Mapa do relatório da Fiocruz
Fiocruz estima forte alta de doenças respiratórias em Aracaju
Publicado em 01 de novembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Aracaju está entre as cidades com ten- dência de alta forte dos casos de doenças identificadas como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), incluindo a covid-19. A projeção aparece em um relatório do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que monitora e projeta o comportamento dos casos destas doenças. A análise é referente à Semana Epidemiológica 43 (que compreende o período de 18 a 24 de outubro) e tem com base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 deste mês.
O boletim mostra que Aracaju é uma das sete capitais brasileiras que apresentam sinal de crescimento forte na tendência de longo prazo dos casos de SRAG e de Covid-19, ou seja, a probabilidade é de que o total de pacientes infectados suba mais que 95% ao longo das próximas seis semanas. É a mesma situação das cidades de Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), e Salvador (BA). Em Aracaju e Salvador, também se observa sinal moderado de crescimento na tendência de curtoprazo, ou seja os casos podem subir acima de 75% em três semanas.Segundo a Fiocruz, a média móvel dos casos notificados de SRAG ficou entre 4,5 e 5 casos por 100 mil habitantes na última semana apurada, devendo variar entre 5 e 9 casos. O patamar pode se aproximar do pico de 12,5 casos por 100 mil habitantes, atingido na semana epidemiológica 27, em junho. O período é considerado o de maior pico dos casos de coronavírus e outras síndromes do tipo em Sergipe. As autoridades de saúde atribuem essa tendência de alta a um aumento da circulação de pessoas nas ruas e a um relaxamento no comportamento delas quanto ao uso de máscaras e à manutenção do distanciamento social. O governo do estado já flexibilizou praticamente todos os setores da economia e se prepara para retomar as aulas presenciais em escolas, faculdades e universidades, mas determinou protocolos de saúde que devem ser respeitados.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é uma doença respiratória grave que exige internação e é causada por um vírus, seja ele o novo coronavírus, o influenza ou outro. Entretanto, segundo a Fiocruz, 97,7% dos casos no país atualmente têm o novo coronavírus (Sars-CoV-2) como causa.O cenário nacional sugere que os casos notificados de SRAG e de Covid-19, independentemente de presença de febre, apresentam tendência de queda mas com ocorrências muito altas.Já foram reportados este ano 521.090 casos de SRAG sendo 285.628 (54,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 161.303 (31,0%) negativos, e ao menos 42.369 (8,1%) aguardando resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 545.321 casos de SRAG, podendo variar entre 537.260 e 556.556 até o término da semana 43.
Em 12 das 27 unidades federativas observa-se tendência de longo prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde. Nos demais 15 estados, incluindo Sergipe, há ao menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) de crescimento. No caso de Sergipe, há apenas uma única macrorregião de saúde, que engloba todo o estado.
O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), na sexta-feira, informa que Sergipe já teve 84.237 pacientes contaminados com a Covid-19 desde o início da pandemia, com 2.201 mortos e 76.126 curados. A média móvel de sete dias, apurada pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) fechou em 119 casos e cinco mortes. A taxa de letalidade está em 2,6%, a de mortalidade em 95,7 por 100 mil habitantes, e a de incidência é de 3.664,6 por 100 mil habitantes.