Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
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Forró de verdade


Publicado em 04 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

Após dois anos sem levantar poeira na praça dos mercados, em função da pandemia de Covid-19, a Prefeitura promete realizar um Forró Caju para ficar na lembrança. Acertos relacionados à estrutura do evento começam a ser discutidos pelas autoridades competentes. Eu, de minha parte, aguardo a programação com a sanfona de Cobra Verde nos ouvidos. A esperança não morre.
Gravado em Aracaju, lançado na França e distribuído na Europa, ‘Forró do baú’ (2009) continua entre os argumentos mais convincentes já paridos na aldeia em favor da tradição. Lá se vão dez anos. Depois de ganhar nome e fazer carreira acompanhando grandes vultos do cancioneiro nordestino, Cobra Verde aproveitou a oportunidade de, afinal, se afirmar criativamente. Deu no que deu. O desassombro de um músico pleno do próprio instrumento.
Embora ‘Forró do baú’ conte com a participação especial de figuras lendárias, a exemplo da saudosa Clemilda e de um sempre inspirado Adelmário Coelho, é nas faixas instrumentais do registro que o forró ganha status de arte. Tanto nas composições assinadas pelo próprio Cobra Verde quanto nas diversas homenagens rendidas aos maiores do gênero, o tema não passa de mero pretexto. Importa puxar o fole. A sanfona reina soberana.
Forró de verdade, aqui e agora, por obra e graça de nossa própria gente. Se composta exclusivamente por forrozeiros autênticos, a programação do Arraial Serigy daria um banho nos grandes eventos que acabaram com a festa dos santos de junho, bem antes da pandemia, nação nordestina afora. Sem precisar apelar para o sertanejo mauricinho, nem fazer concessões às imposições do mercado (ai, Forró Caju!). Sanfona, triângulo e zabumba, o maior power trio do mundo.

O sanfoneiro – Cobra Verde é o nome artístico que Soenildo Santos Mendonça herdou do pai, também músico. Morador do município sergipano de São Domingos, o sanfoneiro começou a tocar aos 14 anos na banda Cabeça de Frade, passando por nomes consagrados como Adelmário Coelho, Calcinha Preta, Gatinha Manhosa e Fogo na Saia.
Com um trabalho focado no forró instrumental, Cobra Verde é considerado um dos melhores sanfoneiros de sua geração. Ele interpreta grandes compositores como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Gennaro e Jacinto Silva, de uma forma muito criativa e própria.

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