Festival de Teatro Virtual apresenta espetáculos do Amazonas e de Tocantins
Publicado em 16 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) apresenta, nesta semana, mais dois espetáculos da região Norte no Festival de Teatro Virtual.
Na quinta-feira, 16 de setembro, a partir das 18h30, será exibido Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha, do utc-4, indicado a maiores de 16 anos. A obra, lançada em 2018, agora fica disponível em vídeo, com perguntas como "existe o amor?" transformadas em cenas.
No dia seguinte, no mesmo horário, será a vez da peça infantil Gibi, do grupo tocantinense Lamira Artes Cênicas. A montagem, que mistura teatro, dança e circo, ganhou a versão audiovisual após percorrer diversas cidades brasileiras desde o seu lançamento, em 2012. Ela conta as aventuras de quatro palhaços, que têm as histórias em quadrinhos como ponto de partida.
A agenda do Festival de Teatro Virtual tem 25 apresentações teatrais, de grupos e companhias das cinco regiões do País, voltadas ao público adulto e infantil. Um novo projeto é divulgado todas as quintas e sextas, até o final de outubro, sempre a partir das 18h30, no canal da Funarte no YouTube, onde os vídeos ficam disponíveis para acesso posterior.
Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha – Do Amazonas, o coletivo utc-4 traz para o festival o espetáculo Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha. Com direção de Fabiano de Freitas e atuação de Ana Oliveira, Carol Santa Ana, Dimas Mendonça e Dyego M., é indicado para maiores de 16 anos e tem 72 minutos de duração. O trabalho parte de perguntas "como existe amor?" e "quais os caminhos que se encontra para prosseguir?". Não se propõe, contudo, a respondê-las, mas a transformá-las "na mais visceral e possível das cenas": "porque é teatro e é sobre teatro".
"Em um universo distópico, quatro atores, personagens de si mesmos, se encontram apenas para dizer. Mas eles não sabem como é que se começa. Eles só sabem que precisam dizer. Procuram palavras. Talvez elas não estejam ali, nem neste planeta, nem neste universo. Se há alguém do outro lado, esse alguém deixará que se diga alguma coisa? Esses atores se encontram no palco: o teatro é o lugar para se dizer. O que se diz no teatro deve ser visto", diz trecho da sinopse da obra.
Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha tem um papel importante na trajetória do coletivo. Com estreia no início de 2018, marcou o retorno do trabalho de pesquisa do grupo, além de ser fruto de um intercâmbio com o diretor carioca Fabiano de Freitas. Na adaptação para o vídeo, o utc-4 buscou fidelidade ao universo do teatro.
"Para a gente, tem sido um enorme desafio trabalhar com a linguagem do teatro e a virtualização desse conteúdo. O teatro, na sua essência, necessita da presença, do encontro! Mas temos nos dedicado a estudar as diversas possibilidades que o ambiente virtual nos apresenta, buscando unir linguagens e técnicas do teatro, mas, também, do audiovisual, da videoarte e outros. Ainda é um caminho de muito estudo, mas cada nova experiência tem proporcionado bastante aprendizado e mudanças nos nossos trabalhos", conta o ator Dyego M..
O ator também aponta para a possibilidade de intercâmbio entre os grupos e companhias sobre esta "nova" maneira de fazer teatro, proporcionada pelo festival. "É muito importante estar participando do Festival! Esta é uma iniciativa incrível da Funarte, que, neste momento caótico que estamos vivendo, ajuda a todos nós, profissionais da cultura e das artes."