Segunda, 10 De Fevereiro De 2025
       
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Forró Caju para quem?


Publicado em 17 de maio de 2019
Por Jornal Do Dia


O mais importante ainda está para ser dito

 

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
"Vai ter Forró Caju, sim", palavra de Edvaldo Nogueira. Embora ainda amargue o ônus dos restos a pagar deixados pela última edição da festa, o prefeito faz questão percutir a zabumba, a qualquer custo. A notícia, em si, não fede nem cheira. Interessa saber se o palco devido a sanfoneiros legítimos, como o esquecido Cobra Verde, será mais uma vez entregue a Devinho Novaes e Cia Ltda.
O Forró Caju 2018 resultou em frustração. Não bastasse o disse me disse relacionado ao pagamento dos artistas sergipanos, obrigados a colocar a boca no trombone para receber os caraminguás estipulados em contrato, há ainda a questão maior do formato pensado para a festa. A intenção de promover pequenos arraiás em diversos bairros da cidade foi aqui mesmo celebrada com grande entusiasmo. Na prática, entretanto, a suposta descentralização revelou-se um engodo.
Qualquer valor de autenticidade passa longe do Forró Caju. Não se trata aqui de eventual concessão aos ditames da indústria cultural, as exigências próprias de um evento promovido para as massas. Mas, a bem da verdade, o evento serve mais a certos empresários, famosos pela fortuna amealhada junto aos cofres públicos, representantes de cantores genéricos, fabricados com a força da grana, do que aos artistas de nosso convívio, obrigados a matar a sede na saliva, nas palavras certeiras do cantor e compositor Cazuza. Este, sim, um poeta.
Quando surgiu, o Forró Caju foi abraçado pela população como a grande novidade que de fato era. Eu mesmo lembrarei para sempre de Geraldo Azevedo dedilhando ‘Bicho de sete cabeças’ na praça dos mercados, o show histórico da banda Cordel do Fogo Encantado, em pleno auge criativo, a ciranda gigantesca puxada pela naurÊa. Ninguém tinha vivido experiência parecida com os pés e o coração fincados no chão da aldeia. Hoje, ao contrário, o Forró Caju está caindo de velho, virou uma festa cafona, com direito aos camarotes que preserva o poder político de um inconveniente contato direto com o populacho.
Pois então vai ter Forró Caju, o prefeito garante. O mais importante, entretanto, ainda está para ser dito. Quando retornar de merecido descanso, após quinze dias de férias, Edvaldo vai ter de explicar por A mais B, tim tim por tim tim, com que propósito.

"Vai ter Forró Caju, sim", palavra de Edvaldo Nogueira. Embora ainda amargue o ônus dos restos a pagar deixados pela última edição da festa, o prefeito faz questão percutir a zabumba, a qualquer custo. A notícia, em si, não fede nem cheira. Interessa saber se o palco devido a sanfoneiros legítimos, como o esquecido Cobra Verde, será mais uma vez entregue a Devinho Novaes e Cia Ltda.
O Forró Caju 2018 resultou em frustração. Não bastasse o disse me disse relacionado ao pagamento dos artistas sergipanos, obrigados a colocar a boca no trombone para receber os caraminguás estipulados em contrato, há ainda a questão maior do formato pensado para a festa. A intenção de promover pequenos arraiás em diversos bairros da cidade foi aqui mesmo celebrada com grande entusiasmo. Na prática, entretanto, a suposta descentralização revelou-se um engodo.
Qualquer valor de autenticidade passa longe do Forró Caju. Não se trata aqui de eventual concessão aos ditames da indústria cultural, as exigências próprias de um evento promovido para as massas. Mas, a bem da verdade, o evento serve mais a certos empresários, famosos pela fortuna amealhada junto aos cofres públicos, representantes de cantores genéricos, fabricados com a força da grana, do que aos artistas de nosso convívio, obrigados a matar a sede na saliva, nas palavras certeiras do cantor e compositor Cazuza. Este, sim, um poeta.
Quando surgiu, o Forró Caju foi abraçado pela população como a grande novidade que de fato era. Eu mesmo lembrarei para sempre de Geraldo Azevedo dedilhando ‘Bicho de sete cabeças’ na praça dos mercados, o show histórico da banda Cordel do Fogo Encantado, em pleno auge criativo, a ciranda gigantesca puxada pela naurÊa. Ninguém tinha vivido experiência parecida com os pés e o coração fincados no chão da aldeia. Hoje, ao contrário, o Forró Caju está caindo de velho, virou uma festa cafona, com direito aos camarotes que preserva o poder político de um inconveniente contato direto com o populacho.
Pois então vai ter Forró Caju, o prefeito garante. O mais importante, entretanto, ainda está para ser dito. Quando retornar de merecido descanso, após quinze dias de férias, Edvaldo vai ter de explicar por A mais B, tim tim por tim tim, com que propósito.

 

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