Gente boa pra caramba!

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

Recebo mais um release do cantor e compositor Lula Ribeiro, radicado há muitos anos no sul maravilha. Desta vez, ele faz um show especial, dedicado aos 168 anos de Aracaju (ver nesta página). Leio a mensagem, passo a verdadeira pleiade de parceiros ostentada pelo músico em revista e penso, cá com os meus botões: Este sujeito deve ser gente boa pra caramba!
Eu conheço algo do trabalho de Lula, situado no meio do caminho entre a musicalidade sofisticada de um Caetano Veloso – no qual a canção está amparada o tempo inteiro pela força da palavra – e a tal da Nova MPB, de sonoridade exuberante. O trânsito que ele possui entre figuras de ponta do cenário artístico brazuca, contudo, não tem nada de usual.
Nos discos e no palco, Lula Ribeiro aparece sempre em boa companhia. Gente como Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Wander Lee, Pauliho Moska, uma constelação de muitas estrelas, enfim, não apenas assina diversas parcerias com o sergipano, como jamais recusa o convite para pegar um avião e se apresentar onde seja (quando os teatros estavam abertos ao prezado público, naturalmente), a fim de dividir os holofotes com o cantor. Aqui mesmo, em pleno fim de mundo, o Teatro Tobias Barreto já recebeu um bocado de artista graúdo graças ao convite de Lula.
Certa vez, encontrei o cantor no acanhado Aeroporto Santa Maria, na fila do check in. Pegamos o mesmo vôo, com destino a São Paulo. Lula carregava um livro fininho, a fim de se distrair enquanto a caravela de aço se debatia com as nuvens. Estiquei os olhos, mas não alcancei o título, nem o autor, que lhe faria companhia naquelas horas vazias. Uma pena. Sempre me interesso pelo que captura a atenção de gente interessante. E Lula Ribeiro, eu repito, com tantos amigos, deve ser gente boa pra caramba!