Quinta, 16 De Janeiro De 2025
       
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Publicado em 26 de junho de 2019
Por Jornal Do Dia


No meio da farra, aproveitando o espetáculo

 

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Último fim de sema-
na, a elite política 
de Sergipe visitou a praça dos mercados municipais, no Centro de Aracaju. Deputados, vereadores, autoridades de variada importância foram prestigiar o Forró Caju, a convite do prefeito Edvaldo Nogueira. Até aí, nada de novo. Homens públicos com pretensões eleitorais não perdem a oportunidade de mostrar a cara lisa em aglomerações populares. Essa é a primeira vez, entretanto, quando eles enfiam os pés na lama como todo mundo, igualzinho ao populacho.
Os camarotes de acesso restrito em eventos promovidos pelo poder público contrariam a noção ideal de República – a de uma relação de poder mediada por instituições, perante as quais todos os homens são iguais. No Forró Caju, contudo, os todo poderosos sempre foram recebidos sem aperto, com direito a comes e bebes, entre salamaleques. Ao povão, os mais descarados acenavam do alto. 
Mas nada como um dia depois do outro. Veio a crise, o Forró Caju chegou a ser suspenso no primeiro ano da gestão Edvaldo Nogueira, depois voltou a ser realizado com muita pompa, até se adequar à nova realidade. Na edição em curso, a festa ganhou uma estrutura modesta, somente um palco e um barracão, sem o penduricalho dos camarotes. Mas não perdeu o apelo popular. O público expressivo do evento obriga futuros candidatos a sorrir amarelo no meio da farra, misturados a uns e outros.
Melhor assim. Um representante eleito do povo tem mais é de experimentar na própria pele o calor e a catinga de quem transpira de sol a sol para colocar comida na mesa de casa. Em matéria de privilégio, bastam os altos salários, as mordomias amparadas em Lei, os auxílios, cotas e verbas imorais, abocanhadas sob o pretexto de exercer o mandato.
Bom será se, no futuro, quando os cofres do município estiverem abarrotados e a crise econômica for apenas uma lembrança ruim, página virada, o apartheid antes promovido pelos camarotes da Prefeitura não voltarem a ser erguidos para o usufruto de tão poucos. Se as mesmas estrelas mortas brilham sobre a cabeça de todos os homens – ricos e pobres, governantes e governados -, não há razão para alguns se privarem do espetáculo.

Último fim de sema- na, a elite política  de Sergipe visitou a praça dos mercados municipais, no Centro de Aracaju. Deputados, vereadores, autoridades de variada importância foram prestigiar o Forró Caju, a convite do prefeito Edvaldo Nogueira. Até aí, nada de novo. Homens públicos com pretensões eleitorais não perdem a oportunidade de mostrar a cara lisa em aglomerações populares. Essa é a primeira vez, entretanto, quando eles enfiam os pés na lama como todo mundo, igualzinho ao populacho.
Os camarotes de acesso restrito em eventos promovidos pelo poder público contrariam a noção ideal de República – a de uma relação de poder mediada por instituições, perante as quais todos os homens são iguais. No Forró Caju, contudo, os todo poderosos sempre foram recebidos sem aperto, com direito a comes e bebes, entre salamaleques. Ao povão, os mais descarados acenavam do alto. 
Mas nada como um dia depois do outro. Veio a crise, o Forró Caju chegou a ser suspenso no primeiro ano da gestão Edvaldo Nogueira, depois voltou a ser realizado com muita pompa, até se adequar à nova realidade. Na edição em curso, a festa ganhou uma estrutura modesta, somente um palco e um barracão, sem o penduricalho dos camarotes. Mas não perdeu o apelo popular. O público expressivo do evento obriga futuros candidatos a sorrir amarelo no meio da farra, misturados a uns e outros.
Melhor assim. Um representante eleito do povo tem mais é de experimentar na própria pele o calor e a catinga de quem transpira de sol a sol para colocar comida na mesa de casa. Em matéria de privilégio, bastam os altos salários, as mordomias amparadas em Lei, os auxílios, cotas e verbas imorais, abocanhadas sob o pretexto de exercer o mandato.
Bom será se, no futuro, quando os cofres do município estiverem abarrotados e a crise econômica for apenas uma lembrança ruim, página virada, o apartheid antes promovido pelos camarotes da Prefeitura não voltarem a ser erguidos para o usufruto de tão poucos. Se as mesmas estrelas mortas brilham sobre a cabeça de todos os homens – ricos e pobres, governantes e governados -, não há razão para alguns se privarem do espetáculo.

 

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