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Huse: advogado vai pedir liberdade de PMs


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Publicado em 03 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
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A defesa do tenente da Polícia Militar Genilson Alves de Souza e do soldado PM Jean Alves de Souza, acusados de participação na Chacina do Huse, em 27 de abril deste ano, vai pedir que o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) conceda a liberdade aos réus, da mesma maneira que aconteceu aos outros dois réus do processo, o guarda municipal Ginaldo Alves de Souza e o agente socioeducativo Ralph Souza Monteiro. Desde o dia seguinte à chacina, Genilson e Jean estão detidos no Presídio Militar de Aracaju. Já Ralph e Ginaldo, então presos em flagrante no dia da chacina, foram libertados no dia 25, por força de um habeas-corpus concedido pela Câmara Criminal do TJSE.
O pedido de liberdade dos PMs foi impetrado no TJSE pelo advogado Renilson Félix, dias antes da instrução do processo judicial que apura o caso, a tramitar na 8ª Vara Criminal de Aracaju. O juiz responsável, Guilherme Diamantino Weber, dividiu a instrução em quatro audiências, marcadas para os dias 11, 12, 18 e 19 deste mês, todas no Fórum Gumercindo Bessa, no bairro Capucho (zona oeste). Nestes dias, serão ouvidas as testemunhas arroladas pelas bancas de acusação e defesa, incluindo 11 policiais militares envolvidos diretamente na ocorrência, funcionários do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), pacientes e familiares dos envolvidos. Os réus também serão interrogados.
Ginaldo, Genilson, Jean (que são irmãos) e Ralph (sobrinho dos PMs) foram denunciados pelo Ministério Público como autores dos três assassinatos ocorridos dentro do pronto socorro do Huse, no Capucho. Adalberto Santos Silva, 20 anos, Cledson Silva Santos, 21, e Márcio Alberto Silva Santos, 33, foram mortos a tiros enquanto aguardavam atendimento e foram apontados pelos acusados como participantes de outro tiroteio ocorrido na Avenida Santa Gleide, bairro São Carlos (zona norte), onde morreu o padeiro Jailson Alves de Souza, 32, irmão dos réus.
Ontem, em entrevista à Rádio Liberdade AM, Renilson Félix afirmou estar convicto de que seus clientes serão absolvidos e que, para isso, vai sustentar as teses de legítima defesa e da ligação entre a Chacina do Huse e o tiroteio da Santa Gleide, no qual os três pacientes mortos teriam participado. "Comprovados os fatos que foram delineados dentro do inquérito policial, de que houve o tiroteio (dentro do hospital) e de que as pessoas envolvidas no fato do hospital são as mesmas pessoas que participaram do outro tiroteio que vitimou o padeiro, eu não tenho dúvidas de que a juíza se sensibilizará com a defesa técnica que nós faremos. Vamos pedir a absolvição dos acusados", garantiu.
De acordo com o advogado, esta tese será demonstrada durante as audiências de instrução, nas quais a defesa também vai demonstrar que "colabora em todo momento com o processo, como queria colaborar na reconstituição do crime". A referência é à reprodução simulada da chacina, que chegou a ser marcada para o dia 15 de junho, mas acabou suspensa a pedido do Ministério Público, por entender que a atividade prejudicaria o atendimento à população no Huse. "Deveria acontecer a reconstituição, porque ela mostraria realmente o que aconteceu naquele dia", argumentou Félix, destacando que a perícia do Instituto de Criminalística não detectou nenhum disparo feito na pistola pertencente ao tenente Genilson, apreendida no sábado seguinte ao crime.
O advogado citou também que depois do confronto na avenida, no qual Ralph conseguiu balear três homens, todos foram levados para o Huse, onde a morte de Jailson foi comunicada aos familiares. Isso teria acontecendo quase no mesmo momento em que o agente teria reconhecido os participantes do tiroteio. "Pergunto em sã consciência: qual a família que vê naquele momento a pessoa querida com o corpo inerte, perdendo a vida? Eu não tenho hombridade ou dignidade de criticar os policiais, porque acho que faria a mesma coisa naquele momento", disse Renilson.
O defensor alega ainda que a imprensa teria "se equivocado" ao informar, no dia da chacina, que os três homens mortos seriam inocentes. "Posteriormente, se detectou que os três pacientes que vieram a óbito estavam entre os seis homens que participaram do assassinato lá na Santa Gleide. A defesa provou tudo isso no julgamento do primeiro habeas-corpus e, o Tribunal, por unanimidade, soltou os dois (Ginaldo e Ralph). Por isso, nós requeremos o outro habeas-corpus", justifica Félix.
A Justiça aguarda o termino da instrução do processo para decidir se os quatro réus serão ou não mandados para júri popular. Eles são processados por homicídio qualificado e, pela soma das três mortes, cada um poderá ser condenado a até 90 anos de prisão.

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