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Saúmíneo já tem planos para a Sedetec


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Publicado em 29 de maio de 2012
Por Jornal Do Dia


Chico Freire
[email protected]

Em entrevista ao Jornal do Dia, o presidente do Banese e futuro secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Saumineo Nascimento, fala do seu mais novo desafio e impacto que vai gerar ao Estado o projeto Carnalita, formalizado na semana passada entre a Petrobras e a Vale, com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Confira a íntegra da entrevista:

Jornal do Dia – Por estar no comando de um banco que também fomenta o desenvolvimento do Estado, o senhor já acompanhava as ações realizadas pela Sedetec?
Saumineo Nascimento – Sim, sempre tenho procurando acompanhar os acontecimentos econômicos nas diversas esferas (global, nacional e local) e, no caso específico da Sedetec, na condição de presidente do Banese participava do Conselho de Desenvolvimento Industrial.

JD – Dentro das políticas de desenvolvimento econômico e de apoio à pesquisa, qual a sua avaliação do que vinha sendo praticado até o momento em Sergipe? Haverá mudanças radicais nessas políticas sob o seu comando?
Saumineo – Dentro da estrutura da Sedetec, tem-se a FAPITEC (Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe), cuja missão é fomentar a pesquisa e inovação, divulgando o conhecimento em ciência e tecnologia, de forma a contribuir para o desenvolvimento do Estado; ainda sob a Sedetec tem-se o SergipeTec – Sergipe Parque tecnológico que tem a missão de promover o empreendedorismo, visando a inovação, a competitividade e a geração do conhecimento, trabalho e renda, através de: indução de sinergia entre empresas, governo, academia e organizações de suporte e fomento; fornecimento de serviços de valor agregado; qualificação contínua do território.
Necessitarei levantar in loco com seus gestores a situação atual de atuação, principais programas e projetos para que eu possa definir as linhas estratégicas de atuação com busca de sinergias com o Ministério da Ciência e Tecnologia e as agências, a exemplo da FINEP e do CNPQ e também demais instituições relacionadas com o tema, possam agregar. Lembro também da importante atuação do ITPS, que também será inserido na discussão, a minha linha de atuação será de forma colegiada com os dirigentes de todas as empresas vinculadas à pasta.

JD – Qual a sua avaliação do impacto dos investimentos previstos pela Vale no projeto Carnalita em relação a economia sergipana?
Saumineo – Muito positivo, são investimentos no montante de US$ 4 bilhões e, quando entrar em operação, o Projeto Carnalita será a maior planta de potássio do país. Em seu primeiro estágio, a previsão é de adicionar um volume de 1,2 milhão de toneladas por ano à produção de potássio em Sergipe. Num segundo estágio, a produção chegará a 2,4 milhões de toneladas por ano. Então a minha avaliação é de que será um grande marco do processo de consolidação de Sergipe na economia mineral.  Da minha parte irei procurar no que couber à Sedetec acompanhar e apoiar para que tenhamos pleno êxito neste projeto.

JD – A Sedetec é composta por quatro vinculadas (Jucese, Fapitec, ITPS e Codise) e uma parceira (SergipeTec). Esse pode ser considerado o maior desafio em sua carreira?
Saumineo – Sim, cada etapa tem sido um desafio maior, assim foi quando assumi a Superintendência Estadual do Banco do Nordeste em Sergipe, depois uma Diretoria na Sudene em Recife-PE e por último a Presidência do Banese. Mas gosto de desafios e darei o melhor para que possa fazer um trabalho de êxito em prol do povo sergipano e de acordo com as orientações estratégicas do governador Marcelo Déda, a quem tenho grande gratidão pela confiança.

JD – O que o setor produtivo e os agentes econômicos que operam em Sergipe podem esperar da sua atuação à frente da Sedetec?
Saumineo – Pretendo construir um ambiente institucional para o debate e a concepção de propostas que possam acelerar o desenvolvimento econômico de Sergipe. Buscarei ouvir as classes empresariais, suas demandas, suas perspectivas e buscarei uma articulação em nível nacional que potencialize a competitividade do setor produtivo sergipano.

JD – A Sedetec é uma Secretaria de fomento, mas ao mesmo tempo não deixa de ser uma secretaria política, diferente do Banese. Como o senhor vai lidar com essa nova realidade?
Saumineo – Sou um técnico e pertenço ao grupamento do governador Marcelo Déda, sempre à disposição para quaisquer desafios e, para quem não sabe, não possuo filiação partidária. A minha condução sempre será técnica na perspectiva de melhoria da nossa sociedade, dentro de eixos que possibilitem o desenvolvimento sustentável da economia sergipana. Buscarei lidar com a nova realidade da melhor forma possível para o bem de todos, difundindo e incentivando o acesso aos instrumentos existentes de apoio ao setor empresarial.

JD – Muitas empresas para se instalarem no estado tem isenção de impostos por um certo período. Como o senhor vai trabalhar com essas empresas que estão com os seus prazos se esgotando e ameaçam deixar o estado quando não conseguem a renovação das isenções?
Saumineo – Devemos lembrar que além dos incentivos fiscais locais, existem os incentivos federais e estes eu conheço pela minha passagem pela Sudene, também existem outros incentivos federais que devem ser difundidos aos empresários. Registre-se que em Sergipe temos muitas vantagens comparativas que o torna atrativo.  Buscaremos um diálogo franco e transparente sobre a realidade de cada um.

JD – Muitos estados chegam a oferecer além de isenções infraestrutura para conseguir a instalação de indústrias. Sergipe está preparado para assa concorrência?
Saumineo – Este é um assunto que iremos avaliar, mas acredito como já comentei na questão da competitividade de Sergipe para a atração de investimentos. Registro que a atração de empreendimentos em muitos casos depende das vocações locacionais, mas sempre é possível a discussão da situação do adensamento de cadeias produtivas/atração de elos de maior valor agregado e, sem perder de vista a redução dos impactos ambientais e a geração e sustentação de emprego, renda e também arrecadação.

JD – O senhor é defensor da isenção de impostos para a instalação de indústrias no estado, ou acha que essa é uma briga que só favorece os estados mais ricos?
Saumineo – Eu acredito nas demandas e diagnósticos que o Setor Privado vem produzindo, através de suas federações (Indústria, Comércio e Serviços e Agricultura), numa perspectiva de construção de uma política estadual de desenvolvimento produtivo. A concepção conceitual tradicional sempre trabalhou com as questões tributárias e fiscais (pacto federativo com eliminação da guerra fiscal) e crédito, financiamento e incentivos locacionais.
As demandas dos diagnósticos das representações do setor privado apontam para uma nova geração de incentivos que buscam, os seguintes pontos: fortalecimento das ações na área de Ciência Tecnologia e Inovação e possuem como instrumentos as Fundações de Apoio a Pesquisa; os programas específicos de desenvolvimento regional; o suporte tecnológico a cadeias produtivas e APLs, os serviços de apoio às empresas nos distritos industriais; a ampliação da interação Universidade e Indústria; os investimentos em infraestrutura e logística; novas políticas estaduais de apoio às exportações e políticas de uso do poder de compra público e privado.
Quero registrar que tudo que abordei ainda são impressões preliminares, depois de absorver e analisar o perfil completo da pasta montarei o mosaico de atuação dentro destas concepções que apresentei. Queremos o setor produtivo sempre como um fundamental parceiro da nossa atuação.

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