FESTA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE: “A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA” (Rm 5,5)

* J. Cruz

Em 12 de dezembro é o dia de comemorar a Padroeira de Estância e também de toda a Diocese. Aqui em Estância essa devoção começa com seu fundador, Pedro Homem da Costa e familiares que ao chegarem por estas paragens de imediato ergueram uma Capela dedicada à Nossa Senhora de Guadalupe. Com esse gesto se iniciou essa devoção de origem espanhola que chegou até os dias atuais. O início da devoção teve sua origem no México em 1531, quando a Virgem Maria apareceu por diversas vezes ao índio São Juan Diego na colina de Tepeyac, pedindo que se construísse uma igreja naquele local. Por isso, ela pediu que Juan Diego fosse ao bispo transmitir-lhe esse desejo. Diante da desconfiança do bispo, Maria Santíssima ordenou-lhe que colhesse flores daquele local e as acomodasse na sua capa. Mesmo descrente, o religioso mudou de ideia quando o manto com as flores foi aberto e nele estava impressa a imagem da Virgem Maria, que é venerada até os dias de hoje.
Mas voltando à realização de uma festa de Padroeiro, sempre vem logo a pergunta: Qual é o tema deste ano? O tema central de uma festa está relacionado com o que vai ser meditado durante as celebrações que antecedem a grande celebração, ou seja, o dia da festa. É no novenário que a comunidade eclesial em uma espécie de um retiro espiritual se prepara para celebrar um Santo ou a Virgem Maria. Dentro da tradição das novenas utilizadas pela Igreja Católica as mesmas tiveram início entre a ascensão de Jesus Cristo ao Céu e a descida do Espírito Santo, quando os apóstolos oraram intensamente. A Comunidade Cristã reuniu-se em torno da Virgem Maria, dos Apóstolos e de algumas mulheres, e esta reunião é repetida todos os anos pelas comunidades cristãs para se prepararem para um grande evento religioso.
Este ano o tema central da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe está conectado com o Ano Jubilar que será celebrado a partir de 24 de dezembro deste ano e se encerrará em 06 de janeiro de 2026. O tema do Ano Santo Ordinário ou Jubilar é “Peregrinos da Esperança” e o da Festa da nossa Padroeira é “A Esperança Não Decepciona” que está fundamentado na Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 5,5). Esperança é uma das três virtudes teologais (fé, esperança e caridade) que todo cristão deve possuir, pois, um crente que não tem esperança como vai acreditar na mensagem salvífica de Jesus Cristo? De acordo com a Carta aos Romanos mostra que “a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Em se tratando da Virgem Maria, Ela foi uma criatura cheia de esperança e que sempre acreditou nos desígnios de Deus, isso fica demonstrado no Magnificat.
Finalmente a partir do próximo dia 03 de dezembro a comunidade católica de Estância se concentra neste momento forte de exercícios espirituais, realizados durante nove dias consecutivos, visando uma celebração mais consciente da Festa da Padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe. Com relação ao Ano Jubilar da Esperança, o mesmo é uma celebração de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde o primeiro Ano Santo, instituído em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII, o Jubileu Ordinário é caracterizado pelo perdão dos pecados e pela indulgência e está fundamentado no Antigo Testamento, ou seja, no livro do Levítico, capítulo 25.

* J. Cruz, estanciano, historiador, teólogo, pesquisador e escritor