Quarta, 24 De Abril De 2024
       
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Comunidade quilombola colhe o fruto do trabalho


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Publicado em 24 de junho de 2012
Por Jornal Do Dia


A ÁREA QUILOMBOLA JÁ FOI RECONHECIDA

Depois do reconhecimento e imissão de posse de suas terras, há pouco mais de um ano, a vida é outra para os quilombolas de Brejão dos Negros, encravadas numa bela porém ainda carente região próxima à foz do rio São Francisco, no município de Brejo Grande, norte de Sergipe.
Mesmo com todas as dificuldades ainda existentes, desde que passaram a ser os donos das suas terras, quando receberam o documento oficial de posse da Fazenda Batateiras pelo Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), em 1º de março de 2011, os quilombolas organizados plantam de tudo e já colhem os frutos do seu trabalho e da luta de muitos anos pelo reconhecimento e reintegração do seu território.
Na Batateiras, são 469 hectares agricultáveis, onde cerca de 50 famílias trabalham em regime de partilha comunitária, cada um com o seu espaço de plantio, onde escolhem o que vão plantar. No momento, a boa produção de mandioca, ou macaxeira, como preferem chamar, está pronta para ser colhida e comercializada, o que traz grande alegria para os produtores, mas também preocupação.

Terras férteis – Segundo o técnico agrícola Juvenal Patrício, que com o apoio do mandato da deputada estadual Ana Lúcia (PT) presta assessoria aos quilombolas, as terras são boas para o plantio de tubérculos, leguminosas e hortaliças. A boa produção da mandioca, alerta, deve ser colhida logo, antes que fortes chuvas caiam e possam comprometer a colheita.
Gilvan Pereira, quilombola, lembra dos tempos difíceis em  Batateiras. "Era tudo na mão dos fazendeiros da região. Eles tinham as terras, que viviam abandonadas, sem produzir nada, a não ser coco, e as pessoas não podiam plantar o que queriam. Melhorou cem por cento. Agora podemos plantar e criar animais dentro do que é nosso, sem medo de ninguém. É uma alegria só ver as pessoas trabalhando pra si, não para os outros".
Risalva dos Santos, também quilombola, há 27 anos na região, não gosta muito de relembrar do passado. "Foi muito sofrimento. É melhor nem lembrar", diz. Ela prefere falar da vida a partir de março de 2011, quando a comunidade conquistou a titulação sobre a Fazenda Batateiras. "Aí a vida começou a melhorar de verdade. Só não estamos melhor porque falta a nossa casa de farinha e encontrar um bom comprador. Mas a vida é outra", faz questão de pontuar com um sorriso, mesmo que tímido.
José Francisco Possidônio dos Santos, o Chicão, 42 anos, é uma felicidade só. Natural da Resina, ele comemora a boa produção de arroz e a nova realidade vivida pela comunidade. "Essa é a maior riqueza que nós temos, a nossa terra. Antes a gente era muito massacrado, humilhado. Agora é uma felicidade só. Agora nós podemos viver em paz".

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