Funcionalismo tenta derrubar reforma da previdência em Sergipe
Publicado em 24 de janeiro de 2020
Por Jornal Do Dia
Funcionários públicos inconformados com o projeto de reforma da previdência estadual – criado pelo Governo de Sergipe, e aprovado por maioria dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Estado (Alese) -, voltaram a se manifestar na expectativa de derrubar a medida que, na ótica dos manifestantes, assim como ocorre com a reforma da previdência nacional aplicada pelo governo federal, também subtrai direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora. Com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), o ato unificado foi realizado na manhã de ontem em frente aos prédios do Ipesaúde e do Sergipe Previdência, em Aracaju. Sobre a continuidade das críticas, o poder executivo estadual informou que não se manifestará, por enquanto.
Conforme destacado pelos sindicalistas, a mobilização de ontem serviu na prática para enaltecer o impasse que se arrasta desde o ano passado entre os servidores e o governador Belivaldo Chagas (PSD), bem como a fim de convidar a população para participar de um ato a ser realizado na manhã de hoje em frente ao prédio central do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, na praça Fausto Cardoso. A proposta do grupo é ampliar o pedido pela revogação da reforma da previdência estadual. De acordo com o presidente da CUT em Sergipe, o professor Roberto Silva, a probabilidade de ‘queda’ da reforma existe em virtude de possíveis erros no processo de tramitação realizada na Assembleia Legislativa.
"Somos democratas e compreendemos que para conquistar os interesses coletivos será preciso intensificar, sobretudo, o diálogo. Ao contrário do que o governador vem fazendo com os milhares de servidores sergipanos. Uma medida que trai, inclusive, aqueles que votaram nele achando que melhorias seriam realizadas na gestão que iniciou em janeiro do ano passado. Queremos e precisamos dialogar com os desembargadores para mostrar as ilegalidades da reforma. É preciso que eles [membros do colegiado] nos ouçam", declarou. Sobre o silêncio apresentado pelo governo nesse início de ano, os manifestantes informaram que não esperavam postura diferente. Já sobre o calendário de atos, Roberto Silva destacou que os eventos seguirão por tempo indeterminado.
"Nossa história é de luta à favor dos trabalhadores; em defesa do que é seu por direito. Essa reforma, de igual forma ao do presidente Jair Bolsonaro, chega para prejudicar o cidadão que por décadas se empenha e doa suas forças em prol do desenvolvimento estadual. Não apoiar a reforma de Bolsonaro e apoiar a de Belivaldo é contraditório. Todos os dois mostram na prática que trabalham contra os interesses dos sergipanos, trabalhadores. A luta não acaba hoje, ela seguirá. Belivaldo Chagas e os deputados sabem muito bem disso." A mobilização de hoje está prevista para acontecer a partir das 7h30. (Milton Alves Júnior)