Segunda, 06 De Janeiro De 2025
       
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Governo e PMA reavaliam abertura do comércio


Publicado em 26 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia


Belivaldo reunião com empresários e dirigentes de entidades

 

Os decretos de emer-
gência que foram 
baixados em 16 de março pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Aracaju, para enfrentar os desdobramentos da pandemia do coronavírus, serão reavaliados nesta segunda-feira, em novas reuniões dos respectivos gabinetes de crise. A expectativa é de que eles sejam prorrogados por mais uma semana, mas com alterações que ainda não estão claramente definidas. 
Duas correntes permanecem em disputa pelo convencimento das autoridades. De um lado, empresários e comerciantes continuam as súplicas pela reabertura total das atividades do comércio ou por uma flexibilização maior das regras de isolamento social, já que o governo autorizou, desde a semana passada, o funcionamento de nove setores do comércio, incluindo o dos hotéis. Do outro, médicos e especialistas em saúde, apoiados pelo Ministério Público, querem um isolamento mais rigoroso e ou a volta do decreto original, alertando para o crescimento dos casos da covid-19 e a iminência de um colapso no funcionamento dos prontos-socorros e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 
O Palácio de Despachos está inclinado a manter as concessões dadas aos empresários, mas reforçando as medidas de segurança, mesmo com o aumento dos casos ao longo da última semana. Um passo nesse sentido foi dado nesta sexta-feira, quando o governador Belivaldo Chagas recebeu, em seu gabinete, o vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Maurício Vasconcelos, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Inácio Krauss. A conversa também teve a participação dos secretários ligados ao gabinete de crise e dos presidentes dos conselhos regionais de Enfermagem (Coren), Diego Rafael, e de Medicina (Cremese), Jilvan Monteiro. Na reunião, Belivaldo discutiu dados e informações sobre a evolução dos casos da doença e a estruturação da rede de atendimento aos pacientes infectados, com aumento dos leitos nos hospitais e prontos-socorros. 
O objetivo foi ouvir sugestões e criar condições para uma solução intermediária, que contemple interesses médicos e econômicos, deixando claro que o governo está fazendo a parte dele e se fiando em informações concretas e técnicas. "Sempre disse que precisamos de união neste enfrentamento à pandemia, trabalhar junto e dialogando com todos os setores da sociedade para que Sergipe ultrapasse esta fase da melhor forma possível.(…) Pudemos demonstrar com transparência os avanços na nossa estrutura de saúde, principalmente no número de leitos prontos e a perspectiva de novos leitos a serem construídos, e explicamos todo o planejamento feito sobre a evolução da epidemia em Sergipe", escreveu o governador, acrescentando que "todos manifestaram apoio às medidas de isolamento social que tanto estão nos ajudando neste momento".
Aracaju – Já no âmbito do município, o prefeito Edvaldo Nogueira reuniu na sexta-feira o seu Comitê de Operações Emergenciais (COE) e decidiu manter o isolamento, mas respeitar o texto do decreto do governo do estado, com as flexibilizações. Em seu pronunciamento, ele falou que o aumento dos casos de coronavírus em Aracaju foi significativo nos últimos dias, o que justifica por um lado a manutenção do isolamento, mas admitiu a possibilidade de flexibilizar alguns itens, permitindo a abertura de alguns setores do comércio. Edvaldo adiantou que um grupo técnico vai discutir a retomada gradual dos setores produtivos, que está sendo planejado por etapas. E voltou a ressaltar que "não há contradição" entre a Saúde e Economia.
"O nosso esforço é manter a curva enquanto montamos a estrutura para atendimento dos pacientes. Ao mesmo tempo, criamos um grupo para tratar da abertura dos setores e o retorno paulatino das atividades à luz da ciência, dos dados da saúde e de forma a evitar a propagação rápida do vírus. (…) Claro que queremos que as coisas voltem à normalidade, queremos que as pessoas voltem a trabalhar, mas isso precisa ser de maneira organizada e cientificamente planejada, para que não signifique o aumento desordenado e acelerado dos casos. Queremos que as pessoas tenham um atendimento digno. Por isso, estamos tomando todas as medidas necessárias para, a partir daí, iniciar a reabertura gradual dos setores produtivos", disse o prefeito.
Dá um tempo! – Já o Ministério Público tem tomado mais o partido dos que defendem uma prorrogação maior do isolamento social. E demonstrou isso com a ação civil pública conjunta dos MPs Estadual, Federal e do Trabalho, que está tramitando no Tribunal Regional Federal Regional da 5ª Região (TRF-5), em Recife (PE). A ação pede que o governo estadual seja proibido de flexibilizar as medidas de isolamento social até que se concretize a ampliação dos leitos nos hospitais e o aumento dos testes clínicos para a detecção do coronavírus na população, o que também é recomendado pelas entidades médicas. O processo, que já foi negado em primeira instância, ainda não foi julgado pelos desembargadores da Corte.  
Para o MP, o aumento dos pacientes infectados, cujo total foi de 71 para 145ao longo da semana, ainda desperta para o possível crescimento da demanda por leitos, principalmente na rede pública, que atende a 80% da população com apenas 27 leitos de UTI e 160 vagas de retaguarda (incluindo Estado e PMA). Outro argumento é de que essa demanda está sendo contida com a ajuda do isolamento social, mesmo com a falta de adesão de parte da população, e com o fechamento de praias, praças e outros locais públicos que favoreçam a aglomeração de pessoas. 
"Esses dados significam que, em meio a uma situação de pico da doença, se ele acontecer, teremos apenas 27 leitos de UTI pra quase toda a população. E temos enfrentado ainda um problema sério de todo o mundo, que é a falta de respiradores, máscaras, insumos e recursos humanos. Estamos insistindo no isolamento, e graças a Deus estão a população e as autoridades nos ouvindo, mas tem ainda uma pequena minoria que não está obedecendo. Parece que eles não lêem jornal ou não assistem televisão. Para ser mais claro: se a saúde entrar em colapso, pode chegar à situação de ter que se escolher quem vai usar os equipamentos. Será que vamos ter que desenhar pra essas pessoas entenderem?", questiona o promotor Rony Almeida, do MPSE. 

Os decretos de emer- gência que foram  baixados em 16 de março pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Aracaju, para enfrentar os desdobramentos da pandemia do coronavírus, serão reavaliados nesta segunda-feira, em novas reuniões dos respectivos gabinetes de crise. A expectativa é de que eles sejam prorrogados por mais uma semana, mas com alterações que ainda não estão claramente definidas. 
Duas correntes permanecem em disputa pelo convencimento das autoridades. De um lado, empresários e comerciantes continuam as súplicas pela reabertura total das atividades do comércio ou por uma flexibilização maior das regras de isolamento social, já que o governo autorizou, desde a semana passada, o funcionamento de nove setores do comércio, incluindo o dos hotéis. Do outro, médicos e especialistas em saúde, apoiados pelo Ministério Público, querem um isolamento mais rigoroso e ou a volta do decreto original, alertando para o crescimento dos casos da covid-19 e a iminência de um colapso no funcionamento dos prontos-socorros e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 
O Palácio de Despachos está inclinado a manter as concessões dadas aos empresários, mas reforçando as medidas de segurança, mesmo com o aumento dos casos ao longo da última semana. Um passo nesse sentido foi dado nesta sexta-feira, quando o governador Belivaldo Chagas recebeu, em seu gabinete, o vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Maurício Vasconcelos, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Inácio Krauss. A conversa também teve a participação dos secretários ligados ao gabinete de crise e dos presidentes dos conselhos regionais de Enfermagem (Coren), Diego Rafael, e de Medicina (Cremese), Jilvan Monteiro. Na reunião, Belivaldo discutiu dados e informações sobre a evolução dos casos da doença e a estruturação da rede de atendimento aos pacientes infectados, com aumento dos leitos nos hospitais e prontos-socorros. 
O objetivo foi ouvir sugestões e criar condições para uma solução intermediária, que contemple interesses médicos e econômicos, deixando claro que o governo está fazendo a parte dele e se fiando em informações concretas e técnicas. "Sempre disse que precisamos de união neste enfrentamento à pandemia, trabalhar junto e dialogando com todos os setores da sociedade para que Sergipe ultrapasse esta fase da melhor forma possível.(…) Pudemos demonstrar com transparência os avanços na nossa estrutura de saúde, principalmente no número de leitos prontos e a perspectiva de novos leitos a serem construídos, e explicamos todo o planejamento feito sobre a evolução da epidemia em Sergipe", escreveu o governador, acrescentando que "todos manifestaram apoio às medidas de isolamento social que tanto estão nos ajudando neste momento".

Aracaju – Já no âmbito do município, o prefeito Edvaldo Nogueira reuniu na sexta-feira o seu Comitê de Operações Emergenciais (COE) e decidiu manter o isolamento, mas respeitar o texto do decreto do governo do estado, com as flexibilizações. Em seu pronunciamento, ele falou que o aumento dos casos de coronavírus em Aracaju foi significativo nos últimos dias, o que justifica por um lado a manutenção do isolamento, mas admitiu a possibilidade de flexibilizar alguns itens, permitindo a abertura de alguns setores do comércio. Edvaldo adiantou que um grupo técnico vai discutir a retomada gradual dos setores produtivos, que está sendo planejado por etapas. E voltou a ressaltar que "não há contradição" entre a Saúde e Economia.
"O nosso esforço é manter a curva enquanto montamos a estrutura para atendimento dos pacientes. Ao mesmo tempo, criamos um grupo para tratar da abertura dos setores e o retorno paulatino das atividades à luz da ciência, dos dados da saúde e de forma a evitar a propagação rápida do vírus. (…) Claro que queremos que as coisas voltem à normalidade, queremos que as pessoas voltem a trabalhar, mas isso precisa ser de maneira organizada e cientificamente planejada, para que não signifique o aumento desordenado e acelerado dos casos. Queremos que as pessoas tenham um atendimento digno. Por isso, estamos tomando todas as medidas necessárias para, a partir daí, iniciar a reabertura gradual dos setores produtivos", disse o prefeito.

Dá um tempo! – Já o Ministério Público tem tomado mais o partido dos que defendem uma prorrogação maior do isolamento social. E demonstrou isso com a ação civil pública conjunta dos MPs Estadual, Federal e do Trabalho, que está tramitando no Tribunal Regional Federal Regional da 5ª Região (TRF-5), em Recife (PE). A ação pede que o governo estadual seja proibido de flexibilizar as medidas de isolamento social até que se concretize a ampliação dos leitos nos hospitais e o aumento dos testes clínicos para a detecção do coronavírus na população, o que também é recomendado pelas entidades médicas. O processo, que já foi negado em primeira instância, ainda não foi julgado pelos desembargadores da Corte.  
Para o MP, o aumento dos pacientes infectados, cujo total foi de 71 para 145ao longo da semana, ainda desperta para o possível crescimento da demanda por leitos, principalmente na rede pública, que atende a 80% da população com apenas 27 leitos de UTI e 160 vagas de retaguarda (incluindo Estado e PMA). Outro argumento é de que essa demanda está sendo contida com a ajuda do isolamento social, mesmo com a falta de adesão de parte da população, e com o fechamento de praias, praças e outros locais públicos que favoreçam a aglomeração de pessoas. 
"Esses dados significam que, em meio a uma situação de pico da doença, se ele acontecer, teremos apenas 27 leitos de UTI pra quase toda a população. E temos enfrentado ainda um problema sério de todo o mundo, que é a falta de respiradores, máscaras, insumos e recursos humanos. Estamos insistindo no isolamento, e graças a Deus estão a população e as autoridades nos ouvindo, mas tem ainda uma pequena minoria que não está obedecendo. Parece que eles não lêem jornal ou não assistem televisão. Para ser mais claro: se a saúde entrar em colapso, pode chegar à situação de ter que se escolher quem vai usar os equipamentos. Será que vamos ter que desenhar pra essas pessoas entenderem?", questiona o promotor Rony Almeida, do MPSE. 

 

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