Fogueiras apagadas
Publicado em 23 de junho de 2021
Por Jornal Do Dia
Não há razão para negar: As fogueiras arden do, os fogos de artifício fazem, sim, parte da tradição dos festejos juninos. Em plena pandemia, no entanto, mesmo os hábitos mais caros à Cultura local, os comportamentos mais arraigados aos costumes de nossa gente devem ser confrontados com as exigências do momento. É preciso debelar o contágio. Ponto final.
Neste período, a fumaça que faz parte da memória afetiva dos sergipanos costuma levar centenas de portadores de doenças respiratórias aos prontos socorros dos hospitais. Pensando nisso, diversos gestores públicos decretaram a proibição do comércio de fogueiras e fogos de artifício até o dia 30 de junho. Ao contrário do que pode significar para os forrozeiros mais afoitos, a medida não tem nada de radical.
Considerado o quadro observado nos hospitais das redes pública e privada de saúde ao longo dos últimos meses, quando as vítimas de covid ocuparam quase todos os leitos disponíveis, além de lotar emergências e enfermarias, o governo de Sergipe agiu muito bem ao proibir que a festa de alguns poucos significasse a morte de outros tantos. Cabe a cada cidadão, no entanto, abrir mão da própria conveniência em favor da coletividade.
Não é hora de brincar com fogo. Já foram registrados mais de 259 mil casos de covid em território sergipano, com o saldo horrível de mais de cinco mil e quinhentos mortos. Apagar fogueiras em momento tão delicado é sinal de respeito ao próximo, além de um esforço muito pequeno em favor da vida.