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Governador acusa Laércio por ataque empresarial
Publicado em 15 de maio de 2020
Por Jornal Do Dia
O governador Belivaldo Chagas durante reunião com o deputado Laércio Oliveira e o secretário de Desenvolvimento, José Augusto de Carvalho. Vão romper?
Governador acusa
Laércio por ataque empresarial
O governador Belivaldo Chagas respon- sabilizou ontem o ‘todo poderoso’ depu- tado Laércio Oliveira (PP), presidente da Federação do Comércio do Estado, pela Carta Aberta aos Sergipanos divulgada na quarta-feira por 19 entidades empresariais do estado, cobrando do governo um plano de retomada da atividade econômica, e criticando a ausência de justificativas adequadas para o fechamento das atividades de comércio e serviços, além da ausência de um plano de combate ao coronavírus.
Em entrevista por telefone à FanFM, logo cedo, o governador lembrou que Laércio Oliveira controla a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e conhece muito bem as ações do governo contra a covid-19. "A carta foi irresponsável. Eles não estão preocupados em salvar vidas. São Paulo apresentou um plano de recuperação econômica e recuou. Estamos em fase de crescimento contínuo do número de casos, não sou irresponsável. O foco principal agora é garantir leitos e atendimento a todos, não quero ver gente morrendo. Portanto eu repudio esta carta. Contesto e não concordo", disse Belivaldo.
No início da tarde, o governo do estado divulgou nota oficial rebatendo todos os pontos da carta dos empresários. Os principais pontos são:
"Não é verdade que não existe um plano estruturado para combater a Covid-19 que proteja a saúde das pessoas. Esse plano existe e teve construção antes mesmo do registro de primeiro caso no estado, prova é a ampliação de novos leitos de UTI e de enfermaria, dos protocolos e da regulação que foram implementados para atender os casos provenientes do coronavírus. Não é verdade que o isolamento social não tem surtido efeito. Caso as medidas de isolamento não fossem tomadas pelo Governo do Estado no início da pandemia, Sergipe estaria com números de infectados e hospitalizados muito mais alarmantes do que os atuais.
O que a carta aberta dos empresários chama de recuo de abertura de alguns setores sem justificativa técnica, por parte do Governo do Estado, aconteceu exatamente o contrário.
O Governo, de forma responsável, estava preparando uma abertura ainda maior contendo outras atividades, além das que já estão abertas atualmente, mas devido à orientação dada por cientistas da Universidade Federal de Sergipe, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, e cientistas de renome internacional, o governador decidiu, por bem, acatar a orientação da ciência, algo que ele vem fazendo desde o início dessa crise. O governador sempre disse que caso fosse preciso recuar nas medidas para preservar vidas, faria sem problemas.
Desde o início da pandemia, o Governo do Estado vem realizando estudos para permitir que uma série de setores estejam com suas portas abertas nas diversas áreas, a exemplo de lojas de produtos essenciais (supermercados, atacadistas, farmácias, açougues, postos de gasolina), lojas específicas em ruas (óticas, oficinas, material de construção, auto peças), hotéis, pousadas, escritórios de contabilidade e advocacia, construção civil, indústria, atividades agrícolas, incluindo as feiras para dar escoamento à produção rural, entre outras atividades, que foram amplamente divulgadas.
O Governo do Estado informa que todo o setor de Desenvolvimento Econômico da administração pública estadual é comandado por representante do setor produtivo que indicou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, e os presidentes e corpo técnico de empresas coligadas, a exemplo da Codise, Sergipetec.
Além disso, repudia a forma como a carta coloca essa questão como se houvesse irresponsabilidade e incompetência nessa gestão.Com relação à retomada e abertura das diversas atividades econômicas em nosso estado, o Governo do Estado possui uma estratégia, mas entende que neste momento de crescimento da curva de novos casos de contaminação e óbitos, não é adequado sua divulgação e lançamento."
Respiradores
A nota do governo também faz referência aos respiradores que os empresários alegam que compraram: "Pelo que consta, ainda não chegaram em Sergipe, e nem um será disponibilizado para o sistema de saúde do Governo do Estado ou de Prefeituras, mas para os Hospitais Cirurgia e Universitário", diz o texto.
Rompimento?
A reação do governador contra a carta dos empresários, responsabilizando Laércio Oliveira, provocou uma série de comentários entre aliados, sobre a possibilidade de rompimento. Os dois, no entanto, são considerados conciliadores e não faltam ‘bombeiros’ para tratar de uma reaproximação. Desde que familiares e membros do governo testaram positivo para o covid-19, Belivaldo está recluso em sua fazenda em Simão Dias, e resolve tudo através da internet.
Lockdown
O governador disse que por enquanto nem ele nem o prefeito Edvaldo Nogueira pensam na decretação de ‘lockdown’ – fechamento total – em Aracaju. Mas se for necessária a medida será adotada. Nesse caso, a população teria um prazo para se preparar.
Cargos
Laércio Oliveira foi o responsável pela indicação do secretário de Desenvolvimento Econômico Econômico, José Augusto de Carvalho, e dirigentes de empresas coligadas. Como presidente da Fecomércio, nomeou Priscila Felizola, filha do governador e mulher do secretário geral de governo, Carlos Felizola, como diretora regional do Senac,um dos braços da entidade empresarial.
Os nomes
O governador atribui a Laércio a carta dos empresários. Mas assinaram também Breno Pinheiro França, presidente do Sindicato das Empresas Atacadistas; Marco Aurélio Pinheiro, Presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris e da Acese; Ivan Sobral, Federação de Agricultura; Edivaldo Cunha, FCDL; Eduardo Prado, FIES; Joaquim da Silva Ferreira, Fórum Empresarial; Paulo do Eirado, Sebrae; Alberto Almeida, Setransp; Gleide Selma Santos, Empresas Contábeis; Antônio Carlos Franco Sobrinho, Abih; Augusto Carvalho, Abrasel; Renir Damasceno, escolas; Celso Hiroshi, indústrias de Socorro; Geraldo Majela, Asseop; Lincolin Amazonas, É de Sergipe; Murilo Melquiades, varejistas de derivados de petróleo; Daniela Mesquita, Sergipe Destination; e Saulo Emidio dos Santos, lojistas do Shopping Jardins
Sem flexibilização
Em entrevista, o prefeito Edvaldo Nogueira não quis polemizar com a classe empresarial, mas alertou que ainda não é hora para flexibilização. "Entendo completamente a preocupação com a nossa economia, mas ainda é o momento para se pensar no distanciamento social porque ele é essencial para evitar a propagação do coronavírus. Nenhum prefeito, governador, opta por essas medidas restritivas por achar o afastamento social bonito, mas sim porque a prioridade é a vida".
Explosão
Edvaldo disse que houve uma explosão de casos da covid-19 em todos os lugares que não respeitaram o isolamento. "É justamente isso que queremos evitar. Em Aracaju, nossa média de adesão ao distanciamento tem sido de 47% e precisamos aumentar este número, porque 78% dos leitos de UTI já estão ocupados. Então, quando vamos falar em reabertura? Quando passarmos pelo pico de contágio. Temos um planejamento para isso, mas, por hora, o distanciamento social ainda é extremamente necessário", destacou.
Jogar pesado
Em videoconferência com um grupo de empresários organizada pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, seu aliado político, o presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir que empresários pressionem os governadores pela reabertura do comércio e disse que "é guerra" e que o setor empresarial precisa "jogar pesado" com os chefes de governo nos estados.
Economia
Nesta sexta-feira (15), às 19h, através de suas redes sociais, a delegada e pré-candidata a prefeita de Aracaju, Danielle Garcia, fará uma live com o empresário Milton Andrade. Os dois irão discutir os efeitos da crise do coronavírus em Sergipe, em especial Aracaju, e apresentarão soluções para melhoria da economia pós-Covid. Milton é favorável a retomada imediata da economia e o fim do isolamento. Até agora Danielle ainda não se posicionou.
Liminar
Liminar do ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Sergio Silveira Banhos, suspende o afastamento do prefeito e da vice-prefeita de Ilha das Flores, Christiano Cavalcante (PSC) e Eleni Lisboa (PRB), determinado pelo TRE. Em seu despacho, o ministro defere o pedido de liminar, "a fim de atribuir efeito suspensivo ao recurso especial interposto nos autos da AIJE 390-61, sustando os efeitos dos acórdãos proferidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe e determinando a recondução do autor ao cargo para o qual foi eleito".
Assembleia
A Assembleia Legislativa de Sergipe retoma suas atividades, ainda que de forma remota (virtual), na próxima semana. O presidente da Casa, deputado estadual Luciano Bispo (MDB); o líder do governo, deputado Zezinho Sobral (PODE); e os demais servidores que foram infectados pelo coronavírus (COVID-19), atenderam todas as recomendações médicas de isolamento social, mesmo que assintomáticos, e estão plenamente recuperados para a retomada dos trabalhos.
Pauta
Na próxima terça-feira (19), o presidente Luciano Bispo deve se reunir com o líder do governo e com o líder da oposição, deputado estadual Samuel Carvalho (Cidadania), quando será definida a pauta a ser apreciada pelos parlamentares na sessão remota da quarta-feira (20). Por enquanto ainda não existe definição sobre que projetos estarão sendo apreciados.
Educação
Também está confirmado que, na quinta-feira (21) e também de forma virtual, o secretário de Estado da Educação, Esporte e Cultura, Josué Modesto dos Passos Subrinho, estará à disposição dos parlamentares sobre os rumos da educação pública em Sergipe, sobretudo, após a pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
Leitos
No Senado Federal, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou projeto – PL 2308/2020 – propondo que os leitos privados de UTI fiquem sujeitos ao controle do SUS, administrados pela central de regulação do Sistema. O projeto será votado pelo plenário virtual do Senado Federal na próxima terça-feira (19).
Atender a todos
"Nós vamos precisar dos leitos do setor privado e do setor público. Do contrário, será uma pandemia seletiva. Matar os pobres e proteger os ricos. É fundamental discutir com os planos de saúde e o setor privado para que o setor de terapia intensiva seja integrado e atenda a todos os brasileiros, independente da sua condição social", defende o senador Rogério Carvalho (SE), líder da bancada do PT. Além da bancada do PT, a senadora Zenaide Silva (PROS-RN) também assina o projeto.
Com agências