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Golpe consolidado


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Publicado em 11 de janeiro de 2017
Por Jornal Do Dia


Golpe consolidado

 

Gilson Sousa

 

Tem razão o governador Jackson Barreto (PMDB) quando diz em alto e bom som que a saída de Saumínio Nascimento da superintendência do Banco do Nordeste em Sergipe “tem a influência política direta do senador Eduardo Amorim que deseja trazer para Sergipe Antônio César de Santana, para ocupar o lugar de Saumínio”. Em sua queixa, Jackson disse que se trata da consolidação de um golpe que o irmão do senador, o empresário Edvan Amorim, realizou no Banco do Nordeste de Minas Gerais e que tenta agora trazer o problema para a agência do Banco do Nordeste em Itabaiana e resolvê-lo com a complacência do superintendente indicado pelo irmão. Uma jogada de mestre.

"Em 2014, Edvan Amorim pegou R$ 100 milhões emprestados no Banco do Nordeste em Minas Gerais pra comprar bois. Nunca comprou boi nenhum. Usou esse dinheiro na campanha de Eduardo Amorim para governador. Perdeu a eleição e agora não tem como pagar. Alega falência e quer se beneficiar de um perdão que o Governo Federal deu àqueles que tomaram empréstimos no Nordeste e perderam tudo com a seca. Uma malandragem digna de Al Capone”, denunciou JB.

Há tempos, o Jornal do Dia, através da coluna Tribuna, do jornalista Gilvan Manoel, vem trazendo à luz essa manobra ardilosa. Em junho de 2015, o Banco do Nordeste, através dos advogados Plínio Rebouças de Moura e Camila Almeida Lima, havia impetrado agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça de Sergipe, pedindo a urgente suspensão do acordo de recuperação judicial homologado pelo Juízo da 1ª Vara Cível de Itabaiana, favorecendo as empresas de Edvan Amorim (Agro Industrial e Comércio Ltda, Fazenda Sisan Ltda, Fazendas Reunidas do Nordeste e Sisan Agropecuária e Terraplenagem e Ltda). Esse acordo de recuperação judicial havia sido feito à revelia do credor, no caso o Banco do Nordeste.

O banco questionava a competência do Juízo de Itabaiana/SE para decidir a questão, frisando que o crédito alcançou a cifra de R$ 110.154.557,00, e enumera as razões: os principais estabelecimentos das empresas situam-se no distrito de Matias Cardoso, comarca de Manga/MG; as operações de crédito foram celebradas perante a agência Janaúba/MG; os créditos foram aplicados (inversões) nos empreendimentos localizados no Distrito de Matias Cardoso, comarca de Manga/MG; o cumprimento das obrigações deverá ser realizado perante a agência Janaúba/MG; as principais garantias das cédulas são os imóveis localizados no distrito de Matias Cardoso, na circunscrição da agência Janaúba/MG.

Por conta dessas razões, o Banco do Nordeste apontava um "atropelamento processual e o risco evidente de graves prejuízos ao banco, pois, no juízo absolutamente incompetente, foi concedida uma recuperação judicial consubstanciada em um plano de recuperação que previa, dentre outros benefícios aos devedores: abatimento de 85% da dívida do BNB; parcelamento do valor restante (15%) em 30 anos; proibição de execução dos coobrigados; exclusão dos nomes dos devedores de órgãos cadastrais; baixa de garantias hipotecárias". Ou seja, um benefício e tanto para os Amorim amortizarem a dívida com o banco, ou até mesmo esquecê-la.

“Ele tentou trazer a operação do empréstimo de Minas Gerais para Itabaiana para facilitar seu intento, mas foi barrado pelo Tribunal de Justiça a pedido do Banco do Nordeste daqui. Agora encontrou essa saída de mudar o superintendente para resolver seus problemas", acusou o governador Jackson Barreto. "O senador Eduardo Amorim falando parece um santo, mas ele é o maior beneficiário dos diversos golpes do irmão. Ele usa seu mandato para acobertá-lo, pois se beneficia de todas as malandragens. Tenta o senador agora consolidar o golpe com a transferência de Saumínio".

Em síntese, segundo a ação, as empresas de Edivan Amorim, que deviam mais de R$ 110 milhões ao BNB, poderiam ter sido premiadas naquele acordo judicial feito em Itabaiana, sem a anuência do credor, com um desconto de R$ 93,5 milhões da dívida e um prazo de 30 anos para pagar os R$ 16,5 milhões restantes. Fosse assim, isso não seria um acordo, mas um verdadeiro presente.

Boca fechada

Só lembrando: esse assunto da transação bancária/judicial chegou a ter divulgação proibida, em função das inúmeras ações judiciais movidas pelo grupo dos irmãos Amorim junto ao TRE na época da eleição estadual de 2014. Mesmo assim, é claro, Eduardo Amorim perdeu a eleição de governador para Jackson Barreto com uma boa diferença de votos, mais de 140 mil.

 

Por que? Por que?

"Por que tirar um executivo que tanto ajuda o desenvolvimento de Sergipe? É para trazer alguém que aceite calado a transferência do processo do empréstimo de R$ 100 milhões que tomou no Banco do Nordeste de Minas Gerais e não pagou? Achou pouco as carretas com os laranjas? Achou pouco as propriedades em nome de laranjas? Achou pouco o escândalo do Banestado no Paraná onde Edvan Amorim foi condenado pela Justiça? O povo de bem de Sergipe precisa se unir e não aceitar esse golpe". Foi Jackson quem disse.

 

Briga antiga

Desde a época em que ainda era um governador em exercício, em outubro de 2013, Jackson Barreto (PMDB) já se estranhava bastante com os irmãos Amorim. O empréstimo do Proinveste foi um combustível forte nesta celeuma. "Edvan é analfabeto. Não vou responder a ele, porque não temos nada a temer. Na hora que tiver de comprovar sobre o dinheiro do Proinveste vou mostrar que está intacto", disse JB à colunista Rita Oliveira.

Briga antiga I

 

Na mesma época, Jackson também atacou os Amorim por serem contra o programa Mais Médicos, um dos maiores sucessos do plano social do governo petista. "Edvan, você não me engana. Quer é tirar o irmão Eduardo Amorim do foco da discussão, do crime que cometeu contra o Mais Médicos, que levará médicos para o povo pobre do país. Eduardo Amorim pisou na bola ao querer tirar dos pobres o direito de ter médicos, pois é a população pobre que precisa do Mais Médicos. O povo pobre de Sergipe não vai lhe perdoar". Caso sério.

 

Encontro de Laranjeiras

Mesmo com sérios problemas financeiros, ameaçado de não acontecer, sem os shows da praça, com apenas 10% do recurso necessário no orçamento, o XLII Encontro Cultural de Laranjeiras irá acontecer esse ano. Com o tema “Cantoria: da Viola ao Cordel” o Simpósio abre amanhã, dia 12, a programação a partir das 9 horas, com discussões voltadas para a arte do cordel. O evento irá reunir pesquisadores e agentes culturais de várias partes do país para debater sobre as manifestações culturais verificando questões históricas, tendências e políticas públicas que as cercam. Em Laranjeiras serão apresentados trabalhos com os seguintes eixos temáticos: Pesquisa e produção da literatura de cordel; Cantorias e suas modalidades; Práticas festivas tradicionais e contemporâneas; Memória, espaços e tempos da cultura popular; e Gestão, patrimônio e políticas de cultura.

 

Risco na Chesf

Após participar de reuniões em Aracaju com trabalhadores do setor eletricitário, o deputado federal João Daniel (PT) se comprometeu a articular em Brasília uma Frente Parlamentar em defesa das estatais, em especial a Chesf, além de se colocar à disposição destes trabalhadores. Segundo ele, a categoria está bastante preocupada com a política do atual governo de retomada das privatizações das estatais. A Chesf é uma das empresas foco. Na segunda-feira, o deputado participou de assembleia do Sindicato dos Eletricitários de Sergipe (Sinergia) com os trabalhadores da Chesf e na última sexta esteve reunido com a direção sindical debatendo essa questão.

Desbloqueio

Edvaldo Nogueira (PCdoB), prefeito de Aracaju, conseguiu ontem junto ao Tribunal de Contas do Estado a liberação das contas da PMA. Isso porque ontem também ele garantiu a conclusão do pagamento da folha referente ao décimo terceiro dos servidores municipais. Com isso, o presidente do TCE, conselheiro Clóvis Barbosa, e o conselheiro Ulices Andrade decidiram desbloquear as contas da Prefeitura de Aracaju. Eles receberam em audiência o prefeito Edvaldo e o secretário Municipal da Fazenda, Jeferson Passos, quando o gestor apresentou documento protocolado solicitando o desbloqueio das referidas contas.

 

Bolso cheio

 

Os novos vereadores de Aracaju irão embolsar no final deste mês, cada um, R$ 18.991,68 de salários, seguramente um dos mais elevados do país para esta categoria de político. Como já havia dito ao Jornal do Dia, o presidente da Câmara, Nitinho Vitale (PSD), não sabe quando discutirá com os colegas o Requerimento do vereador Iran Barbosa (PT), que pede revogação do aumento concedido no ano passado. Ontem ele voltou a confirmar ao Portal Infonet que antes de qualquer iniciativa, reunirá todos os vereadores para discutir a questão. Ele não revelou a data, mas informou que marcará a reunião em breve para tratar desta questão e também de outros assuntos.

 

Requerimento

Bom lembrar que no final do ano passado, após grande polêmica na imprensa por conta do reajuste sacramentado em junho e que ninguém repercutiu, o vereador petista Iran Barbosa apresentou requerimento propondo a revogação do aumento dos salários dos vereadores. Na ocasião, passou de cerca de R$ 15 mil para quase R$ 19 mil/mês. Até hoje a proposta de Iran não foi colocada em pauta para votação em plenário. Ele até havia ingressado com a ação judicial e a juíza Simone Fraga, da 3ª Vara Cível, determinou que a então Mesa Diretora da Câmara, comandada por Vinícius Porto (DEM), desse tramitação ao requerimento. Deu nada.

 

FRASE

 

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir"

Honoré de Balzac

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