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Foguetório na Atalaia
Publicado em 27 de dezembro de 2019
Por Jornal Do Dia
Rian Santos
Em anos de triste me- mória, quando João Alves Filho esteve prefeito da capital sergipana, Aracaju não teve festa de réveillon. A passagem de um ano para outro ocorria sob as trevas de um céu escuro, sem testemunhas de cabeça erguida na praia, sem esperança de futuro melhor.
O foguetório na Atalaia, uma tradição resgatada por Edvaldo Nogueira, não tem o condão de resolver os problema enfrentados todos os dias pela população aracajuana. Mas acende no horizonte o brilho efêmero de uma alegria besta, eterna em sua duração breve. Sim, o leitor mais esperto deve ter notado, eu falo dos fogos de artifício que saúdam o ano novo do mesmo modo como o poeta cantou o amor.
Com Edvaldo prefeito, o réveillon é celebrado com papoco e pracatum. Cá para nós, o consolo de um arrocha rasgado, ainda mais se bancado com verba pública, não tem efeito de remédio para ninguém. No entanto, enquanto educação for privilégio de poucos, a banda tocará sempre no ritmo rasteiro ditado pela indústria. Eu torço o bico para a programação anunciada pelo alcaide, cheio de razão e de privilégios. Mas o povo gosta.
Hoje, ao apagar das luzes do ano da graça de 2019, eu me declaro vencido. De pouco adiantou apontar o desserviço dos entes públicos, à esquerda e à direita, patrocinadores do mal gosto popularizado pelas rádios FM. Água mole em pedra dura. Ao menos, haverá explosão de luz na noite do dia 31.