Fiocruz alerta para um novo crescimento do coronavírus em Aracaju
Publicado em 08 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia
Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que Aracaju e outras seis capitais brasileiras apresentam tendência de aumento nos casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave). Os dados da edição mais recente do ‘Boletim Infogripe’, realizado periodicamente pela instituição, são referentes à Semana Epidemiológica (SE) 39 (de 20 a 26 de setembro), publicados no dia 06 de outubro.
Além da capital sergipana, integram a lista, Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Manaus (AM), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).Ainda de acordo com o boletim da Fiocruz, Aracaju, Fortaleza, Macapá e Manaus já haviam apresentado sinal de crescimento para a tendência de longo prazo, com probabilidade maior que 75%), no último boletim.
Para o médico infectologista, Matheus Todt, professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), esse era um cenário previsível diante do comportamento de parte da população. "Há um descaso quanto às medidas de proteção, de não aglomeração, do uso de máscara. Era questão de tempo termos o aumento do número de casos", diz, acrescentando que a proporcionalidade das mortes pela doença em relação ao tamanho da população do estado tem um impacto que preocupa."Apesar de em números absolutos termos menos casos que os outros estados, 79 mil, com cerca de 2 mil mortos, Sergipe é um Estado com pouco mais de 2 milhões de habitantes e muitos desses em trânsito para a capital. Então, nossa taxa, a percentual é grande", continua.
Todt alerta ainda que, diferente do que alguns pensam, o País ainda vive uma pandemia do Covid-19, ou seja, ainda não controlou a segunda onda de casos da doença. "A Europa sofre os efeitos de uma segunda onda. Estamos seguindo o mesmo caminho do que temos visto no exterior. Tudo porque as pessoas não estão sendo bem orientadas, imprudentes, e com isso o número de casos vai aumentar", explica.
O infectologista alerta ainda sobre as consequências caso o prognóstico seja confirmado. "Há possibilidade de um novo lockdown. O aumento do número de casos é uma questão do tempo. A nossa rede de saúde será, novamente, sobrecarregada, e com o complicador, de que a rede covid já foi desestruturada. Então, isso pode ser um caos, inclusive, com mais mortes", alerta ele. (da Unit)