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Bolsonaro não é um bom cabo eleitoral em Sergipe


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Publicado em 19 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia


Obra da artista plástica Hortência Barreto

Pesquisa do instituto Genial/Quaest re
alizada entre 3 e 6 de novembro em
todos os estados brasileiros, divulgada no final de semana passado, fez uma avaliação da popularidade do governo Jair Bolsonaro em todos os estados brasileiros. Em alguns estados do Nordeste, a exemplo da Bahia, a administração federal é reprovada por mais de 60%. Em Sergipe, a reprovação também é elevada: 55% da população, contra 30% que consideram sua gestão regular; a aprovação é de apenas 15%.

Isso não quer dizer, no entanto, que Bolsonaro não venha a ter palanque no estado nas eleições de 2022. O deputado federal Laércio Oliveira (PP), o bolsonarista mais emplumado em Sergipe, trabalha para ser candidato a governador, desde que tenha o apoio do governador Belivaldo Chagas (PSD), que não se entusiasma com o seu nome. O candidato dos governistas deve sair mesmo entre o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD). O conselheiro do TCE Ulices Andrade, nome sempre lembrado, está afastado de eleições há mais de 10 anos, apesar de exercer influência suficiente para manter o mandato do seu filho Jeferson na Assembleia Legislativa.

Nas eleições presidenciais de 2018, Bolsonaro perdeu nos dois turnos para o candidato do PT, Fernando Haddad. No primeiro turno, Haddad obteve 50,09% (571.234 votos) contra 27,21% (310.310 votos) de Bolsonaro; no segundo a diferença aumentou ainda mais: Haddad conquistou 67,54% (759.061 votos) contra 32,46% (364.860 votos) de Bolsonaro. Em Aracaju, no primeiro turno, Bolsonaro venceu com 155.892 votos (52,76%) enquanto Fernando Haddad (PT) obteve 85.326 votos (28,42%). O resultado se inverteu no segundo turno, quando Haddad recebeu o apoio de partidários de todos os demais candidatos de centro-esquerda – Haddad 155.892 votos (52,76%) e Bolsonaro 139.603 (47,24%). Em 2022, com a provável candidatura do ex-presidente Lula, a diferença tende a aumentar.

Enquanto Bolsonaro estiver no poder, no entanto, terá o apoio da classe política sergipana, que sempre puxou o saco do presidente de plantão, desde os generais da ditadura, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e até Temer. Senador biônico na época da ditadura, Lourival Baptista costumava levar potes de sorvete da Cinelândia e queijadas de São Cristóvão para ministros e generais. Semana passada, o deputado federal Laércio Oliveira (PP) divulgou foto entregando uma sacola de amendoim cozido a ministra da Família, Damares Alves.

Hoje pode até não ter queijada e sorvete, mas Bolsonaro é paparicado pela bancada sergipana no Congresso com votos a favor de uma pauta contra o trabalhador, a exceção do senador Rogério Carvalho (PT) e o deputado João Daniel (PT), e agora do senador Alessandro Vieira (Cidadania), mesmo tendo sido eleito com o voto bolsonarista. Fábio Henrique (PDT) votou a favor da PEC do calote em primeiro turno, e acabou revendo o voto em segundo turno por pressão do partido. Mitidieri alterna votos contra e a favor do governo. Laércio Oliveira, Valdevan 90 (PSC), Fábio Reis (MDB) e Gustinho Ribeiro disputam para ver quem é o mais ligado ao presidente. A senadora Maria do Carmo (DEM) está sempre ao lado do governo, quem quer que seja. Na Assembleia Legislativa ocorre algo semelhante, e hoje, dos 24 deputados apenas os petistas Francisco Gualberto e Iran Barbosa se posicionam contra o presidente e foram os únicos a votar contra a concessão do título de cidadão sergipano.

A eleição estadual do próximo ano deverá ter dois candidatos competitivos: o senador Rogério Carvalho (PT) e o escolhido por Belivaldo. O senador Alessandro garante que o Cidadania apresentará um bom candidato, mas ele mesmo retirou o seu nome quando lançou a candidatura a presidente – hoje namora com o ex-juiz Sérgio Moro. O palanque mais forte em Sergipe será o de Lula, que também fortalece a candidatura de Rogério.

Os bolsonaristas em Sergipe terão papel secundário em 2022.

O PL com Bolsonaro
O deputado federal Bosco Costa, que participou da reunião com a direção nacional do PL, na condição de vice-presidente do partido em Sergipe, disse que uma das exigências para que o presidente Bolsonaro se filie ao partido é que a sigla tenha candidato próprio a governador em todos os estados, para que disponha de palanque em 2022.
Ele disse que o partido deve se reunir para deliberar sobre candidatura própria a governador ou buscar um partido para se aliar e que proporcione palanque para o presidente. “Sergipe não será empecilho para Bolsonaro”, afirmou. Costa defende que o candidato a governador seja o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, nunca testado além do próprio município.

Texto alternativo à PEC dos Precatórios
O Senado promove nesta segunda-feira (22), às 15h, sessão temática para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/2021, conhecida como PEC dos Precatórios. O debate faz parte do esforço dos senadores para chegar a uma solução de consenso que viabilize o pagamento do Auxílio Brasil, programa social sucessor do Bolsa Família, sem que haja adiamento do pagamento de precatórios ou alteração do teto de gastos, como temem os críticos do texto aprovado pela Câmara dos Deputados.

Para a sessão, o requerimento propõe as presenças de representantes da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal; do Ministério da Economia; e das consultorias de Orçamento do Senado e da Câmara dos Deputados. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou aditamento, aprovado pelo Plenário, incluindo na sessão Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Nos últimos dias, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que também é o relator da PEC, realizou uma série de reuniões com senadores para discutir possíveis aprimoramentos no texto a ser apreciado na Casa. Entre os interlocutores de Bezerra, estavam os senadores José Aníbal (PSDB-SP), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autores de PECs alternativas.

Há ainda outras emendas e propostas alternativas à PEC 23, entre elas mais uma PEC, a 42/2021, cujo primeiro signatário é o senador Rogério Carvalho. Ela exclui do teto de gastos R$ 50 bilhões, em 2022 e 2023, para o pagamento da renda básica. Insere, além disso, o direito a esse tipo de renda entre as garantias constitucionais.

Marcha da Consciência Negra
As ruas de cidades do Brasil e do exterior serão ocupadas mais uma vez, neste sábado (20), dia da Consciência Negra, contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). Até o momento já são 113 atos confirmados em 105 cidades. O #20NForaBolsonaroRacista une as pautas gerais da classe trabalhadora à luta antirracista. Em Aracaju, a manifestação será na praça da Abolição (Avenida Tiradentes, no fundo da Havan), bairro América, a partir das 15 horas.

Na convocação dos atos, os organizadores dizem que “as políticas econômica e social de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, são responsáveis pela situação de miséria, fome, e desemprego vivida pela população brasileira. A tragédia pela qual o país passa impacta de maneira ainda mais direta a população negra, unificando a luta pelas pautas da classe trabalhadora e as pautas urgentes de negros e negras”.

“A política de Bolsonaro é uma política de morte da população mais pobre e da população negra. Por isso quem quer uma sociedade mais justa, igualitária, quem acredita na vida, estará nas ruas conosco neste sábado, 20 de novembro, gritando Fora, Bolsonaro Racista”, convoca Anatalina Lourenço, secretária de Combate ao Racismo da CUT.

Reajuste pode sair
O governador Belivaldo Chagas (PSD) disse ontem, em entrevista à Aperipê, que mandou a equipe econômica fazer estudos sobre a possibilidade de o governo conceder reajuste salarial aos servidores no início do próximo ano. Há mais de 10 anos sem reajuste, os servidores públicos vem participando de reuniões da Mesa de Negociação recriada pelo governo do Estado.

Ele não quer antecipar uma decisão. “Só vamos falar sobre isso depois de dividir, multiplicar, somar, fazer todas as operações possíveis e imaginárias para ver o que pode ser concedido de aumento aos servidores, se um por cento, se dois por cento, se mil por cento, não sei. Só vou fazer aquilo que o estado tiver condições de fazer. Enquanto não fechar as contas de 2021 nada será decidido, mas algo deverá ser anunciado”, garantiu.

Anuário
O Grupo de Pesquisa em Análise de Dados Econômicos, vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), já disponibilizou a 3ª edição do Anuário Socioeconômico de Sergipe. Publicado a cada dois anos, o relatório traça um panorama de Sergipe através do desempenho da economia e das demandas sociais do estado e seus 75 municípios, visando contribuir como ferramenta para subsídio às ações dos setores público e privado. O endereço é http://cafecomdados.com/anuario/

O Anuário é organizado pelos professores de Economia da UFS, Wagner Nóbrega e Luiz Rogério de Camargos. A iniciativa conta com a parceria do economista do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Rodrigo Gois, além da participação de cinco bolsistas de iniciação científica, Alba Boaventura, Gregório de Oliveira, Hélder dos Martires, Jorge Alexandre de Paula e Thiago Coelho.

Busca por alunos
Para garantir a frequência dos estudantes nas escolas, a Prefeitura de Aracaju realiza um trabalho de busca ativa para localizar os alunos que não voltaram a frequentar a escola, mesmo após o retorno presencial. Na última quinta-feira, 18, a equipe municipal visitou os domicílios dos alunos na região do bairro Olaria. O trabalho é feito de porta em porta, abordando pais e responsáveis e questionando o motivo da ausência em sala de aula.

Com agências

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