordo com testemunhas, uma das barracas teria sido atingida por uma fagulha acesa vinda de uma bomba que explodiu ao lado delas. O fogo se espalhou e provocou, numa reação em cadeia, uma sequência de explosões que durou 30 minutos e provocou danos materiais em casas e carros da vizinhança. Não houve registro de feridos, porque o local foi rapidamente evacuado. De acordo com o coronel, as barracas de fogos eram compostas por lona e balcões de ferro, semelhantes às usadas em feiras comuns e sem qualquer condição de segurança contra explosões e incêndios.
"Tratava-se de barracas não autorizadas, são barracas clandestinas, fora do padrão que o Corpo de Bombeiros autoriza. Para que uma barraca de fogos possa funcionar regularmente, há todo um processo de liberação do local e das barracas, porque nós temos normas que determinam distâncias para a via pública, para residências, escolas, postos de combustível, locais de concentração de público… há um regramento para evitar situações como esta, que não gostaríamos de atuar.", disse Gilfran, ao confirmar que o funcionamento das barracas não era de conhecimento da corporação.
Ainda de acordo com o subcomandante, os responsáveis pelas barracas, ao serem identificados, podem ser processados por comércio irregular de produtos controlados, já que a venda de explosivos passa por controles dos Bombeiros e do Exército, além de outros crimes e infrações que podem ser identificados no inquérito policial instaurado pela Polícia Civil. O delegado regional de Nossa Senhora da Glória, Jorge Eduardo dos Santos, acompanhou os primeiros trabalhos da perícia e deve ouvir depoimentos ao longo da semana. Já a perícia técnica dos Bombeiros deve ficar pronta em cerca de 30 dias e anexada ao inquérito.
A possibilidade de causa criminosa para o incêndio ainda não está descartada, nem mesmo que a quantidade de explosivos estaria possivelmente acima da quantidade máxima permitida, que é de 300 quilos de fogos. Também não está claro ainda se a área onde as barracas estavam montadas foram liberadas ou não pela Prefeitura de Monte Alegre, cujos representantes também devem ser chamados para dar esclarecimentos. Gilfran Matheus esclarece que os comerciantes de fogos devem procurar os Bombeiros para apresentar um projeto da barraca e receber orientações sobre as normas e procedimentos de segurança. Denúncias sobre pontos irregulares de venda de fogos de artifício podem ser feitas aos Bombeiros, pelo telefone 193, ou à Polícia Civil, pelo Disque-Denúncia (181).