Terça, 16 De Abril De 2024
       
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Novo Anuário mostra que economia sergipana também perde produtividade


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Publicado em 26 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia


Pintura de Vinicius Tavares

O caminho para uma solução estrutural de crescimento com maior equidade para a economia sergipana passa pela produtividade. A estrutura produtiva sergipana dá sinais de ultrapassada, perdendo competitividade e terreno para os demais estados nordestinos, que não estão entre os mais competitivos do país. Todos os setores e boa parte dos subsetores chave confirmam ou dão sinais de esgotamento no fomento à economia.

Esta é uma das principais conclusões da 3ª edição do Anuário Socioeconômico de Sergipe, já disponibilizado gratuitamente pelo Grupo de Pesquisa em Análise de Dados Econômicos, vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Publicado a cada dois anos, o relatório traça um panorama de Sergipe através do desempenho da economia e das demandas sociais do estado e seus 75 municípios, visando contribuir como ferramenta para subsídio às ações dos setores público e privado. O endereço é http://cafecomdados.com/anuario/

O Anuário é organizado pelos professores de Economia da UFS, Wagner Nóbrega e Luiz Rogério de Camargos. A iniciativa conta com a parceria do economista do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Rodrigo Gois, além da participação de cinco bolsistas de iniciação científica, Alba Boaventura, Gregório de Oliveira, Hélder dos Martires, Jorge Alexandre de Paula e Thiago Coelho.

Na apresentação do novo Anuário, os organizadores mostram que nos Anuários anteriores (2017 e 2019), chamou-se a atenção que o que está prostando a economia sergipana, ao contrário das avaliações oficiais e outras mais divulgadas, não deve ser atribuído meramente, nem predominantemente, a causas externas. Algumas observações dos autores:

“No primeiro Anuário, destacamos a inépcia e falta de intervenção para paralisar a depressão que então estava se iniciando, de forma particular em Sergipe, por ser de maior intensidade do que em muitos estratos geográficos comparados.

De efeitos concentradores de emprego e renda, a crise já teria tido desdobramentos que fragilizavam o tecido social, o que era evidenciado com a piora de vários indicadores sociais, muitos dos quais reveladores de fossos estruturais, como no caso da educação.

O segundo Anuário apontou para a endogeneidade da causa dos problemas que emergiram com a crise e a depressão econômica.

Mostrou-se que mais do que de efeitos passageiros, o que estava em andamento era o efeito arrasto de desinvestimentos.

Enquanto se apostava na usina termelétrica, na possível prospecção de petróleo em área profundas e no restabelecimento do patamar de geração de energia elétrica por parte da Chesf, o segundo Anuário apontava que esse otimismo trilharia o mesmo caminho que nos trouxe à crise atual e não nos levaria a algo diferente de uma nova.

Esse caminho foi construído ao aceitar-se, no passado, investimentos de empresas específicas que impulsionaram a economia, numa estrutura econômica, porém, pouco agregadora, pouco interligada internamente, pouco integrada externamente e tradicional produtivamente. Nesse ambiente, investimentos seguidos de desinvestimentos no médio prazo, impuseram custos às gerações seguintes, da forma como estamos vivendo agora”.

Ainda na apresentação, os organizadores mostram que o crescimento com maior equidade para a economia sergipana passa pela produtividade:

“Na indústria, a extrativa há muito reduz sua produtividade e, com ela, sua contribuição ao PIB. Há menos tempo, a indústria de transformação, já de baixa produtividade, desde 2017 se coloca em inferioridade entre as menos dinâmicas do Brasil.

O subsetor serviços e também o comércio, de excelência regional de produtividade – embora o Nordeste tenha os níveis mais baixos do país – em menos de dez anos foram ultrapassados por pelo menos um outro estado nordestino e rapidamente vêm se aproximar os demais.

A agropecuária – praticamente sem papel no desenho do modelo produtivo atual – amarga péssimo desempenho de produtividade. Subsetores há que, com incentivo, podem melhorar no curto prazo o desempenho da economia. Para outros, inclusive os de baixa produtividade, podem ser dirigidas políticas com efeitos de médio e longo prazo que mudem a estrutura produtiva do estado e lhe dê não só sobrevida, mas vida longa”.

A inclusão do item Produtividade é a grande novidade do Anuário 2021, como deixou claro o professor Luiz Rogério de Camargos em debate recente na Assembleia Legislativa. “Na produtividade a gente pode comparar a competência do Estado em relação aos demais Estados. Como conclusão, a gente observa que Sergipe, em relação aos demais Estados, inclusive aos do Nordeste, está bastante aquém. É uma situação bastante complicada e a gente precisa buscar entender quais as razões disso e analisar as questões centrais”.

No mesmo debate, o professor Wagner Nóbrega reforçou: “A nossa proposta é que existam soluções direcionadas à estrutura produtiva de Sergipe. Há setores que se mostraram competitivos, e que vislumbram uma possível retomada da economia sergipana, como os setores de informação e comunicação, de turismo, alimentação, comércio e serviços”.

Nas próximas edições, a coluna continuará mostrando análises expressas na 3ª edição do Anuário Socioeconômico de Sergipe.

A força das emendas parlamentares
Análise do jornalista Sylvio Costa em seu blog no site do Congresso em Foco destrincha o peso das emendas parlamentares para a economia nacional. As emendas parlamentares previstas no Orçamento Geral da União em 2022 somam R$ 33,837 bilhões, ou R$ 56,96 milhões em recursos para que cada congressista invista em seus estados e redutos eleitorais.

Sylvio Costa mostra que 63% dos mais de 5 mil municípios brasileiros (3.244 municípios) possuem orçamentos anuais inferiores a média do que cada parlamentar dispõe em recursos de emendas.

Não é à toa a força dos parlamentares junto a prefeitos, lideranças políticas e dirigentes de entidades que prestam serviços públicos. Em suas redes sociais, o deputado Fábio Reis (MDB), membro do Centrão, anunciou na quarta-feira (24), que para 2022 já estão garantidos recursos de emendas de sua autoria no valor de R$ 23.171.857, apenas para a área da saúde.

PL não se coligará com partidos de esquerda
Em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, na quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que acertou com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que o partido não fará coligação com partidos de esquerda nos estados.

Bolsonaro deve se filiar ao partido na próxima terça-feira (30). “Foi acertado aqui [com Valdemar], não haverá qualquer coligação com partido de esquerda nos estados, isso está definitivamente acertado”, disse o presidente

Segundo o jornal FSP, a legenda já tinha acordo em estados do Nordeste com legendas de esquerda, em especial com o PT. Em Sergipe, apesar de presidido por Edvan Amorim, o partido nunca deixou de ter proximidade com o bloco que está no poder desde 2006, quando Marcelo Déda foi eleito governador.

Na segunda-feira (22), o senador Rogério Carvalho, pré-candidato do PT ao governo do estado, se reuniu com prefeitos e lideranças políticas do agreste e do sertão, em Itabaiana. O evento, intitulado “Sergipe pode mais”, contou com as presenças do prefeito Adailton Souza (PL), do ex-prefeito Valmir de Francisquinho (PL) e do deputado estadual Talysson de Valmir (PL). Entre os prefeitos presentes, Cristiano Viana (Simão Dias-PSB), Fábio Costa (Arauá-SD), Assisinho (Malhador-PL), José Carivaldo (Macambira-PP), Gilberto Maynard (Maruim-PT), Júnior de Aminthas (Itabi-DEM), Sandro de Jesus (Cristinápolis-PT), Rogério Sobral (Ribeirópolis-PL) e Célio de Zequinha (Neópolis-PL).

Mesmo não tendo sido testado nas urnas fora do eleitorado de Itabaiana, Valmir vem sendo cortejado por todos os pré-candidatos a governador. O PT teria oferecido vaga na chapa majoritária – vice-governador ou senador.

Edvaldo ocupa espaços
Enquanto o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) avança sobre prefeitos e lideranças políticas com o objetivo de forçar a sua indicação como candidato governista à sucessão estadual no próximo ano, o governador Belivaldo Chagas (PSD) continua disposto a tratar sobre o assunto somente depois do Carnaval. Ele acha que nenhuma pesquisa realizada hoje estaria de pé no período das convenções partidárias, prevista para o mês de julho.

Na quinta-feira, durante abertura da reunião da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que ocorreu em Aracaju, Edvaldo reuniu em torno de si, além dos gestores de municípios de médio e grande porte de outros estados, diversos prefeitos sergipanos, como os de Propriá, Nossa Senhora do Socorro, Tobias Barreto, Itabaiana, Lagarto, Pedra Mole, Simão Dias, Canhoba, Macambira, Santo Amaro das Brotas, Malhador, Riachão do Dantas, Estância, Aquidabã, Japaratuba e Pirambu. Uma ausência de peso, no entanto, foi notada e muito comentada: Belivaldo Chagas.

O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), outro pretendente, ganhou do presidente nacional do seu partido, Gilberto Kassab, durante um encontro para discutir a agenda política de 2022, uma veemente defesa da sua candidatura a governador. Pesa o fato de Fábio e Belivaldo dividirem o comando da legenda.

O bolsonarista Laércio Oliveira (PP), que busca a indicação, também não está parado. Segue levando benesses para entidades e municípios se utilizando de emendas ao Orçamento da União e da estrutura do Sistema Sesc/Senac.

Desaprovação de Bolsonaro
A desaprovação a Jair Bolsonaro é maior no Sudeste e Nordeste do que em outras regiões do país, aponta pesquisa Exame/Ideia. De acordo com o estudo, 66% dos eleitores nordestinos desaprovam a atual gestão do chefe do Executivo Federal. No levantamento anterior, realizado em janeiro, este índice era de 40%. No Sudeste, a reprovação alcança 54%, ante 35% da pesquisa anterior.

As duas regiões concentram cerca de 150 milhões de habitantes, quase 70% da população do país, são consideradas essenciais no jogo eleitoral de 2022, que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente de todas as pesquisas sobre o pleito presidencial de 2022. (247)

Com agências

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